Alface, cebolinha, salsa, almeir�o dos tipos americano, roxo e repicado, espinafre, couve e outras verduras s�o plantados a pouco mais de 15 minutos do Centro de Belo Horizonte. A horta particular – um belo panorama para quem trafega na Rua Concei��o do Par�, no Bairro Santa In�s, na Regi�o Nordeste – tem consumidores cativos que buscam “folhas sem veneno”. O terreno, com d�cadas de cultivo e mais de 2 mil metros com canteiros trabalhados de gera��o a gera��o, pode ser um resumo do plano de fomento � agroecologia lan�ado ontem, no Pal�cio da Liberdade, pelo governador Fernando Pimentel (PT). “Estamos come�ando um caminho iluminado para livrar a humanidade do mal dos agrot�xicos”, disse.
O chefe do Executivo estadual assinou o decreto que institui o Plano de A��o da Estrat�gia Intersetorial de Redu��o do Uso de Agrot�xicos e Apoio � Agroecologia e � Produ��o Org�nica em Minas Gerais (Planera). Com base em levantamento, Pimental disse que um brasileiro consome, por ano, 7 litros de agrot�xicos. “Essa � a maior quantidade por habitante no mundo; em qualquer outro pa�s � menos. Este plano � um exemplo para Minas e o Brasil, e o resultado ser� uma alimenta��o mais saud�vel”, afirmou.
Presente � assinatura do decreto, a presidente da Campanha Permanente contra os Agrot�xicos e pela Vida, que re�ne v�rias institui��es, e da Articula��o Municipal contra os Agrot�xicos, Marilda Quint�o, destacou que o ato resultava de antiga reivindica��o dos movimentos sociais. Para ela, a iniciativa do governo mineiro poder� fortalecer a luta contra o projeto de lei 6299/02), em tramita��o no congresso e chamada de “PL do Veneno”, e fazer o avan�ar o PL 6670/16, que institui a Pol�tica Nacional de Redu��o de Agrot�xicos. “Ser�o necess�rios recursos financeiros para a execu��o, assist�ncia t�cnica e extens�o rural, mas temos certezas de que dias melhores vir�o para Minas e o Brasil”, disse Marilda.
MUDAN�AS O secret�rio estadual de Desenvolvimento Agr�rio, Alexandre Chumbinho, destacou a import�ncia do decreto para cria��o do Planera, que ser� implementado em janeiro e com vig�ncia at� 2022. “� uma mudan�a de paradigmas, � um avan�o civilizat�rio no pa�s. O plano � para todos, mas come�aremos pela agricultura familiar”, atesta. Um dos aspectos mais nocivos dos agrot�xicos, ressaltou o secret�rio, se refere � sa�de de trabalhadores das lavouras. “Muitas vezes a pessoa chega ao hospital passando mal devido ao contato com os agrot�xicos, mas h� uma subnotifica��o, ou seja, o veneno nunca � registrado. Dessa forma, estamos tirando essas pessoas da invisibilidade.”
Secret�rio-executivo do Grupo Executor Permanente da Redu��o do Uso de Agrot�xicos e assessor da presid�ncia da Empresa de Assist�ncia T�cnica e Extens�o Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG), Edmar Gadelha explicou que o trabalho passa por cinco eixos, 21 estrat�gias e 67 a��es, que v�o desde a fiscaliza��o, sa�de, educa��o, comunica��o e alternativas nas lavouras, como controle biol�gico, uso de biofertilizantes, com respaldo da Empresa de Pesquisa Agropecu�ria de Minas Gerais (Epamig).
No caso da fiscaliza��o no com�rcio, a a��es v�o se dirigir para a exig�ncia de receitas na hora de compra dos agrot�xicos; j� no campo, as aten��es estar�o voltadas para as embalagens, que jamais podem ser descartadas na beira de rios, ou reutilizadas. Na sa�de, o foco � nos trabalhadores. Todos os cinco eixos estar�o acompanhados de grande campanha publicit�ria e de divulga��o, com o objetivo de informar e tamb�m educar a popula��o.