Foi sem d�vida um dia de aula diferente. Em vez do quadro, olhos vidrados no tel�o. No lugar da aten��o na professora, ouvidos ligados no jogo. Nesa quarta-feira, no jogo do Brasil contra a S�rvia, muitas escolas de Belo Horizonte se transformaram em miniest�dios em que valia tudo: de se vestir de verde e amarelo at� fazer muito barulho.
No Col�gio Batista, no bairro hom�nimo, na Regi�o Leste de BH, a vibra��o tamb�m foi grande entre alunos dos ensinos fundamental e m�dio. A estudante Let�cia Maria de Souza, de 17, apostava no placar de 3 a 0. “Fiquei muito preocupada, porque o Marcelo se machucou logo no in�cio, mas o Paulinho (autor do primeiro gol brasileiro) convenceu. Acho que o hexa vem”, disse.
Antes da partida, os estudantes receberam os jogadores F�bio, Henrique, Leo e Rafael, do Cruzeiro, para uma palestra do projeto “Educando na Copa”, em que os atletas v�o �s escolas falar sobre valores e princ�pios. A conversa foi sobre bullying, fam�lia, educa��o e amizade. “Escutar isso deles, que s�o figuras p�blicas, � um exemplo”, afirmou Let�cia.
Uniforme diferente
Aos gritos de “Vai, Brasil”, a empolga��o dos alunos ecoou pelos corredores do Col�gio Sagrado Cora��o de Maria, na Regi�o Centro-Sul. No audit�rio, os pequenos torcedores se aglomeravam em frente ao tel�o. Dispensados do uniforme, vestiram verde e amarelo e n�o pouparam a voz, muitos deles assistindo pela primeira vez ao Mundial.
A torcida na escola teve direito a pipoca e euforia. Tanta que os pequenos mal conseguiam ficar sentados. Vestindo a camisa 10, Heitor, de 9, do 4º ano do ensino fundamental, estava empolgado para ver Neymar. Ele diz que n�o se lembra da Copa de 2014, mas est� animado com a expectativa do hexa.
Com olhos de quem entende do assunto, Carolina, de 9, n�o est� acreditando muito no t�tulo. Ainda assim, ela e as amigas L�via e Maria Eduarda, de 8, vibraram quando Thiago Silva fez o segundo do Brasil. Al�m de assistir �s partidas, as tr�s jogam futebol na escola. Carolina cogita at� ser profissional: “Meu sonho � ser igual � Marta”.
“� muito melhor assistir ao jogo aqui do que faltar de aula para ver em casa”, disse Rafael Santos, de 10, do 5º ano do ensino fundamental. Apesar da pouca idade, o estudante conta que ainda n�o superou a derrota brasileira em 2014. “Quero esquecer isso”, declara, dizendo-se empolgado para acompanhar o desempenho da Sele��o desta vez. Pelo menos, a Alemanha, eliminada, n�o est� mais no caminho.
* Sob supervis�o do editor Roney Garcia