
Paschoalin defendeu que os empres�rios n�o podem arcar com o preju�zo da queima criminosa de �nibus, que chega a R$ 400 mil por coletivo, e que o epis�dio desta madrugada pode se repetir caso as empresas detectem risco para suas frotas. Na manh� de ontem, um coletivo da linha 640 (Esta��o Venda Nova/Jardim Lebon) foi incendiado por pelo menos seis homens na Rua C�nego Trindade, no Bairro Jardim Leblon, Regi�o de Venda Nova. Um dos bandidos estava armado e rendeu motorista e passageiros. � noite, ainda na ter�a-feira, por volta das 20h, outro coletivo foi alvo de ataque, desta vez da linha 615 (Esta��o Pampulha/C�u Azul B).
O resultado foi o corte do servi�o entre fim da noite de ter�a e madrugada de hoje em tr�s esta��es: Pampulha, Venda Nova e Vilarinho. “O que decidimos internamente ontem � que caso a gente veja que h� risco iminente de novos inc�ndios, de por em risco uma regi�o ou uma linha com a queima de ve�culos, n�s iremos recolher os coletivos at� a situa��o acalmar e voltar com o dia claro. Ser�o recolhidos os ve�culos daquela linha, daquela regi�o. N�s vamos medir junto com a PM, Guarda Municipal e prefeitura o grau de risco da situa��o, como foi ontem. Pode acontecer apenas em uma linha localizada, mas se a gente identificar que haver� risco de novos inc�ndios n�s iremos parar o servi�o imediatamente”, diz Joel Paschoalin.
O sindicato j� havia feito um comunicado semelhante em 8 de junho. Na ocasi�o, a entidade informou que poderia paralisar os servi�os durante o fim das noites e madrugadas em que houvesse risco. Naquela ocasi�o, por�m, a BHTrans respondeu que existe um contrato que rege o servi�o e precisa ser respeitado. Dessa vez, o pr�prio prefeito Alexandre Kalil admitiu essa possibilidade. “ Isso se tornar� a rotina na vida do belo-horizontino, porque o poder p�blico n�o pode obrigar as empresas a colocarem um aumento de frota na rua para ser incendiado. Ent�o � um problema que a comunidade vai ter que tomar conta junto com a Pol�cia Militar e com a Guarda Municipal, que a comunidade vai ter que denunciar”, diz Kalil.
O presidente da BHTrans, C�lio Freitas, voltou a citar a necessidade de respeito ao contrato de presta��o do servi�o, mas admitiu que cada caso ser� avaliado de forma individual, pois � uma orienta��o do prefeito acompanhar o assunto de perto para n�o penalizar a frota e prejudicar ainda mais a popula��o.

REUNI�O PARA TRATAR DOS ATAQUES Os dois �ltimos epis�dios de ataques aos coletivos, ambos na Regi�o de Venda Nova, motivaram uma reuni�o entre o prefeito e o governador Fernando Pimentel (PT), acompanhados do comando da Pol�cia Militar e da Guarda Municipal. Pimentel estacou que a PM vai afinar algumas estrat�gias que j� est�o em andamento com o objetivo de evitar novos casos. “� um crime de que fato preocupa, que afeta a vida das comunidades, mas que pode ser combatido e est� sendo combatido em Minas Gerais”, diz o chefe do governo do estado.
Entre as a��es que ser�o colocadas em pr�tica pela Pol�cia Militar est� um maior refino das informa��es que chegam ao Disque Den�ncia pelo n�mero 181. Conforme o coronel Helbert Figueir� de Lourdes, comandante-geral da PM, todas as informa��es que chegarem ao 181 relacionadas � queima de �nibus ou ao risco de inc�ndios ter�o uma destina��o especial, com o objetivo de agir mais rapidamente para evitar os casos. Al�m disso, tamb�m ser�o intensificados patrulhamentos nos itiner�rios de maior incid�ncia criminal por onde passam os coletivos.
MAIORIA DOS PRESOS N�O FICAM NA CADEIA O coronel destaca que de janeiro a 27 de junho deste ano foram 14 casos, contra 20 no mesmo per�odo do ano passado. O perfil desses ataques, segundo o comandante-geral, est� ligado a rea��es de bandidos �s a��es desenvolvidas pela pol�cia. “Essas queimas de �nibus decorrem de uma postura de retalia��o da criminalidade em face de alguma interven��o policial”, afirma.
Figueir� garantiu que a PM vai intensificar as abordagens, mas admitiu grande dificuldade de combater esse crime uma vez que 68 incendi�rios de coletivos foram presos de janeiro de 2016 a junho de 2018 e 58 est�o soltos, o que mostra que a pris�o dos criminosos n�o � suficiente para mant�-los atr�s das grades.