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Estado de Minas

Obras restringem acesso � Pra�a da Liberdade e � Igrejinha da Pampulha

Enquanto na Pampulha o canteiro de obras para restaurar o templo desenhado por Oscar Niemeyer deve durar ao menos um ano, na Pra�a da Liberdade, que teve a rigidez de seu cercamento amenizada por 57 murais pintados por grafiteiros, as reformas est�o previstas para durar at� novembro


postado em 31/07/2018 06:00 / atualizado em 31/07/2018 07:36

Com visitação limitada, praça mais famosa de BH ganhou um novo atrativo nas cores de murais pintados por grafiteiros (foto: Juarez Rodrigues/EM/DA Press)
Com visita��o limitada, pra�a mais famosa de BH ganhou um novo atrativo nas cores de murais pintados por grafiteiros (foto: Juarez Rodrigues/EM/DA Press)


Dois cart�es-postais fechados para restaura��o. Ontem, m�quinas come�aram a operar na Pra�a da Liberdade, na Regi�o Centro-Sul de Belo Horizonte, espa�o nobre que testemunha todas as fases arquitet�nicas e hist�ricas da cidade e que se tornou um grande palco de acontecimentos em mais de 100 anos. J� na Pampulha, foi finalmente implantado o canteiro de obras para restaurar a Igreja S�o Francisco de Assis, conhecida por brasileiros e estrangeiros como Igrejinha da Pampulha. Mas, mesmo cercada de tapumes, a  Pra�a da Liberdade acabou se transformando em mais um atrativo para moradores da capital e visitantes. Os fot�grafos, ent�o, se esbaldam, diante de uma gigantesca galeria de arte urbana com 57 murais pintados por grafiteiros. J� na Pampulha enquanto n�o chegam os tapumes, que devem ser instalados a partir de hoje, os visitantes n�o perdem tempo, aproveitando os dias claros para registrar o monumento ou fazer selfies. Agora, � esperar o fim das interven��es: em um ano para a igrejinha e at� novembro para a pra�a mais famosa de BH.


Fechada desde novembro – e com a ordem de servi�o para in�cio da interven��o assinada h� quase dois meses pelo prefeito Alexandre Kalil –, a Igreja S�o Francisco de Assis, integrante do conjunto moderno reconhecido como patrim�nio cultural da humanidade, come�a finalmente a ter a movimenta��o de oper�rios. No in�cio da tarde de ontem, era poss�vel ver trabalhadores em a��o, dois cont�ineres instalados (para abrigar escrit�rio e almoxarifado) e as estacas com base de concreto que v�o dar suporte aos tapumes. Uma cerca pl�stica com fita zebrada veda a passagem no lado direito e traz o cartaz: “Cuidado: obras”.


Como mostrou o Estado de Minas na semana passada, o painel de azulejos contando a vida de S�o Francisco de Assis, de autoria de C�ndido Portinari (1903-1962), ficar� � mostra durante todo o servi�o, para que os visitantes possam fotograf�-lo. Com extens�o de 104 metros lineares, os tapumes v�o interditar as laterais do templo, sem fechar a margem da lagoa. Assim, quem estiver do outro lado do reservat�rio, no Museu de Arte da Pampulha, por exemplo, poder� ver a fachada da constru��o concebida na d�cada de 1940 pelo arquiteto Oscar Niemeyer (1907-2012). A montagem dos tapumes deve durar duas semanas.


“Este in�cio � animador. Tomara que a obra continue, pois este � um lugar muito importante”, disse o bombeiro militar Wanderson Eduardo Nascimento, que passeava com a mulher, Raquel Viana Nascimento, e a filha, Sophia, de 8. “Viemos aqui exatamente para fotografar a igrejinha, pois a Sophia est� fazendo um trabalho da escola sobre o patrim�nio”, contou Wanderson. Raquel tamb�m ficou feliz, lembrando que o estado atual do templo � desolador. “Tem at� teia de aranha”, lamentou.


A consultora Vanessa Salles, moradora do Bairro Castelo, tamb�m na regi�o da Pampulha, tem o costume de levar o filho ao col�gio e depois fazer uma caminhada. “Ent�o parece que agora vai. Esta � uma refer�ncia importante para todos n�s. Quando parentes de Jo�o Monlevade v�m nos visitar, fazemos quest�o de traz�-los aqui.” O casal S�rgio Jos� Monteiro, policial militar, e Alv�nia dos Santos Monteiro, professora, ambos aposentados, de Bras�lia, fez quest�o de visitar a Pampulha. Mas os dois acabaram frustrados. “Consegui ver, atrav�s do vidro, que tem obras muito bonitas. � um patrim�nio da humanidade, pena que est� deste jeito”, queixou-se Alv�nia.


