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Estado de Minas

BH tem muitas �reas de preserva��o, mas boa parte est� fechada e sofre degrada��o

Capital tem 75 �reas destinadas a esse tipo de espa�o p�blico, mas muitas delas est�o abandonadas, servindo para o descarte irregular de lixo ou ocupadas por usu�rios de drogas


postado em 23/07/2018 06:00 / atualizado em 25/07/2018 18:17

Parque Ecológico e Cultural Enseada das Garças, na Pampulha, aguarda há 15 anos para ser implantado e o local está tomado por lixo (foto: Jair Amaral/EM/DA Press)
Parque Ecol�gico e Cultural Enseada das Gar�as, na Pampulha, aguarda h� 15 anos para ser implantado e o local est� tomado por lixo (foto: Jair Amaral/EM/DA Press)

Os frequentadores dos parques da Serra do Curral, Aggeo Pio Sobrinho, das Mangabeiras e Roberto Burle Marx sentiram na pele os quase 230 dias de interdi��o devido � febre amarela. Parece muito, mas h� �reas em Belo Horizonte que s�o consideradas parques h� 20 anos, mas que at� agora n�o foram de fato implantados ou s�o espa�os de preserva��o onde a entrada de pessoas n�o � permitida por serem exclusivamente reservados � preserva��o ambiental (onde a presen�a do homem � vedada para que a natureza possa se reconstituir) e n�o a manejos de conserva��o (onde se integra regenera��o natural, educa��o ambiental e atividades de impacto controlados). Nessas duas situa��es h� 14 parques, que t�m �reas somadas de 718.480 metros quadrados. Representam, aproximadamente, 7% do destinado a esse tipo de espa�o p�blico. Ao todo, a capital mineira conta com 75 parques, ocupando 10,5 milh�es de metros quadrados. Muitos desses parques se encontram abandonados, servindo de alvos para o descarte irregular de entulho e lixo ou como esconderijos para usu�rios de drogas e criminosos, trazendo viol�ncia em vez de entretenimento para a vizinhan�a.

Uma das situa��es mais degradantes encontradas pela reportagem do Estado de Minas � a do Parque Ecol�gico e Cultural Enseada das Gar�as, na Pampulha. Essa unidade foi constitu�da legalmente em 2003, mas n�o foi de fato implantada. A �rea prevista, de 33.500 metros quadrados, segue o curso do C�rrego olhos D’�gua, que � afluente da Lagoa da Pampulha, recostada na Escola Estadual Maria Andrade de Resende. Vizinho ao parque, fica uma Unidade de Recolhimento de Pequenos Volumes (URPV), um servi�o da prefeitura criado para receber gratuitamente res�duos de at� um metro c�bico de constru��es, reformas e podas. Contudo, em vez de o servi�o ser usado, as pessoas preferem despejar os restos de obras que produzem e sobras de jardinagem no per�metro da �rea preservada.

TRILHAS IRREGULARES O parque aguarda h� 15 anos para ser implementado, mas n�o se encontra inviolado. Ao longo de suas cercas de tela met�lica, a reportagem encontrou seis rombos, que s�o utilizados como acessos clandestinos a trilhas irregulares abertas por pessoas que n�o poderiam frequentar o espa�o verde sem autoriza��o. Os dois port�es foram tamb�m arrebentados para o mesmo prop�sito. Como muitos espa�os da regi�o, o local onde se encontra o parque era ocupado por uma fazenda e devido a isso ainda se enxerga no seu interior, despontando do denso matagal, folhagens de coqueiros, bananeiras e goiabeiras.

(foto: Arte EM)
(foto: Arte EM)
Um dos buracos na cerca parece levar a um desses setores de pomar, mas ao se percorrer a trilha vicinal percebe-se que o coqueiro e as bananeiras est�o com seus cachos intactos. O objetivo real para a invas�o se encontra no solo: bitucas de cigarro, garrafas de bebida e latinhas furadas e queimadas para servir de cachimbo mostram ser aquele um espa�o utilizado por usu�rios de crack para consumir suas drogas. Essas pessoas n�o apenas utilizam suas pedras de entorpecente no local, como tamb�m fazem a mata de banheiro improvisado, infestando o local de insetos e causando um forte cheiro de dejetos.

A vizinhan�a afirma que essa situa��o tem contribu�do para a inseguran�a do bairro residencial, que j� conta com praticamente todas as suas casas fortificadas por rolos de concertina, arames farpados, cercas el�tricas e placas com a marca da Pol�cia Militar do Programa de Vizinhos Protegidos. “Temos v�rios casos de arrombamentos e de tentativas de invas�o das casas. Sabemos que essas pessoas consumindo drogas trazem traficantes para perto de n�s e como precisam tamb�m de dinheiro para sustentar o seu v�cio se voltam para crimes aqui na regi�o. Era preciso que se acabasse com isso e criar um parque poderia ser a solu��o”, sugere um das moradoras do bairro Enseada das Gar�as, de 47 anos, que pede para n�o se identificar com medo de ser alvo dos criminosos. “A gente at� evita sair de casa � noite. Quando preciso muito, pe�o para meu filho ou meu marido esperar no port�o da garagem e esperar enquanto estaciono”, diz a mulher.

O desempregado Felipe Wellis Ramos, de 31, corre todos os dias por 10 quil�metros e tem de se sujeitar ao movimento dos carros, mau cheiro do c�rrego e � viol�ncia devido � aus�ncia de um espa�o adequado para a pr�tica de seus exerc�cios. “Um parque seria excelente para quem quer se exercitar, como eu, mas tamb�m para crian�as brincarem nas f�rias e passear com seus pais”, diz.


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