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Estado de Minas

Edital quer agilizar obras contra enchentes na Avenida Cristiano Machado

Prefeitura anuncia reabertura da licita��o para realizar obras que impe�am alagamentos na avenida e entorno. Constru��o de canal deve durar um ano e meio


postado em 24/07/2018 06:00 / atualizado em 24/07/2018 07:39

Canalização será feita paralelamente à já existente na altura da Estação São Gabriel, para reduzir enchentes (foto: Paulo Filgueiras/EM/DA Press)
Canaliza��o ser� feita paralelamente � j� existente na altura da Esta��o S�o Gabriel, para reduzir enchentes (foto: Paulo Filgueiras/EM/DA Press)

Moradores e comerciantes da Avenida Cristiano Machado e seu entorno acompanham com expectativa o desdobramento da licita��o de uma obra importante para evitar enchentes na avenida. O an�ncio da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) da reabertura do edital, que promete resolver parte dos problemas trazidos pela chuva, anima a popula��o, que coleciona preju�zos com alagamentos hist�ricos na avenida onde � formado o Ribeir�o do On�a, um dos principais cursos d’�gua de BH. A prefeitura espera construir, em um ano e meio a partir da assinatura da primeira ordem de servi�o, um novo canal para o manancial ao lado do que j� existe entre o cruzamento com a Avenida Risoleta Neves, no Bairro Primeiro de Maio, e a Esta��o S�o Gabriel do Move, aumentando, dessa forma, a capacidade de drenagem de �gua. A obra pode alcan�ar o teto de R$ 45 milh�es, com recursos do Fundo Municipal de Saneamento e de financiamento via Minist�rio das Cidades, al�m de R$ 25 milh�es j� licitados para desapropria��es.

A jun��o do C�rrego Cachoeirinha e do Ribeir�o Pampulha, formando o Ribeir�o do On�a, produziu, nos �ltimos 10 anos, v�rios alagamentos que, quando acontecem, t�m potencial para transformar a Avenida Cristiano Machado em um rio. Sem vaz�o para o volume de �gua em chuvas fortes, o canal inicial do On�a enche e a �gua volta ao longo dos dois afluentes, causando um efeito cascata na Cristiano Machado, onde corre parte do curso do Ribeir�o Pampulha, e Bernardo Vasconcelos, via por onde passa o canal aberto do C�rrego Cachoeirinha. Para resolver completamente o problema, a Superintend�ncia de Desenvolvimento da Capital (Sudecap) prev� cinco interven��es.

A primeira delas prev� a atua��o direta no On�a. Segundo a Sudecap, ser� constru�do um canal paralelo � canaliza��o existente, iniciando nas proximidades do cruzamento da avenida Cristiano Machado com avenida Risoleta Neves at� a divisa com a faixa de dom�nio da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) dentro da Esta��o S�o Gabriel, numa extens�o de 286,96 metros. No trecho final, pr�ximo � faixa de dom�nio da CBTU, esta nova estrutura se interligar� ao canal j� existente no Ribeir�o do On�a, informou a Sudecap. O modelo da constru��o � conhecido como parede diafragma. A obra ainda prev� a jun��o do novo canal com a estrutura j� existente. A data final para encaminhamento de propostas de empresas interessadas em tocar a primeira etapa das obras � 9 de agosto. O superintendente da Sudecap, Henrique Castilho, destaca que essa obra seguir� os tr�mites do Regime de Contrata��o Diferenciado (RDC), que permite � administra��o municipal analisar a documenta��o apenas da empresa que apresentou o melhor pre�o, acelerando os tr�mites. “Isso facilita para abrirmos as obras ainda esse ano”, pontua o superintendente, caso o procedimento n�o sofra interrup��es judiciais. Ainda segundo Castilho, essa parte n�o vai exigir fechamento do acesso � Avenida Risoleta Neves e por isso o impacto ser� bem menor, com maior concentra��o de interven��es em uma �rea interna da CBTU.

A interfer�ncia no tr�nsito deve chegar para valer a partir da segunda fase, que de acordo com Castilho dever� ter a licita��o de obras lan�ada ainda esse ano. Essa parte contempla a amplia��o do canal do Ribeir�o Pampulha, que vai das imedia��es da Esta��o S�o Gabriel at� o cruzamento da Cristiano Machado com a Avenida Sebasti�o de Brito, no Dona Clara, e tem perspectiva de durar dois anos. O trajeto de cerca de 1,30 quil�metro est� praticamente todo dentro da Cristiano Machado. “Para essa parte j� existem discuss�es com a BHTrans para a situa��o do tr�nsito”, acrescenta Castilho. A terceira etapa prev� a constru��o de um canal paralelo ao C�rrego Cachoeirinha em um trecho de 1,10 quil�metro, mas essa parte ainda n�o tem recursos assegurados. Por fim restar�o interven��es no C�rrego Suzana, que tamb�m � contribuinte da bacia do On�a, e a constru��o do Parque Linear do On�a, que vai remover resid�ncias de uma mancha de inunda��o entre a cachoeira existente no curso d’�gua e a Esta��o de Tratamento de Esgoto (ETE) da Copasa. Henrique Castilho destaca que os prazos estipulados pela prefeitura para conclus�o das obras dependem tamb�m da emiss�o das devidas licen�as ambientais necess�rias, pois a prefeitura n�o pode passar por cima das regras para acelerar os procedimentos.

