
Segundo a madre Maria Imaculada de Jesus H�stia, a prefeitura assumiu o compromisso, nas nada aconteceu, a n�o ser algumas visitas t�cnicas. "Vamos procurar o rec�m-eleito de Santa Luzia, dr. Christiano Xavier, para ver se ele nos ajuda", disse a abadessa de Maca�bas Dom Walmor destacou a import�ncia arquitet�nica, hist�rica e religiosa do Mosteiro de Maca�bas, que fica �s margens do Rio das Velhas e foi erguido em 1714 por F�lix da Costa. O local j� foi recolhimento feminino, uma das primeiras escolas para mo�as de Minas Gerais e, atualmente, � convento das irm�s concepcionistas.
A campanha Abrace Maca�bas foi lan�ada em 5 de setembro a fim de obter recursos para a recupera��o do mosteiro, sendo assinado, na �poca, um termo de compromisso entre a Prefeitura de Santa Luzia e o Minist�rio P�blico de Minas Gerais para garantir a recupera��o do muro externo erguido em adobe. Na �poca, o promotor de Justi�a de Santa Luzia, Marcos Paulo de Souza Miranda, explicou que se trata de um dos pontos mais urgentes na campanha de recupera��o, pois garante n�o s� a preserva��o da estrutura como tamb�m a seguran�a do convento.
URG�NCIA H� tr�s anos e meio, a abadessa comandou uma grande campanha para a compra das latas de tinta que deram vida nova ao azul colonial das portas e janelas e branco das paredes com um metro e meio de largura e prepararam o mosteiro para a festa do tricenten�rio. Acompanhando a cerim�nia religiosa, o presidente da Associa��o Cultural Comunit�ria de Santa Luzia, Adalberto Andrade Mateus, disse que “Maca�bas impressiona pelas dimens�es e conserva��o externa, mas, por dentro, precisa de reforma imediata de todo o sistema el�trico, descupiniza��o, enfim, de obra de restauro. Apesar da boa apar�ncia, tem problemas grav�ssimos”.
Basta olhar para o madeirame e ver a necessidade urgente de conserva��o do pr�dio que abrigou uma das primeiras escolas femininas das Gerais. Em alguns cantos, os cupins deixaram seu rastro em montinhos de madeira devorada, enquanto, ao pisar as t�buas corridas, ouve-se o estalo de perigo. O forro da capela, pintado no in�cio do s�culo 19, por Joaquim Gon�alves da Rocha, de Sabar�, tamb�m demanda a��o urgente para n�o sair de cena. Os olhos atentos v�o descobrir gambiarra de fios, colunas com perdas de reboco, buracos em madeiras, como se fosse um queijo su��o e outros sinais de deteriora��o. “Vamos conseguir o dinheiro. Deus est� conosco”, repete a abadessa ao lado da irm� Maria de S�o Miguel. Logo depois, ao meio-dia, ouvem-se as vozes das religiosas entoando os c�nticos na “hora sexta”.
Conhecer o Convento de Maca�bas, como � carinhosamente chamado, representa experi�ncia �nica: ali est�o freiras, roseiras para fazer vinho, muitas ora��es e trabalho duro. Na entrada principal, onde se l� a palavra clausura, v�-se em destaque a pintura de um personagem fundamental nesta hist�ria tricenten�ria: o eremita F�lix da Costa, que veio da cidade de Penedo (AL), em 1708, pelo Rio S�o Francisco, na companhia de irm�os e sobrinhos. Demorou tr�s anos para chegar a Santa Luzia, onde construiu uma capela dedicada a Nossa Senhora da Concei��o, de quem era devoto. Mas, antes disso, bem no encontro das �guas do Velho Chico com o Rio das Velhas, na Barra do Guaicu�, em V�rzea da Palma, Regi�o Norte do estado, ele teve a vis�o de um monge com h�bito branco, escapul�rio, manto azul e chap�u ca�do nas costas. Conforme o relato da madre superiora, “ele se viu ali” e “foi o ponto de partida para a funda��o do Recolhimento de Maca�bas”.
No s�culo 18, quando as ordens religiosas estavam proibidas de se instalar nas regi�es de minera��o por ordem da Coroa portuguesa, para que o ouro e os diamantes n�o fossem desviados para a Igreja, havia apenas dois recolhimentos femininos em Minas: al�m de Maca�bas, em Chapada do Norte, no Vale do Jequitinhonha. Conforme os estudos, tais espa�os recebiam mulheres de v�rias origens, as quais podiam solicitar reclus�o definitiva ou passageira. Havia, portanto, uma complexidade e diversidade de tipos de reclusas, devido � falta de estabelecimentos espec�ficos para suprir as necessidades delas. Assim, os locais abrigavam meninas e mulheres adultas, �rf�s, pensionistas, devotas, algumas que se estabeleciam temporariamente, para “guardar a honra”, enquanto maridos e pais estavam ausentes da col�nia, ou ainda como ref�gio para aquelas consideradas desonradas pela sociedade da �poca.