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Estado de Minas

Corpo de Bombeiros treina t�cnica de escalada para podar �rvores

M�todo origin�rio do Canad�, que virou esporte mundo afora, promete reduzir o tempo, aumentar a seguran�a no corte de plantas e dever� ser implantado em Minas Gerais no ano que vem


postado em 29/08/2018 06:00 / atualizado em 29/08/2018 07:51

Um esporte pouco comum no Brasil promete revolucionar a poda de �rvores em Minas Gerais. Inspirado numa t�cnica origin�ria do Canad�, o Corpo de Bombeiros est� mudando sua legisla��o interna para adotar um novo m�todo. Deixa-se de lado trabalho quase primitivo, feito pouco a pouco, para entrar em cena o tree climbing (escalada em �rvore), que reduz pela metade o tempo gasto no corte e dobra a seguran�a do militar empenhado na a��o. A expectativa � implantar a metodologia no ano que vem e garantir mais agilidade � solu��o de ocorr�ncias – somente Belo Horizonte registra m�dia de seis diariamente envolvendo queda de �rvores, de acordo com levantamento da corpora��o.


O corte de �rvore � uma das ocorr�ncias mais atendidas pelos bombeiros. Em 2016, foram 6.302 registros em todo o estado. No ano passado, 5.956. Este ano, de janeiro a julho, j� houve 4.144, sendo um ter�o somente na capital. Na corpora��o, j� tem militar adotando a escalada em �rvore para facilitar o trabalho. A t�cnica nasceu da combina��o de espeleologia com biologia, para atender � necessidade de pesquisadores canadenses que acompanham a rotina de aves que fazem o ninho nas altas copas de �rvores como a sequoia, nativa de pa�ses como Estados Unidos e Canad�.


A pr�tica se tornou uma nova modalidade esportiva e j� � comum em v�rios pa�ses. A subida, que pode chegar a 25 metros de altura, � facilitada com ascensores especiais de tornozelo, que garantem maior ergonomia e reduz em consideravelmente os riscos de acidentes. O tree climbing chegou ao Corpo de Bombeiros por meio do sargento Ronaldo Rodrigues Silva, integrante da guarni��o de corte de �rvore no 3º Batalh�o, totalmente por acaso. Ele conta que estava no Parque Municipal, em 2016, brincando com os filhos, quando viu uma aglomera��o de pessoas e viatura da corpora��o na �rea dos escorregadores. Pensando ser alguma ocorr�ncia grave, aproximou-se e viu faixa do Campeonato Brasileiro de Escalada em �rvore.

O sargento Ronaldo Silva faz demonstração da escalada, que começou a aprender de maneira autodidata: 'Essa técnica vem para somar', diz(foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A PRESS)
O sargento Ronaldo Silva faz demonstra��o da escalada, que come�ou a aprender de maneira autodidata: 'Essa t�cnica vem para somar', diz (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A PRESS)
Observando a facilidade e a seguran�a com que os participantes se deslocavam nos galhos altos das �rvores, entendeu que era uma oportunidade para aprimorar seus conhecimentos e que as t�cnicas empregadas na competi��o poderiam somar muito para o dia a dia da tropa. “Ali, se abriu um novo universo. Comecei minha pesquisa como autodidata e a praticar na pra�a perto da minha casa durante um ano, at� ver que estava pronto para apresentar � corpora��o. “A maneira tradicional de cortar � eficaz e continuar� sendo, mas como tudo evolui, essa t�cnica vem para somar”, afirma o sargento. Ele ficou em quinto lugar na sua primeira participa��o no campeonato nacional e se prepara para a competi��o em Salvador, em novembro, e para o Campeonato Sul-Americano, em Medel�n, na Col�mbia, em outubro.


No corte de rotina se usa o esfor�o coletivo, em que o importante � contar com a seguran�a do companheiro para ganhar a �rvore de galho em galho. O tenente Wanderson Theodoro de Mendon�a explica que o segredo � ir pouco a pouco. “O militar pega a corda, enrola, faz uma trouxa. Lan�a no galho mais pr�ximo e vai at� chegar aos pontos necess�rios”, diz. “Usamos a mesma t�cnica h� anos. Com a t�cnica esportiva, surgiu a oportunidade de trazer algo novo para nossa corpora��o, melhorando seguran�a, tendo mais desempenho e diminuindo o desgaste do equipamento”, relata.


Mira, pontaria, for�a e precis�o tamb�m s�o requeridas no esporte de escalada, mas com muito menos esfor�o f�sico. � usada uma corda fina, de apenas alguns mil�metros de di�metro, e um peso de aproximadamente 300 gramas na extremidade para arremesso, que servem para dar altitude. “P�e-se o peso em p�ndulo e no momento exato ele � lan�ado em dire��o ao galho que se quer atingir. Pode-se chegar a 27 metros, altura de um pr�dio de nove andares”, explica. A corda grossa � amarrada � fina e, assim, al�ada ao topo para substituir a outra. Se antes, para cortar os galhos, era preciso lan�ar a corda para o galho mais pr�ximo, repetindo a a��o at� chegar ao topo e, na descida, cortar, amarrar novamente em outro ponto, e assim sucessivamente, com a t�cnica canadense, apenas uma corda � suficiente para percorrer a �rvore toda. Ela permite ainda chegar aos galhos mais finos e pequenos, sem risco de queda, uma vez que o peso est� na ancoragem da corda e n�o no corpo do militar.


A t�cnica chegou em car�ter experimental, ano passado, e j� mobiliza militares do 3º Batalh�o e da Academia de Bombeiros. O comando determinou que fosse feita comiss�o para atualizar a instru��o t�cnica de corte de �rvore, que contar� ainda com outros elementos, como um novo processo de avalia��o de risco embasado em literatura internacional. O manual ser� feito com base nas boas pr�ticas de corte difundidas pela Associa��o Internacional de Arboricultura (ISA, na sigla em ingl�s) e pela Sociedade Brasileira de Arboriza��o Urbana (Sbau). A pr�tica passar� a integrar a grade curricular b�sica dos bombeiros. A previs�o � de que, ano que vem, comece o curso de especializa��o para dissemina��o da t�cnica.


A ideia � formar alguns militares, que servir�o de multiplicadores em seus batalh�es. O soldado Leonardo Henrique Ramos da Silva � um dos primeiros a experimentar o novo m�todo. Ele come�ou a pratic�-lo com a ajuda do colega h� um ano e j� o usa no trabalho di�rio. “Se cair, n�o corro mais o risco de acidente, pois fico amarrado o tempo todo. Para os dias de chuva isso � muito importante. Se o galho quebra ou escorrega, estarei sempre por cima”, diz. “Al�m disso, � mais seguran�a para fazer os cortes, inclusive com a motosserra, que pode ser usada abaixo da linha da cintura, que � o ideal. A qualidade do servi�o fica melhor e o corte, mais t�cnico”, acrescenta.


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