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Estado de Minas

Em poucas horas, �nibus matam 8 em BRs de Minas conhecidas por armadilhas

Acidentes ocorreram na chamada Rodovia da Morte, onde v�timas foram pacientes a caminho de tratamento em BH, e na BR-146, a poucos quil�metros de onde outro coletivo matou seis pessoas h� cerca de um ano


postado em 28/08/2018 06:00 / atualizado em 28/08/2018 12:35

Coletivo contratado pela Secretaria de Saúde de Araçuaí bateu em carro antes de tombar na BR-381. Além das quatro mortes, pacientes e acompanhantes se feriram (foto: Reprodução da internet/WhatsApp)
Coletivo contratado pela Secretaria de Sa�de de Ara�ua� bateu em carro antes de tombar na BR-381. Al�m das quatro mortes, pacientes e acompanhantes se feriram (foto: Reprodu��o da internet/WhatsApp)


Rodovias federais conhecidas por suas armadilhas, respons�veis por graves acidentes em Minas, voltaram a registrar trag�dias que, em um espa�o de poucas horas, tiraram a vida de oito pessoas. Todas foram v�timas de dois desastres com �nibus, que deixaram ainda cerca de 90 feridos. A primeira ocorr�ncia foi ainda de madrugada, na BR-146, onde um ve�culo que saiu de S�o Paulo e seguia para o Cear� caiu em uma ribanceira entre Cruzeiro da Fortaleza e a Serra do Salitre, no Alto Parana�ba. Quatro pessoas morreram na hora, a poucos quil�metros do ponto em que h� quase um ano haviam morrido seis ocupantes de um coletivo que perdeu o controle e saiu da pista. J� na BR-381, no trecho conhecido como Rodovia da Morte, que liga Belo Horizonte a Governador Valadares, um �nibus que transportava passageiros para tratamento m�dico na capital bateu na traseira de um carro e, em seguida, tombou �s margens da rodovia.

O desastre na BR-381 voltou a despertar a aten��o para o mart�rio enfrentado por pacientes de cidades do interior de Minas Gerais que enfrentam longas jornadas e convivem com o medo da inseguran�a nas estradas, em busca de tratamento de sa�de. O �nibus que se acidentou era terceirizado, e estava a servi�o da Secretaria Municipal de Sa�de de Ara�ua�, no Vale do Jequitinhonha. O ve�culo deixou a cidade no fim da tarde de anteontem, com destino a Belo Horizonte. No trecho de S�o Gon�alo do Rio Abaixo, na Regi�o Central do estado, o ve�culo se envolveu no acidente, no in�cio da manh� de ontem. Quatro pessoas morreram.

A ocorr�ncia foi registrada no Km 379. Uma das hip�teses a serem investigadas s�o problemas mec�nicos. “O �nibus vinha no sentido Belo Horizonte, em uma descida de serra. Parece que o motorista perdeu o freio e colidiu na traseira de um Palio, que foi arremessando para fora da pista. Logo em seguida, o coletivo tombou �s margens da rodovia”, informou o inspetor Aristides J�nior, chefe do N�cleo de Comunica��o da Pol�cia Rodovi�ria Federal (PRF) em Minas. “Um ocupante do Palio teve les�es. Os quatro mortos estavam no �nibus, porque ele tombou sobre as pessoas”, acrescentou. Segundo o Corpo de Bombeiros, 49 pessoas ficaram feridas no desastre. Elas foram encaminhadas a hospitais de Jo�o Monlevade, S�o Gon�alo do Rio Abaixo, Itabira e BH.

Segundo secret�ria de Sa�de de Ara�ua�, Rita Capdeville, o ve�culo saiu do munic�pio, a cerca de 536 quil�metros da capital, por volta das 18h de domingo. A previs�o de chegada era para o in�cio da manh� de ontem. A viagem � feita todo domingo, com retorno programado para as quintas-feiras. Na capital, os pacientes ficam hospedados em casas de apoio no Bairro Saudade, na Regi�o Leste.

