Chama a aten��o tamb�m o fato de que a participa��o dos desastres com motocicletas no total de repara��es se mant�m h� seis anos em torno da casa dos 70% em Minas, apesar de as motos corresponderem a apenas 22,7% da frota total de 10.912.579 ve�culos no estado. No pa�s, essa rela��o � ainda mais desigual: os pagamentos para v�timas de batidas com envolvimento de motos chegam a 76% do total de indeniza��es do DPVAT, para uma frota equivalente a 27% do total de autom�veis.
Nas ruas e avenidas de Belo Horizonte, n�o � dif�cil entender por que as pessoas que trafegam em motocicletas est�o mais suscet�veis ao risco. Motociclistas em muitos casos andam em alta velocidade e cortam ve�culos pesados por entre corredores estreitos. A explos�o da quantidade de motos nos �ltimos 10 anos em Minas Gerais tamb�m ajuda a entender a frequ�ncia de acidentes e, consequentemente, a quantidade de indeniza��es. Dados do Departamento Nacional de Tr�nsito (Denatran) mostram que, em junho de 2008, a frota de motos registrada em Minas estava na casa de 1,25 milh�o. Em junho deste ano, o n�mero bateu 2,48 milh�es, aumento de 98%.
Somente no Hospital de Pronto-Socorro (HPS) Jo�o XXIII, principal refer�ncia no atendimento de v�timas de acidentes na capital mineira, este ano, at� ontem, ocorreram 20 �bitos, e um total de 2.351 pessoas deram entrada na unidade v�timas de acidentes com motocicletas. Os n�meros tendem a ficar no patamar de 2017, que fechou com 41 mortes em 5.427 casos que deram entrada no HPS. Em 2016, foram 68 �bitos entre 6.051 pessoas atendidas.}

PERIGO AUMENTADO Para Osias Batista, consultor em transporte e tr�nsito, o primeiro fator que evidencia o risco a que motociclistas est�o expostos � o processo para se conseguir a Carteira Nacional de Habilita��o (CNH) na categoria A, para pilotar motos. “N�o existe um treinamento pr�tico na rua e por isso eles n�o s�o testados adequadamente”, diz o especialista. Batista ainda aponta a dificuldade maior de frenagem do que em um carro, o risco de queda do piloto na hora da frenagem, a falta de visibilidade das motocicletas, que muitas vezes n�o s�o vistas pelos ve�culos maiores, e a baixa prote��o de um motociclista, que basicamente se resume ao capacete. “Em fun��o dessa total falta de preparo e do comportamento de risco muito alto dos motociclistas, porque desconhecem t�cnicas de condu��o no tr�nsito, eles acham que esse risco � normal. A pessoa tira a carteira e quando sai na rua � que v� como os demais condutores andam, imaginando que esse seja o certo”, acrescenta.
A possibilidade de testes te�ricos de dire��o defensiva exclusiva para motos, com posterior aplica��o na pr�tica, chegou a ser inclu�da em uma resolu��o do Conselho Nacional de Tr�nsito (Contran) depois de in�meras discuss�es em todo pa�s. Mas, como o Contran tamb�m acrescentou na resolu��o a necessidade de aplica��o de curso te�rico para renova��o de todos os tipos de carteiras, o Congresso Nacional barrou a resolu��o, segundo o consultor, o que prejudicou as melhorias de seguran�a para condutores de motos.
PONTO CR�TICO Arthur Froes, superintendente de opera��es da Seguradora L�der, explica que a motocicleta � a categoria respons�vel pela maior parte das indeniza��es pagas pelo Seguro DPVAT a v�timas de acidentes de tr�nsito. “De acordo com o Boletim Estat�stico divulgado em junho pela Seguradora L�der, 76% dos acidentes indenizados no primeiro semestre de 2018 envolveram motocicletas, apesar de esse tipo de ve�culo representar apenas 27% da frota nacional”, assinala.
“Nos �ltimos 10 anos, por exemplo, os motociclistas receberam 2.293.033 das indeniza��es pagas pelo Seguro DPVAT em todo pa�s. Em Minas Gerais, eles representaram mais de 230 mil indeniza��es. Os dados mostram que os acidentes com motocicletas ainda s�o o ponto mais cr�tico no tr�nsito”, destacou Froes.
Saiba mais
Seguro DPVAT
� arrecadado anualmente de todos os donos de carros, motos, �nibus e caminh�es, na renova��o do licenciamento. Na ocorr�ncia de acidente, o valor das indeniza��es varia. Em caso de morte, o valor da repara��o � de R$ 13.500, o mesmo teto para casos de invalidez permanente, variando conforme a intensidade e repercuss�o da les�o, segundo tabela prevista em lei federal. Despesas m�dicas e hospitalares s�o reembolsadas em at� R$ 2.700, considerando os gastos comprovados. Dar entrada no pedido de indeniza��o � gratuito e n�o exige intermedi�rios. V�timas ou benefici�rios devem reunir a documenta��o necess�ria e se dirigir a um dos quase 8 mil postos de atendimento da Seguradora L�der. Os locais podem ser consultados em www.seguradoralider.com.br/Pontos-de-Atendimento. O prazo � de 3 anos para dar entrada no pedido.