Com atraso de dois anos e sete meses na restaura��o, a igrejinha � um dos �cones da arquitetura moderna brasileira e tem tombamento municipal, estadual e federal, pelo Instituto do Patrim�nio Hist�rico e Art�stico Nacional. As interven��es mais do que necess�rias, na avalia��o dos especialistas, fazem parte dos compromissos assumidos com a Organiza��o das Na��es Unidas para a Educa��o, a Ci�ncia e a Cultura (Unesco), depois da entrega do t�tulo, h� pouco mais de dois anos. Segundo a Secretaria Municipal de Obras e Estrutura (Sudecap), da Prefeitura de Belo Horizonte, a instala��o dos tapumes j� faz parte da obra cujo valor � de R$ 1,075 milh�o. Os recursos s�o provenientes do Programa de Acelera��o do Crescimento (PAC) das Cidades Hist�ricas.


NO FOCO Desde a instala��o dos tapumes, h� 10 dias, a Pra�a da Liberdade, na Regi�o Centro-Sul de Belo Horizonte, n�o para de atrair fot�grafos interessados em registrar, na c�mera ou no celular, os murais que ganharam a arte dos grafiteiros. Em visita a BH no fim de semana, o casal paulista Andreza Kadima, m�dica, e Guilherme Sakajiri, engenheiro, deu a volta para guardar na galeria do celular todos os detalhes do espa�o. “Gostamos muito de arte urbana e aqui est� muito bonito”, disse Andreza, que veio a BH pela primeira vez. Guilherme espera que a restaura��o do espa�o p�blico se harmonize com o conjunto arquitet�nico, que re�ne v�rios estilos, como modernista e p�s-moderno, neocl�ssico. Com aten��o, olhou os trabalhos minuciosamente e perguntou: “O que ser� feito com esses pain�is quando terminar a obra?”.

No domingo, mesmo com o sol quente, muita gente passava demoradamente para observar os detalhes dos pain�is. “Tem uma diversifica��o grande de temas”, comentou a estudante Sabrina Couto, ao lado da amiga Bia Vasconcelos, baiana que vive na Pampulha. Com um grupo de amigos apaixonados por fotografia, moradores de BH e cidades da Regi�o Metropolitana, Leonardo Perdig�o elogiou a iniciativa. “Estes tapumes com grafites tiram aquele ar de abandono que muitas obras costumam ter. Est� legal demais, d� um clima de urbano e cl�ssico”, disse o fot�grafo.


Do lado de dentro da pra�a, pais empurrando carrinhos de beb�, amigos no bate-papo sentados nos bancos, contumazes corredores e adeptos da caminhada matinal ocupavam as alamedas para o lazer e o esporte. E como entraram l�? Quem responde � uma jovem, suando em bicas. “Uai, o port�o est� aberto”, respondeu. Com efeito, a entrada no tapume estava livre para quem quisesse.

Sobre os destinos dos pain�is, a assessoria da prefeitura informou que tudo vai depender do estado de conserva��o da madeira, j� que o material vai enfrentar sol e chuva. Quanto ao acesso � pra�a, � outra hist�ria: no fim de semana, o port�o estava sem cadeado, mas desde ontem o acesso est� fechado, sem possibilidade de tr�nsito a n�o ser do pessoal da obra.

Dois �cones


Obras na igrejinha levarão um ano, mas painéis de azulejos não serão cobertos (foto: Beto Novaes/EM/DA Press)
Obras na igrejinha levar�o um ano, mas pain�is de azulejos n�o ser�o cobertos (foto: Beto Novaes/EM/DA Press)
O conjunto arquitet�nico moderno da Pampulha se tornou patrim�nio cultural da humanidade em 17 de julho de 2018, durante a realiza��o da 40ª sess�o do Comit� do Patrim�nio Mundial da Organiza��o das Na��es Unidas para a Educa��o, a Ci�ncia e a Cultura (Unesco). O encontro, com a presen�a de representes da Funda��o Municipal de Cultura/Prefeitura de Belo Horizonte ocorreu no Centro de Conven��es de Istambul, na Turquia. A aprova��o dos conselheiros ocorreu por unanimidade. Al�m da Igreja S�o Francisco de Assis, a Igrejinha da Pampulha, o conjunto interligado pela lagoa inclui o Museu de Arte da Pampulha (MAP), a Casa do Baile e o Iate T�nis Clube.

Na Praça da Liberdade, arte urbana agora concentra a atenção de visitantes(foto: Juarez Rodrigues/EM/DA Press)
Na Pra�a da Liberdade, arte urbana agora concentra a aten��o de visitantes (foto: Juarez Rodrigues/EM/DA Press)
A Pra�a da Liberdade foi inaugurada em 1897 e tombada como patrim�nio h� 40 anos pelo Instituto Estadual do Patrim�nio Hist�rico e Art�stico de Minas Gerais (Iepha-MG). A revitaliza��o completa do complexo tur�stico, prevista para terminar em novembro, tem � frente Prefeitura de BH, governo do estado, por meio do Instituto Estadual do Patrim�nio Hist�rico e Art�stico de Minas Gerais (Iepha/MG), e uma empresa privada. A pra�a vai passar por renova��o do sistema de ilumina��o, restaura��o do coreto, da est�tua Ninfa e do piso da pista de caminhada, reinstala��o das placas de monumentos e a reformula��o do mobili�rio. Ela vai receber ainda equipamentos com padr�es arrojados de design, com novos bancos e lixeiras.

 


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