O �nibus que se acidentou levava acompanhantes e pacientes que fazem m�ltiplos tratamentos em hospitais de BH. Duas crian�as estavam no ve�culo no momento da batida, mas n�o se machucaram. Segundo a secret�ria, a empresa Diogo Turismo foi contratada para o servi�o. “A situa��o do ve�culo � regular e a contrata��o foi mediante licita��o. Ficamos muito tristes ao saber do que aconteceu, mas vale frisar que a prefeitura faz um trabalho muito s�rio. Lamentamos e vamos fazer de tudo para acolher as v�timas e seus familiares”, disse. Na porta da secretaria foi montada uma tenda para atender fam�lias das v�timas e repassar informa��es.

Distantes dos parentes que j� estavam com a sa�de debilitada, familiares dos envolvidos no desastre enfrentam a ang�stia da dist�ncia e da dificuldade de comunica��o. A filha de uma das sobreviventes relatou enfrentar dificuldades em obter informa��es no hospital de S�o Gon�alo do Rio Abaixo, para onde foram levadas algumas das v�timas. Ela conta que conseguiu conversar com a m�e apenas uma vez ap�s o acidente. “� uma situa��o desesperadora n�o ter informa��o. At� pensei em ir para l�, mas n�o tenho como”, contou. Ela, que tem a sogra internada na mesma unidade, acrescentou que a falta de not�cias, associada aos comunicados de mortes, � assustadora. O Estado de Minas tamb�m tentou contato com o hospital, mas as liga��es n�o foram atendidas.

Foi o segundo acidente em menos de 15 dias envolvendo ve�culos de transporte de pacientes de Ara�ua�. Em 16 de agosto, uma das rodas de um micro-�nibus da Secretaria Municipal da Sa�de se soltou na BR-367, durante uma viagem para Diamantina, no Vale do Jequitinhonha. Mas, segundo a titular da pasta, ningu�m se feriu na ocasi�o.


O desastre em Serra do Salitre ocorreu a cerca de 20 quil�metros do ponto em que, em 2 de setembro de 2017, um �nibus que seguia de Alagoas para S�o Paulo caiu em uma vala �s margens da BR-146, pr�ximo ao Km 87. O ve�culo tombou, deixando seis mortos e dezenas de feridos. No acidente de ontem, o coletivo que seguida de S�o Paulo para o Cear� caiu em uma ribanceira no Km 65 da mesma estrada. Quatro passageiros morreram na hora e cerca de 40 ficaram feridos. O ve�culo estava em um trecho �ngreme, quando voltou de r� e caiu no barranco.

O acidente ocorreu por volta das 3h30. Segundo o major Ricardo Marisguia Mendes, do Corpo de Bombeiros, o ve�culo tem placas do Cear�. O �nibus estava em um trecho de subida que termina em uma curva, no sentido Arax�/Patos de Minas. Uma das v�timas contou aos militares que o motorista n�o conseguiu virar e o �nibus voltou, caindo em uma ribanceira de 20 metros que termina em um c�rrego. De acordo com a Pol�cia Militar Rodovi�ria (PMRv), est�o sendo apuradas duas causas: problemas mec�nicos ou falha do motorista.

Viaturas dos Bombeiros de Patos de Minas, Patroc�nio e ambul�ncias do Servi�o de Atendimento M�vel de Urg�ncia (Samu) das cidades de Serra do Salitre e Guimar�nia socorreram as v�timas. “A princ�pio, eram 44 ocupantes, sendo 35 adultos e nove crian�as. A partir do momento em que eu cheguei ao local, determinei que todas as v�timas fossem para Patos de Minas. Foram 25, entre adultos e crian�as. Outras duas j� tinham ido para Serra do Salitre e 11 para Patroc�nio”, detalhou o militar. “Quem n�o se feriu tamb�m foi para Serra do Salitre, onde a assist�ncia social da prefeitura arrumaria transporte”, acrescentou. Ainda segundo o militar, quatro pessoas morreram no local, sendo tr�s mulheres e um homem. As autoridades ainda trabalhavam na identifica��o de todas as v�timas at� o fechamento desta edi��o. (Colaborou Pedro Lovisi, estagi�rio sob supervis�o do editor Roney Garcia)

 

Trag�dia no Alto Parana�ba

Ver galeria . 4 Fotos Ônibus despencou de uma ribanceira na BR-146, em Cruzeiro da Fortaleza, no Triângulo Mineiro. Acidente deixou mortos e feridosCorpo de Bombeiros/Divulgação
�nibus despencou de uma ribanceira na BR-146, em Cruzeiro da Fortaleza, no Tri�ngulo Mineiro. Acidente deixou mortos e feridos (foto: Corpo de Bombeiros/Divulga��o )