(foto: Arte EM)
(foto: Arte EM)


INUNDA��ES H� cinco anos como donos de uma loja de loca��o de equipamentos para constru��o civil na Rua Gilson Bretas, Bairro Suzana, Regi�o da Pampulha, os irm�os Vin�cius Jopetipe, 34, e Mateus da Silva Jopetipe, 31, tiveram um preju�zo de quase R$ 30 mil em dezembro do ano passado, quando a loja foi invadida pela �gua de um temporal na regi�o. “Aqui a gente monta uma estrutura de cavalete de novembro a abril para levantar as m�quinas caso comece a chover. Nesse per�odo, quando estamos em casa e come�a a cair a �gua a gente fica sem saber se vai encontrar as m�quinas boiando”, diz Vin�cius. Mateus acrescenta que a obra ser� importante, mas vem tarde. “J� deveria ter sido feita, toda vez que chove forte tem alagamento”, diz ele.

O preparador automotivo Artur Lima da Silva, 26, trabalha em uma oficina na Avenida Risoleta Neves h� tr�s anos e est� bastante acostumado com a rotina de alagamentos da regi�o. “A �gua vem por esse canal e quando chega na boca ela n�o entra, acumulando para todo lado e enchendo a Cristiano Machado. Teve uma situa��o que a �gua entrou na oficina e algumas pe�as como macaco e compressor ficaram boiando. Se a obra sair e parar de alagar vai melhor demais para n�s”, diz ele.

Crateras seguem sem solu��o


Rua do Bairro Ribeiro de Abreu sofreu com enchente em março e ficou destruída (foto: Paulo Filgueiras/EM/DA Press)
Rua do Bairro Ribeiro de Abreu sofreu com enchente em mar�o e ficou destru�da (foto: Paulo Filgueiras/EM/DA Press)

As obras no in�cio do leito do Ribeir�o do On�a, nas imedia��es da Avenida Cristiano Machado, prometem come�ar a solucionar problemas que tiram o sono de moradores e comerciantes n�o s� da via que liga o Centro �s regi�es Norte, Nordeste, Pampulha e Venda Nova, mas ao longo dos bairros cortados pelo curso d’�gua. Acostumada a conviver com o risco quando chove forte, a popula��o do Bairro Ribeiro de Abreu, Nordeste da cidade, vivenciou de forma violenta os efeitos das cheias do On�a em mar�o deste ano. Parte da Rua Ant�nio Ribeiro de Abreu foi levada pela chuva, abrindo uma cratera na regi�o que segue sem solu��o at� hoje. Com as obras que podem come�ar ainda esse ano e as demais etapas de toda a bacia de macrodrenagem dos ribeir�es Pampulha, do On�a e C�rrego Cachoeirinha, a expectativa � que esse tipo de problema n�o ameace mais os moradores.

Um dos mais impactados com o desmoronamento de quase toda a Rua Ant�nio Ribeiro de Abreu � o empres�rio Lucas de Souza Reis, dono de uma f�brica de calhas na via. Sem a infraestrutura urbana na porta de sua loja, ele viu o movimento cair e ainda perdeu todos os inquilinos nos apartamentos que alugava na parte de cima da f�brica. “Os clientes chegam na esquina, olham a falta da rua e voltam. Chegou a cair 90% o movimento. N�o sobrou nenhum inquilino em cada um dos nove apartamentos que me rendiam R$ 4 mil por m�s”, afirma ele. Segundo o empres�rio, em 10 anos de atua��o naquela regi�o o problema de desabamento da rua j� aconteceu tr�s vezes.

De acordo com a Superintend�ncia de Desenvolvimento da Capital (Sudecap), a Defesa Civil e a BHTrans isolaram e sinalizaram a �rea em mar�o deste ano. “A Rua Ant�nio Ribeiro de Abreu est� localizada em �rea inund�vel margeando o Ribeir�o do On�a, na qual ser� implantando o Parque Linear do On�a”, que faz parte do conjunto de obras de macrodrenagem da regi�o, conforme a Sudecap. Essa �rea ter� a fun��o de preservar a v�rzea do manancial, “com foco no restabelecimento da mata ciliar, recupera��o de margens e recupera��o da �rea de preserva��o permanente”, acrescenta a superintend�ncia. Dessa forma a prefeitura espera que a popula��o deixe de habitar as �reas com risco de inunda��o. No primeiro momento, est�o previstos o cercamento da �rea destinada ao parque, remo��o das fam�lias e a demoli��o dos im�veis existentes no local.

A remo��o das fam�lias da Rua Ant�nio Ribeiro de Abreu j� estava prevista e, gra�as ao desmoronamento de mar�o, a Companhia Urbanizadora de Belo Horizonte (Urbel) est� antecipando o cronograma e priorizando os procedimentos de remo��o no local. “As 12 edifica��es localizadas na Rua Ant�nio Ribeiro de Abreu j� est�o em processo de negocia��o para a sa�da do local”, finaliza a Sudecap.


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