
Uma UPA para animais. Assim a Prefeitura de Belo Horizonte anunciou a constru��o do primeiro Hospital P�blico Veterin�rio no estado, com previs�o para inaugura��o at� o fim do ano. Sediada na Rua Pedro Bizoto, no Bairro Madre Gertrudes, na Regi�o Oeste da capital mineira, a estrutura dar� vida ao abandonado Centro de Sa�de Vila Imperial e vai priorizar o atendimento de animais da popula��o de baixa renda, por meio de uma triagem e por distribui��o de senhas. Inicialmente, a unidade vai oferecer atendimentos simples (consultas, curativos, fisioterapia etc.) e ambulatoriais, o que rendeu a compara��o com as unidades de pronto-atendimento.
O investimento parte de uma emenda parlamentar no valor de R$ 500 mil, em articula��o do vereador Osvaldo Lopes junto ao deputado federal Marcelo Aro, ambos do PSH, mesmo partido do prefeito Alexandre Kalil. A equipe e os n�meros de consult�rios e atendimentos ainda n�o est�o definidos, pois aguardam a elabora��o de um projeto de engenharia. A ideia inicial � que a prefeitura n�o arque com custo algum e opte por parceiras p�blico-privadas (PPPs) com institui��es de ensino. Dessa maneira, enquanto o Executivo municipal oferece um espa�o de aprendizado, as faculdades disponibilizam m�o de obra especializada e insumos – como um est�gio. A maioria dos profissionais deslocados, segundo a PBH, vir� da Associa��o Nacional de Cl�nicos Veterin�rios de Pequenos Animais (Anclivepa), respons�vel por montar a escala de trabalhadores.
"Vai ser uma oportunidade de emprego para os m�dicos-veterin�rios e de est�gios para os estudantes"
Guilherme Savassi, veterin�rio, dono de cl�nica na �rea
De acordo com o vice-presidente da Anclivepa, Aldair J�nio Woyames Pinto, o hospital n�o vai interferir no mercado da iniciativa privada. “Nossa fun��o ser� trabalhar de maneira t�cnica, vinculados �s institui��es de ensino, sem prejudicar a profiss�o e o conceito mercadol�gico dentro de Belo Horizonte, na tentativa de resolver o problema daquelas pessoas que t�m animais mas n�o disp�em de condi��es financeiras para arcar com os tratamentos”, afirmou. Segundo o vice-presidente da Anclivepa, procedimentos cir�rgicos, por enquanto, s� poderiam ser realizados em momentos de menor demanda. Cursos de capacita��o tamb�m ser�o oferecidos no Hospital P�blico Veterin�rio.
Dono da Cl�nica Cir�rgica de C�es e Gatos Dr. Guilherme Savassi, o veterin�rio que d� nome ao espa�o considera que o hospital n�o vai concorrer com o setor privado. “N�o � algo que venha a amea�ar a iniciativa privada, at� porque vai ser uma boa alternativa para n�s indicarmos. H� muitos clientes que n�o t�m condi��es (financeiras) e comentam: ‘Deveria existir o SUS para animais tamb�m’. Vejo a solu��o como positiva”, analisa. Al�m disso, o profissional ressalta a import�ncia da oferta de um novo campo de atua��o para os colegas. “Vai ser uma oportunidade de emprego para m�dicos-veterin�rios e de est�gios para os estudantes”, afirma.
RESTRI��ES Apesar dos avan�os significativos, servi�os de castra��o e vacina��o n�o ser�o ofertados – dois dos mais procurados pela popula��o. De acordo com a Escola de Veterin�ria da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), que oferece a castra��o gratuita semestralmente, por meio de um programa interno, filas s�o formadas nas depend�ncias da faculdade nos per�odos de atendimento. “N�o existe verba p�blica para animais. H� uma capacidade limitada por falta de verba e estrutura. O atendimento abre uma vez a cada semestre e com vagas limitadas, porque, infelizmente, a faculdade n�o tem condi��o de financiar esse tipo de a��o”, afirmou a assessoria da institui��o, em contato por telefone. Por ano, o hospital veterin�rio da escola faz 35 mil atendimentos, entre consultas, cirurgias e exames de imagem e laboratoriais.
Segundo o veterin�rio Guilherme Savassi, a aus�ncia da vacina��o no hospital p�blico representa uma limita��o. “A vacina��o que a prefeitura oferece, antirr�bica, � muito importante, mas existem v�rias outras doen�as, como a leishmaniose, cuja imuniza��o n�o � ofertada administra��o municipal. O mesmo vale para a vacina �ctupla, que evita uma s�rie de doen�as, como a cinomose, transmitida facilmente pelo contato diretor entre c�es”, analisa.