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Estado de Minas

Com apoio policial, postos voltam a receber combust�vel de caminh�es confiscados

Escoltados pela PM, caminh�es carregados de �lcool e gasolina abasteceram postos ontem em BH. Motoristas afirmam que os ve�culos foram confiscados pelos agentes de seguran�a


postado em 29/05/2018 06:00 / atualizado em 29/05/2018 08:00

Caminhão-tanque chega a posto de gasolina com adesivos da Polícia Militar e sobre o confisco do veículo (foto: Gladyston Rodrigues/EM/DA Press)
Caminh�o-tanque chega a posto de gasolina com adesivos da Pol�cia Militar e sobre o confisco do ve�culo (foto: Gladyston Rodrigues/EM/DA Press)

Caminh�es confiscados das distribuidoras para garantir o abastecimento de postos de Belo Horizonte e regi�o metropolitana. As empresas de combust�vel no entorno da Refinaria Gabriel Passos (Regaop), em Betim, foram tomadas pelas for�as de seguran�a p�blica para que a situa��o comece a se normalizar. Os ve�culos, carregados de �lcool e gasolina, sa�ram escoltados pela Pol�cia Militar a dezenas de postos das bandeiras Shell e Ipiranga. No vidro da frente, placa em letras garrafais vermelhas revelava: “confiscado”. Havia ainda uma que dizia estar a servi�o da Coordenadoria Estadual de Defesa Civil (Cedec) e outra na qual se lia “Pol�cia Militar”.

O confisco foi confirmado pela Presid�ncia da Rep�blica e � resultado do Decreto 9.382, assinado na sexta-feira pelo presidente Michel Temer, autorizando o emprego das For�as Armadas para a garantia da lei e da ordem na desobstru��o de vias p�blicas. Entre outras medidas, ele prev� a escolta de ve�culos que prestem servi�os essenciais ou transportem produtos considerados essenciais e a garantia de acesso a locais de produ��o ou distribui��o de produtos considerados essenciais.

“Os combust�veis n�o est�o saindo da Regap, mas das distribuidoras, que ficam pr�ximas. Est� um clima de Oriente M�dio. A base da Shell parece quartel-general, de tanta pol�cia l� dentro. O clima est� horr�vel. V�rios caminhoneiros nos xingaram, chamando de ‘fura-greve’, mas n�o � isso. A empresa foi confiscada pelo governo, porque � servi�o essencial. Todo mundo voltou a trabalhar”, contou o caminhoneiro Marcone Batista de S�, de 38 anos. H� 20 na estrada, ele relata que o caminh�o no qual trabalha est� parado em Lassance, no Norte de Minas. Fui para l� na segunda-feira da semana passada e, na quarta, n�o consegui voltar. A empresa mandou me buscar de t�xi. H� v�rios caminhoneiros nessa situa��o estado afora”, relatou.

Os minist�rios Extraordin�rio da Seguran�a P�blica e da Defesa foram procurados para responder se as for�as de Seguran�a Nacional ocupam as distribuidoras. O primeiro respondeu, por meio de sua assessoria de imprensa, que os agentes da For�a est�o atuando nas rodovias federais em apoio � Pol�cia Rodovi�ria Federal (PRF) e que informa��es mais precisas sobre o Decreto de Garantia da Lei e da Ordem deveriam ser obtidas com a Defesa. A pasta, no entanto, n�o havia respondido o e-mail at� o fechamento desta edi��o. O governo do estado tamb�m foi procurado, mas as assessorias de imprensa n�o atenderam o telefone. A Pol�cia Militar informou que quem cuida dessa quest�o � o gabinete de crise, que tamb�m n�o respondeu. Na coletiva em que anunciou o abastecimento de postos, a PM afirmou que n�o usou for�a para garantir a distribui��o.

Eram 17h30 e a fila de carros pela Avenida Amazonas ultrapassava os dois quil�metros, indo do posto Wap, no n�mero 5.234, no Bairro Nova Su��a, at� a esquina com a Rua Chapec�, no Prado, ambos na Regi�o Oeste. Motoristas estavam numa fila quase �nica para conseguir encher parte do tanque de �lcool ou gasolina nos dois postos do trecho que receberam combust�vel: al�m do Wap, o vizinho F�nix, no 4.808. Carros tamb�m pararam nas ruas laterais, em filas paralelas. Sem contar as centenas de pessoas com gal�es em m�os que esperavam a chance de ench�-los, sem saber que a a��o havia sido proibida. Por meio de nota, o Minist�rio P�blico de Minas Gerais informou na tarde de ontem que “por quest�es de log�stica e seguran�a, n�o ser� permitido abastecimento em gal�es ou outros recipientes”. O Estado de Minas, entretanto, flagrou consumidor comprando gasolina em gal�o.

NA FILA O primeiro a chegar � fila, �s 12h, foi o veterin�rio Joel de Souza Montello Neto, de 39, que deveria ter voltado para Uberaba, no Tri�ngulo Mineiro, no domingo. Ele n�o sabe quando conseguir� voltar para casa. Veio a BH para um trabalho no Parque de Exposi��es, no Expominas, na Gameleira, tamb�m Oeste de BH, e agora est� hospedado num hotel ao lado do posto de gasolina. Com abastecimento limitado a 30 litros por pessoa, ele ainda ter� de esperar um pouco mais: “S�o quase 500 quil�metros at� l�. Preciso de pelo menos 45 litros. Logo, terei de aguardar outra leva de abastecimento”.