O desastre em Serra do Salitre ocorreu a cerca de 20 quil�metros do ponto em que, em 2 de setembro de 2017, um �nibus que seguia de Alagoas para S�o Paulo caiu em uma vala �s margens da BR-146, pr�ximo ao Km 87. O ve�culo tombou, deixando seis mortos e dezenas de feridos. No acidente de ontem, o coletivo que seguida de S�o Paulo para o Cear� caiu em uma ribanceira no Km 65 da mesma estrada. Quatro passageiros morreram na hora e cerca de 40 ficaram feridos. O ve�culo estava em um trecho �ngreme, quando voltou de r� e caiu no barranco.

O acidente ocorreu por volta das 3h30. Segundo o major Ricardo Marisguia Mendes, do Corpo de Bombeiros, o ve�culo tem placas do Cear�. O �nibus estava em um trecho de subida que termina em uma curva, no sentido Arax�/Patos de Minas. Uma das v�timas contou aos militares que o motorista n�o conseguiu virar e o �nibus voltou, caindo em uma ribanceira de 20 metros que termina em um c�rrego. De acordo com a Pol�cia Militar Rodovi�ria (PMRv), est�o sendo apuradas duas causas: problemas mec�nicos ou falha do motorista.

Viaturas dos Bombeiros de Patos de Minas, Patroc�nio e ambul�ncias do Servi�o de Atendimento M�vel de Urg�ncia (Samu) das cidades de Serra do Salitre e Guimar�nia socorreram as v�timas. “A princ�pio, eram 44 ocupantes, sendo 35 adultos e nove crian�as. A partir do momento em que eu cheguei ao local, determinei que todas as v�timas fossem para Patos de Minas. Foram 25, entre adultos e crian�as. Outras duas j� tinham ido para Serra do Salitre e 11 para Patroc�nio”, detalhou o militar. “Quem n�o se feriu tamb�m foi para Serra do Salitre, onde a assist�ncia social da prefeitura arrumaria transporte”, acrescentou. Ainda segundo o militar, quatro pessoas morreram no local, sendo tr�s mulheres e um homem. As autoridades ainda trabalhavam na identifica��o de todas as v�timas at� o fechamento desta edi��o. (Colaborou Pedro Lovisi, estagi�rio sob supervis�o do editor Roney Garcia)

Armadilhas sem prazo para acabar


Os graves desastres na BR-381, onde se acidentou ontem mais um �nibus, a servi�o da Secretaria de Sa�de de Ara�ua�, renderam � estrada o apelido de “Rodovia da Morte”. O tra�ado sinuoso de pista simples � um dos motivos apontados para o grande n�mero de ocorr�ncias. O que pode ser uma das solu��es para as armadilhas ainda est� longe de se tornar realidade. A rodovia passa, h� aproximadamente tr�s anos, por obras de duplica��o, mas a interven��o est� paralisada em v�rios pontos, devido a rescis�es contratuais com cons�rcios respons�veis por parte dos lotes. “As empreiteiras est�o sofrendo as penalidades previstas em lei, incluindo ressarcimento de danos aos cofres p�blicos. Paralelamente, cortes or�ament�rios reduziram o ritmo das obras”, informou o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit).

Est�o em andamento obras em quatro lotes da rodovia. “Em dois deles, h� quatro t�neis prontos. Nos outros dois, totalizando 67 quil�metros, as obras avan�am em ritmo normal, condicionado � disponibilidade or�ament�ria e financeira. Nesses segmentos, est�o sendo entregues, ainda neste m�s, mais de 20 quil�metros de pista com pavimento r�gido (concreto), que oferece maior durabilidade e resist�ncia ao peso dos ve�culos de carga, e um viaduto de 600 metros”, acrescentou o Dnit.

A previs�o � de que, at� o final de 2019, quatro trechos de obras estejam conclu�dos, al�m de tr�s outros j� iniciados, entre as cidades de Ipatinga (no Vale do A�o) e Caet� (na Grande BH). “Os segmentos duplicados ter�o importantes corre��es de tra�ado, com v�rias pontes, entroncamentos em dois n�veis, passarelas e viadutos de grande porte”, concluiu o �rg�o federal, que n�o d� previs�o para a conclus�o total das obras.


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