
A vit�ria do Brasil sobre os mexicanos, em Samara, fez muito mais que abrir o caminho para os comandados de Tite enfrentarem a B�lgica nas quartas de final da Copa da R�ssia. Aqui, do outro lado do mundo, a Sele��o acabou esticando o domingo quando entrou em campo, ontem, �s 11h, pelas oitavas de final. Pouco mais de 90 minutos e dois gols depois, decretou tamb�m que a semana termina mais cedo para grande parte dos brasileiros, mais precisamente �s 15h de sexta-feira, quando Neymar e companhia entram em campo para encarar os belgas.
A expectativa dos comerciantes para vendas n�o era muito alta, devido ao hor�rio da partida. O comerci�rio Martinho Gomes da Silva, que atende em um bar da Rua Aar�o Reis, na Pra�a da Esta��o, contou que os torcedores evitam beber, por ter de voltar ao trabalho ap�s a partida. “Os jogos da tarde trazem melhores resultados para bares e restaurantes”, disse, j� fazendo as contas para a sexta-feira.
Mesmo assim, ontem os bares de pontos como a regi�o central, Barro Preto, Santo Agostinho e Lourdes se prepararam desde as primeiras horas da manh� para receber os torcedores, que aos poucos foram chegando e ocupando mesas e cal�adas. Na Rua Mato Grosso, entre a Avenida Augusto de Lima e a Rua Guajajaras, Maria Geralda Castro antecipou o hor�rio de montagem de seu carro de lanches, de meio-dia para as 9h. Precavida, instalou uma TV na cal�ada e distribuiu mesas at� a rua.
Quando come�ou a batalha na R�ssia, as ruas ficaram vazias e os restaurantes e bares, lotados. Na Avenida Amazonas com a Rua dos Guajajaras, funcion�rios de uma farm�cia disputavam sacos de pipoca diante de um aparelho de celular improvisado para a transmiss�o coletiva da partida. J� com o placar de 2 a 0 sacramentado, a correria come�ou para uma outra disputa: a de chegar ao trabalho a tempo. Ao t�rmino da partida, congestionamentos se espalharam, principalmente nos acessos ao Centro, e se prolongaram at� depois das 15h.

Tumulto na rua, torcida na escola
O M�xico em verde-amarelo

Quando o M�xico venceu a Alemanha, na primeira fase da Copa do Mundo, os sism�grafos registraram tremor artificial na Cidade do M�xico, causado pela comemora��o dos torcedores nas ruas e pra�as. Na manh� de ontem, depois da elimina��o dos mexicanos, n�o se tem not�cia de tremores. Nem l�, nem aqui, na Rua do M�xico, no Bairro Jardim Canad�, em Nova Lima, Grande BH. Bem distante do pa�s latino que lhe deu nome, na rua quem comemorou foram os brasileiros.
Na rua, n�o havia sinal de torcedores no momento do jogo, nem brasileiros tampouco mexicanos. O movimento vinha do Bar Tuke, onde muitos torcedores se encontraram. No entanto, o propriet�rio, Fernando Braz, de 38 anos, acredita que o movimento ser� maior no jogo de sexta-feira.
N�o poderia faltar � decora��o do bar da Rua M�xico um sombrero. Mas, para n�o dar chance ao advers�rio – nem ao azar –, Fernando tratou de decor�-lo com verde e amarelo.Tamb�m n�o houve espa�o para a tequila, o que prevaleceu foi a bebida amada pelos brasucas, a cerveja. “N�o d� para assistir sem beber uma cervejinha”, brincou a tamb�m propriet�ria do estabelecimento Neuza Fernandes, de 59.
A cabeleireira Carla Cibele Santos Souza, de 35, apostou no visual e, desde o in�cio do jogo, estava confiante da vit�ria. Al�m da camisa canarinho, decorou as unhas com azul, verde e amarelo. “Deu certo nos outros jogos, ent�o pinto sempre”, diz. Carla planejava desenho mais elaborado, caso o Brasil avan�asse para as quartas de final. A empres�ria Cristiane Figueiredo, de 42, tamb�m caprichou no vestu�rio para acompanhar o jogo. Ainda preparou o sobrinho, o pequeno Artur, de 1 ano e 10 meses, para j� desde pequeno torcer pela Sele��o.
Em outra regi�o da cidade, na Pra�a do M�xico, no Bairro Conc�rdia, confirmou-se que na manh� de segunda n�o haveria abalos. N�o se importando com o fato de a pra�a ter o nome do advers�rio, muitos torcedores foram para o Bar e Restaurante Reinar para acompanhar a partida. Com o retrospecto de outras sele��es, como Argentina e Espanha, que sucumbiram nas oitavas de final, os brasileiros estavam cautelosos. A comemora��o de peito aberto s� veio mesmo depois do segundo gol, do atacante Firmino. “Estava esperando mais da Sele��o. Pensei que o Brasil ganharia f�cil”, afirmou o advogado Adelmo de Oliveira, de 55. Ao fim do jogo, enfim, ele p�de comemorar. Que venham os belgas.