No posto Wap, que estava com as bombas zeradas desde as 18h de quinta-feira, chegaram ontem 20 mil litros de gasolina e 10 mil de etanol, o suficiente para 15 mil pessoas. “Parece um n�mero significativo, mas � �nfimo dada a quantidade de gente sem gasolina na cidade”, disse um funcion�rio. E n�o h� previs�o de novo abastecimento. O litro da gasolina estava sendo vendido a R$ 4,999 e de �lcool, a R$ 3,099. Valores para pagamento � vista, pois, com cart�o de cr�dito, havia acr�scimo de R$ 0,15 por litro.

Motorista de aplicativo, Alex Pereira Vidal, de 48, estava sem trabalhar desde sexta – um preju�zo de R$ 400 por dia. Ontem, era o terceiro da fila. Segundo ele, os 30 litros s�o suficientes para rodar apenas hoje. “S� vim abastecer porque moro perto e n�o dava para ir em outro posto. Meu carro j� n�o tem autonomia”, contou. Havia tamb�m quem resolveu enfrentar cinco horas de espera, mesmo com necessidade reduzida. “Estou na reserva. Dependo do carro para ir trabalhar, mas, fora isso, n�o uso tanto”, afirmou o vendedor Leonardo Silva Alves, de 51.




 

Dicas para economizar


» Evite peso morto, retirando do ve�culo objetos desnecess�rios que aumentam o consumo

 

» Calibre os pneus. Al�m de contribuir para a seguran�a e durabilidade da borracha, ajuda a economizar combust�vel

» Alinhe o carro. Suspens�o e dire��o desalinhadas aumentam a resist�ncia � rodagem dos pneus, aumentando o consumo de combust�vel

» Controle o ar-condicionado: ele pode aumentar o consumo de combust�vel em at� 2%, principalmente nos dias mais quentes.

» Evite acelera��es bruscas. Acelerar uniformemente reduz consideravelmente o consumo de combust�vel e o desgaste do motor

» Troque marchas no tempo certo. Deixe as marchas fortes para subidas �ngremes. Procure dirigir com marchas mais altas e rota��es mais baixas

» Fa�a revis�es. Um filtro de ar muito sujo, por exemplo, pode aumentar o consumo em 10%. O motor precisa trabalhar com a queima da mistura ar/combust�vel na medida certa


Correria para reabastecer


Antes mesmo de a lista com os postos de combust�vel que seriam reabastecidos circular pelas redes sociais, motoristas sa�ram por Belo Horizonte � procura dos estabelecimentos. Mesmo arriscando cessar totalmente o �lcool ou gasolina que ainda havia nos ve�culos, os condutores sa�ram em uma verdadeira ca�ada. A expectativa surgiu depois que a Pol�cia Militar (PM) anunciou que faria a escolta dos caminh�es-tanque. “Os postos foram estrategicamente divididos por regi�es para um atendimento mais igualit�rio, valendo-se da necessidade das pessoas. Esse atendimento funcionar� de forma que as pessoas possam fazer algum tipo de abastecimento”, explicou o chefe da sala de imprensa da PM, Major Fl�vio Santiago. Com o abastecimento restrito, a melhor alternativa � economizar (veja quadro).

Logo depois do an�ncio, a popula��o iniciou a corrida pelo combust�vel. Num estabelecimento localizado na Avenida Nossa Senhora do Carmo, esquina com Rua Cristina, na Regi�o Centro-Sul, a fila chegou a dobrar a Avenida do Contorno e passou da Rua Lavras. No encontro da Avenida Nossa Senhora do Carmo com Rua Passa Tempo, mais motoristas formaram outra fila, que se estendeu pela Rua Major Lopes.

Do outro lado da Avenida Nossa Senhora do Carmo, o cen�rio era o mesmo. Motoristas � espera pelo combust�vel enfrentaram uma fila quilom�trica. O in�cio era no pr�prio posto localizado na Avenida Uruguai, no Bairro Sion. Os ve�culos pararam em uma das pistas da via. Com a chegada de mais autom�veis e motos, ela aumentou para a Avenida Nossa Senhora do Carmo. Depois, passou para vias de dentro do bairro at� retornar para a Avenida Uruguai. O Estado de Minas calculou aproximadamente tr�s quil�metros de extens�o. O caminh�o-tanque chegou ao estabelecimento no in�cio da noite.

Em outro posto que recebeu combust�vel, em Contagem, na Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte, os primeiros motoristas da fila chegaram no come�o da tarde. S�rgio Mesquita, de 35, foi o primeiro, pouco antes das 14h.

Diante de informa��es pela internet e via WhatsApp de que teria gasolina, resolveu esperar. O carro j� estava no limite e ele conta que pretendia come�ar a trabalhar em casa a partir de amanh�. “Apesar de ser limitado a R$ 100, j� vai ajudar”, disse ele.

O motorista Edson Ferreira Lopes, de 52, foi o primeiro a chegar ao posto entre aqueles que estavam de moto, �s 13h45. Ao sair da empresa em que trabalha, em Betim, viu uma fila de carros e resolveu ficar. A bomba de motos � exclusiva, o que garantiu a ele a dianteira. Segundo ele, valeu a pena esperar. “N�o tinha nada no tanque, n�o dava nem para chegar em casa”, contou. (Jo�o Henrique do Vale e Isabela Souto)


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