
O sinal de alerta est� ligado em Minas Gerais quanto �s mortes pela S�ndrome Respirat�ria Aguda Grave (SRAG) provocada pela influenza: apesar de o inverno – que concentra o maior n�mero de casos – ainda n�o ter chegado, os 23 �bitos deste ano j� se igualam a 46% do total de 2017, quando 50 pessoas perderam a vida em decorr�ncia da gripe no estado. Os n�meros foram detalhados no boletim epidemiol�gico divulgado pela Secretaria de Estado de Sa�de de Minas Gerais (SES/MG) na tarde de ontem. O relat�rio, referente � 22ª semana epidemiol�gica, mais do que dobra o n�mero de �bitos do pen�ltimo levantamento, divulgado no in�cio da semana, no qual 11 mortes haviam sido registradas pelo governo estadual. At� aqui, foram 105 casos da s�ndrome provocados pelo v�rus Influenza nos munic�pios mineiros. O v�rus H3N2, que provocou epidemia de gripe nos Estados Unidos, foi respons�vel pelo maior n�mero de casos e divide com infec��es pelo Influenza A n�o subtipado o recorde de mortes.
Dos 23 pacientes que n�o resistiram aos sintomas, segundo o levantamento do �rg�o de sa�de p�blica, tr�s j� tinham sido vacinados. Segundo a SES/MG, isso � poss�vel porque a vacina demora a fazer efeito no corpo humano, ou seja, a imuniza��o n�o � instant�nea. Dessa maneira, caso o paciente tenha tido contato com o v�rus antes da vacina��o, ele ainda corre risco de adoecer mesmo depois de receber o imunizante. “A detec��o de anticorpos protetores se d� entre duas a tr�s semanas ap�s a vacina��o e apresenta, geralmente, dura��o de seis a 12 meses. Estudos indicam que a efic�cia da vacina � de 50% a 85%”, explica nota da SES. Duas outras pessoas morreram apesar de terem recebido o antiviral em at� 48 horas ap�s o in�cio dos sintomas, como preconizam as autoridades de sa�de. Quanto a esses �bitos, a secretaria informa que “v�rios fatores podem interferir” no quadro, portanto, seria necess�rio analisar cada caso para verificar por que n�o houve resposta ao medicamento.
Importante medida para a preven��o contra a gripe, a campanha nacional de vacina��o foi estendida at� o dia 15. Os centros de sa�de do Sistema �nico de Sa�de atendem ao grupo priorit�rio, formado por pessoas a partir de 60 anos, crian�as de seis meses a 5 anos, trabalhadores de sa�de, professores das redes p�blica e privada, povos ind�genas, gestantes, pu�rperas (at� 45 dias ap�s o parto), pessoas privadas de liberdade, inclusive adolescentes e jovens de 12 a 21 anos em medidas socioeducativas, al�m dos funcion�rios do sistema prisional.
De acordo com a SES, at� quarta-feira, 80,93% do p�blico-alvo havia se vacinado. O objetivo do governo estadual � vacinar 90% desse contingente, formado por cerca de 5 milh�es de moradores de Minas Gerais. A aten��o da sa�de p�blica agora se volta �s crian�as e gestantes, que ainda est�o longe da meta: apenas 64% do p�blico infantil foi atendido, enquanto somente 66% das gr�vidas est�o imunizadas no estado.
Dos 105 casos de SRAG registrados at� agora, 100 est�o relacionados ao v�rus Influenza A (95,2%) e outros cinco ao Influenza B (4,9%). Dos ligados ao v�rus A, 49 infec��es foram do subtipo H3N2 (46,6%); 16 pelo H1NI (15,2%); e 35 n�o subtipados (33,3%). Quanto �s mortes, a maior parte ficou por conta do H3N2 (nove) e do n�o subtipado (nove) no per�odo. Essas 18 pessoas representam 78,3% dos casos totais. Outras quatro mortes foram decorrentes de infec��o pelo H1N1 (17,3%), enquanto uma pessoa morreu pelo Influenza B (4,4%).
