Uma falha no compressor de freios do �nibus da linha 305 (Esta��o Diamante/Mangueiras) foi a causadora do acidente com o coletivo que deixou cinco mortos e 18 feridos na ter�a-feira de carnaval, 14 de fevereiro, no Bairro Mangueiras, Regi�o do Barreiro, em Belo Horizonte. A Pol�cia Civil informou que o equipamento produziu uma press�o de ar inferior � necess�ria para que os freios fossem acionados. Apesar do problema de manuten��o, os delegados Pedro Ribeiro e Roberto Alves Barbosa, que estiveram � frente da investiga��o, descartaram responsabiliza��o criminal � empresa dona do �nibus, a Transoeste.
"A quest�o penal a gente n�o tem elementos suficientes ainda para fazer a conex�o entre o evento e a falha mec�nica. Fazer essa conex�o de que algum funcion�rio da empresa diz que o ve�culo poderia rodar sendo que era muito previs�vel que mortes poderiam acontecer ou algum acidente acontecer eu acho muito prematuro dizer e n�o tenho elementos suficientes para tanto", afirma Pedro Ribeiro, que preside o inqu�rito.
O delegado explica que o compressor foi exaustivamente testado pela per�cia e, inclusive, comparado com uma pe�a nova, n�o deixando d�vidas de onde havia erro. "Foi uma falha de frenagem, ent�o o compressor que deveria mandar ar para o sistema de freios falhou e com falta de press�o o freio n�o funcionava e por isso o motorista n�o conseguiu de fato parar o ve�culo", afirma.

O laudo pericial tamb�m comprovou que a luz indicativa no painel para problemas no freio ficava o tempo todo acesa, uma falha que n�o permitia ao motorista concluir quando o problema pudesse aparecer. Mas a Pol�cia Civil ainda n�o sabe desde quando essa luz estava acesa e se ela foi danificada no momento da batida. O certo � que independente da press�o praticada pelo compressor, a luz ficava sempre acionada e por isso n�o havia como o motorista saber do problema por essa indica��o.
Mesmo assim, o delegado Pedro Ribeiro voltou a pontuar que n�o � poss�vel estabelecer rela��o de culpa ou dolo para responsabilizar algu�m da empresa pelo fato. Nesse caso, ele explicou que apesar da luz estar com o problema a Pol�cia Civil n�o conseguiu descobrir quando houve essa falha. Ela pode, inclusive, ter sido gerada pela batida. O certo � que a pe�a tamb�m foi testada em um sistema operante e com qualquer varia��o de press�o de freios ela se manteve acesa, o que confirma mais um problema.
Outra quest�o levantada pelo inqu�rito foi que a falha dos freios aconteceu apenas no momento na batida, pois o tac�grafo apontou velocidades sempre inferiores a 60km/h, exceto no momento da trag�dia, quando o veloc�metro apontou pico de 100 km/h. O resultados das investiga��es aponta que n�o houve qualquer falha do condutor do coletivo, que inclusive chegou a dizer aos passageiros que se segurassem, porque estava sem freio. Boatos de mau s�bito ou suic�dio tamb�m foram categoricamente descartados pela Pol�cia Civil.
O acidente
Morreram o motorista do �nibus, Marcio Jo�o de Carvalho, de 59 anos, Maria do Carmo Pereira dos Santos, 73, Dayse de F�tima Josino Trindade, 55, Naiara Dias Martins, 30, e Thais Soares Morais, 25. O �nibus ficou desgovernado na Rua Jos� Luiz Raso e desceu quase 500 metros sem controle at� que subiu em uma cal�ada e praticamente decolou sobre um c�rrego, parando sobre o curso d'�gua com a frente do coletivo apoiada no muro de arrimo do outro lado do canal. O acidente aconteceu por volta das 19h da ter�a-feira de carnaval, 14 de fevereiro. Al�m dos cinco mortos, outras 18 pessoas ficaram feridas e foram encaminhadas para tr�s hospitais: Jo�o XXIII, Odilon Behrens e Risoleta Neves.