Desvendado o mist�rio do sumi�o de Marta Soares da Fonseca, de 41 anos, a pol�cia ainda investiga as motiva��es de Alexandre da Rocha, de 45, para mat�-la. O corpo da mulher – vista pela �ltima vez com vida na rodovi�ria de Belo Horizonte, na regi�o Central, em 17 de setembro – foi encontrado em um matagal pr�ximo �s Centrais de Abastecimento de Minas Gerais (Central), informou a Pol�cia Civil, em entrevista coletiva concedida ontem na Divis�o Especializada de Refer�ncia da Pessoa Desaparecida. Segundo a pol�cia, Alexandre da Rocha, que aparece com a v�tima em v�deo gravado na rodovi�ria, confessou t�-la atra�do com proposta de emprego em um s�tio e cometido o crime por asfixia. Mas n�o explicou qual era sua inten��o ao lev�-la para o local onde a matou nem por que o fez.
A hist�ria come�a na rodovi�ria de Belo Horizonte, onde Marta chegava do estado do Esp�rito Santo, ap�s visitar um namorado. Ela estava desempregada e vivia de pens�es de um ex-marido e de aux�lios do governo federal. Nas imagens divulgadas pela Pol�cia Civil, � poss�vel ver Alexandre com um papel na m�o, abordando v�rias pessoas. De acordo com a delegada Maria Alice Faria, chefe da Divis�o Especializada de Refer�ncia a Pessoa Desaparecida, tudo indica que ele oferecia um falso emprego a todos. Como Marta estava desocupada, ela aceitou a proposta do suspeito.
Ele a levou de �nibus at� um local ermo, uma mata pr�xima � CeasaMinas, conforme relato do suspeito � corpora��o. O suspeito teria prometido um emprego em um s�tio, que na realidade n�o existe. “Segundo a fala dele, quando ela percebeu que a situa��o estava estranha, ela gritou por socorro no meio da mata. Ele disse que desesperou e deu um ‘gog�’ (enforcamento) nela. Nesse momento, ela faleceu por asfixia”, explicou a delegada Maria Alice Faria.
Ainda segundo a Pol�cia Civil, Alexandre disse que, cerca de tr�s dias depois do crime, retornou � mata fechada. O objetivo era ocultar o cad�ver. Para isso, ele afirmou que jogou algumas madeiras por cima do corpo e ateou fogo usando gasolina, ainda conforme a institui��o de seguran�a p�blica. O detido contou aos investigadores que tinha a inten��o de enterrar Marta, mas o mau cheiro do corpo fez com que ele optasse pelo fogo.
Ap�s apagar as chamas, o suspeito colocou os restos mortais em sacolas que, posteriormente, foram armazenadas em uma caixa. Conforme a pol�cia, ele carregou o material por mais cinco ou seis quil�metros rumo ao interior da mata, onde os restos mortais foram depositados.
“De fato, hoje s� temos a fala do indiv�duo preso em flagrante. No entanto, a fala dele � desconexa e carece de mais informa��es pra gente tentar verificar qual foi a motiva��o do crime”, ressaltou a delegada. De acordo com a delegada, � poss�vel afirmar que Alexandre viu em Marta uma v�tima vulner�vel, o que teria facilitado a a��o. A Pol�cia Civil confirmou que o suspeito tem passagens pela pol�cia, mas n�o explicou quais crimes s�o esses.
Alexandre foi autuado por homic�dio qualificado e oculta��o de cad�ver. A pena pode alcan�ar mais de 30 anos em regime fechado. Marta deixou tr�s filhos, de 17, 18 e 22 anos. Ela morava em S�o Joaquim de Bicas, na Regi�o Central do estado, e sua fam�lia � natural de Betim, na Grande BH.
IMAGENS E PRIS�O A suspeita sobre Alexandre da Rocha apareceu depois da an�lise das c�meras de seguran�a da rodovi�ria de Belo Horizonte. No v�deo, divulgado na �ltima segunda-feira pela Pol�cia Civil, Marta desembarca de um �nibus no terminal rodovi�rio. Assim que desce do ve�culo, ela � abordada pelo suspeito do crime. Os dois conversam por um tempo, e a mulher se afasta. Em seguida, ele volta a se aproximar dela e os dois saem andando juntos.
Em uma outra imagem, � poss�vel ver Marta e o detido sentados em um banco da rodovi�ria conversando. Depois, eles aparecem caminhando juntos. Os dois andam de forma apressada e deixam o terminal. A atitude do homem levantou a suspeita da Pol�cia Civil. Antes de se encontrar com Marta, ele aborda diversas pessoas na rodovi�ria.
A Pol�cia Civil confirmou que j� recebeu diversas den�ncias envolvendo o suspeito. Contudo, ainda n�o � poss�vel concluir se as dela��es s�o ou n�o verdadeiras. Ele foi preso no Bairro Vila Cristina, em Betim, por policiais militares. Com ele, os agentes encontraram duas mochilas, uma preta e outra cinza, R$ 170 em dinheiro, celular, baterias reservas do aparelho, al�m de roupas.