Do total de pacientes que desenvolveram a SRAG devido � gripe registrados pela SES, 82,9% tinham algum fator de risco. Quanto �s mortes, 19 delas ou 82,6% envolviam alguma pessoa vulner�vel. A secretaria lista v�rias condi��es que contribuem para o quadro de infec��o, entre eles: adultos acima de 60 anos, obesidade, doen�a cardiovascular cr�nica, crian�as menores de 5 anos, gestante, ind�genas, portadores de S�ndrome de Down. Pessoas inclu�das no grupo devem se vacinar.
DISTRIBUI��O Ligado a cerca de 40% das mortes em Minas Gerais, o H3N2 sazonal ligou o alerta da sa�de tamb�m nos Estados Unidos. No come�o do ano, durante o inverno no hemisf�rio norte, o subtipo causou a pior temporada de gripe nos Estados Unidos desde 2009 e atingiu 47 mil pessoas no pa�s norte-americano. Segundo o boletim da SES, dos 49 casos de H3N2 que levaram � s�ndrome respirat�ria grave no estado, 19 foram registrados na capital mineira, outros quatro em Mariana, na Regi�o Central, e tr�s em Uberl�ndia, no Tri�ngulo Mineiro. Tamb�m registraram mais de um caso Contagem, na regi�o metropolitana, e Itabira, na Regi�o Central, com dois cada uma.
Belo Horizonte lidera o n�mero de mortes at� aqui no estado, com quatro �bitos. O governo estadual mapeou tamb�m mais de um �bito em Betim, na Grande BH, Uberl�ndia, Cataguases, na Zona da Mata, e Leopoldina, tamb�m na Zona da Mata, onde j� foram computadas tr�s mortes pelo v�rus Influenza A n�o subtipado. Al�m desses munic�pios, moradores n�o resistiram aos sintomas em Coronel Fabriciano (Vale do A�o), Diogo de Vasconcelos (Central), Paracatu (Noroeste), Paragua�u (Sul), S�o Jo�o do Para�so (Norte), Vespasiano (Grande BH), Ituiutaba (Tri�ngulo), Ub� e Visconde do Rio Branco, ambas na Zona da Mata.
A infec��o por Influenza pode causar sintomas que se confundem com outras doen�as virais e bacterianas. Ela se manifesta, normalmente, como uma s�ndrome gripal. O paciente pode ter sintomas como febre, dores de cabe�a, musculares e de garganta, tosse e fadiga. Se for associado com dificuldade respirat�ria, o quadro passa para S�ndrome Respirat�ria Aguda Grave (SRAG).
Nesta semana, a SES divulgou dois boletins epidemiol�gicos da gripe, por n�o conseguir atualizar todos os dados necess�rios para o informe semanal, rotineiramente publicado �s ter�as-feiras. Isso ocorreu devido � paralisa��o dos caminhoneiros, que criou “dificuldades no abastecimento de swabs e tubos para coleta de exames laboratoriais de Influenza”. Pelo mesmo motivo, o n�mero de �bitos pela s�ndrome respirat�ria aguda grave saltou de 11 para 23 na compara��o entre os dois �ltimos relat�rios disponibilizados pela pasta.

Febre amarela perde for�a
Ao mesmo tempo em que a gripe se torna a nova amea�a para a popula��o mineira, a pior epidemia de febre amarela da hist�ria do pa�s, da temporada 2017/2018, d� sinais de perder for�a ao fim de seu ciclo. Desde julho do ano passado, 170 pessoas morreram com a doen�a em Minas, segundo o �ltimo boletim divulgado pela Secretaria de Estado da Sa�de, e outros 314 pacientes foram infectados, superando em mortes a temporada anterior (2016/2017), que contabilizou 475 casos e 162 �bitos. Outros 170 casos continuam sendo investigados, inclusive os de 11 pessoas com hist�rico de vacina��o que mesmo assim foram infectadas. Uma comiss�o, com participa��o do Minist�rio da Sa�de, levanta informa��es cl�nicas e epidemiol�gicas fundamentais para conclus�o das apura��es. Segundo a SES, essas situa��es s�o investigadas de maneira profunda, com exames laboratoriais complementares, o que leva mais tempo.