A satisfa��o de se olhar no espelho e se sentir bem. “N�o � porque estamos no hospital que n�o temos que cuidar da nossa apar�ncia. Isso � autoestima”, disse Geraldo In�cio, de 56 anos, depois de cortar o cabelo e fazer a barba. Isso porque neste domingo, na data dedicada a eles, os pais em tratamento oncol�gico na Santa Casa BH, no bairro Santa Efig�nia, Regi�o Leste de BH, ganharam um presente especial: atendimento vip para cuidar do visual.
A barbearia solid�ria, com duas cadeiras, foi montada no hall do 8º andar do hospital. At� o fim do dia, 60 homens passaram por l� para tratar do cabelo e da barba. A iniciativa � uma homenagem aos pais e uma forma de trabalhar a autoestima – que tem papel fundamental na recupera��o da sa�de deles.
Geraldo In�cio contou que j� est� internado h� 40 dias para se tratar de linfomas e disse que havia pelo menos dois meses que n�o dava um “trato”: “O barbeiro me garantiu 10 anos mais novo”, brincou ele, que ficou muito feliz ao se olhar no espelho e ver o resultado. O servi�o foi oferecido pela Rota 7 Barber Club e atendeu das 10h �s 14h, por ordem de chegada.
Edson Casa Grande, de 67, foi um dos pacientes beneficiados e tamb�m n�o escondeu o sorriso ao se ver com a barba feita. “Estou internado desde o dia 16 para um transplante de f�gado. A gente fica naquele t�dio aqui dentro, entre quatro paredes. � do banheiro para cama, da cama para o banheiro. Sair da rotina � muito importante. Espero que muitos outros sejam beneficiados”, afirmou. Ele tirou a barba e cortou os cabelos e contou que j� precisava fazer a barba, mas evita porque se machuca com a m�quina. Ele ficou muito feliz com o resultado: rosto “lisinho”. E afirmou: “De 0 a 10 � nota 11”.
VOLUNT�RIO O barbeador Ed Silva � quem fez o bom trabalho. “Foi um convite da Santa Casa e n�s topamos de imediato. N�s fomos privados de estar com nossos pais, mas estamos com os pais de outras pessoas. A ideia � influenciar outras pessoas para que elas tamb�m fa�am algo pelo pr�ximo, por menor que seja a a��o. Arrancar um sorriso n�o tem pre�o”, disse.
Ainda de acordo com ele, os homens chegam debilitados e se “arrastando”. “Chegam muito bagun�ados. Mas, quando terminam, parecem uma outra pessoa. Saem daqui at� mais jovens”, concluiu.
O coordenador do setor de enfermagem da ala de oncologia, Paulo Henrique, confirmou a efici�ncia desse tipo de trabalho na autoestima dos pacientes. “� um momento de descontra��o muito importante e tem muita valia no tratamento”, disse.
Jos� Raimundo de Moraes, de 58, est� internado h� oito dias. Ele contou que saiu da “ro�a” para tentar uma nova fase da vida na cidade. Por�m, deparou-se com um problema de sa�de. Com o visual novo, ele garante que quer se recuperar logo e realizar seu grande sonho: encontrar a cara metade.