A aten��o dos motoristas durante viagens por estradas brasileiras � essencial para evitar acidentes e transtornos. Mas em Minas Gerais ela tem que ser redobrada. Levantamento da Confedera��o Nacional de Transporte (CNT) mostra que mais de 60% das vias est�o em estado regular, ruim ou p�ssimo. Os trechos concedidos � iniciativa privada foram os que apresentaram resultados melhores, com 76,1% avaliados como bons ou �timos. Situa��o oposta � das estradas sob responsabilidade p�blica: 69,4% foram classificadas como regular, ruim ou p�ssima. Para especialistas, al�m do aumento da viol�ncia no tr�nsito, com consequente perda de vidas, o mau estado das rodovias impacta na economia e provoca danos ao meio ambiente. Ontem, no Anel Rodovi�rio, em um trecho j� conhecido pelo n�mero de ocorr�ncias, um caminh�o atravessou a pista pr�ximo ao Bairro Cai�ara, na Regi�o Noroeste de Belo Horizonte. Longos congestionamentos foram registrados no trecho, o que levou transtornos aos condutores.
Os trechos concedidos � iniciativa privada em Minas Gerais foram os que apresentaram resultados melhores. Nas estradas sob responsabilidade de empresas, 924 quil�metros est�o em �timo estado e 1.139 quil�metros em boa situa��o. Apenas 638 quil�metros receberam a classifica��o regular e 11 quil�metros a ruim. N�o foi apontado pela pesquisa nenhum trecho p�ssimo. J� nas estradas sob administra��o p�blica, 8.693 quil�metros de estradas foram avaliados como regular, ruim ou p�ssimo. Outros 3.831 quil�metros receberam as classifica��es �timo ou bom. As estradas sob jurisdi��o do estado est�o em condi��es piores. Dos 6.261 quil�metros analisados, 92,7% foram ficaram entre os patamares regular, ruim ou p�ssimo. Somente 457 quil�metros foram apontados como �timos ou bons. J� nas rodovias federais, foram avaliados 8.975 quil�metros. Destes, 3.538 foram considerados regulares, ruins ou p�ssimos. E outros 5.437 receberam avalia��o boa ou �tima.
IMPACTOS Para Paulo Resende, coordenador do N�cleo de Infraestrutura e Log�stica da Funda��o Dom Cabral em Belo Horizonte, as concess�es das rodovias para a iniciativa privada podem ser a solu��o para a melhoria das vias mineiras. “Quando a gente compara com S�o Paulo, por exemplo, � um estado que h� muito tempo concedeu as suas principais rodovias. No Rio de Janeiro � a mesma coisa. Os estados do Nordeste est�o seguindo esse caminho, e Minas Gerais fica para tr�s. E isso da� tem um resultado, muito preocupante, porque os neg�cios v�o embora. Fica um estado muito caro logisticamente. � um fato preocupante e que demonstra, com bastante clareza, a desaten��o em termos de investimento que os governos t�m tido com Minas”, disse.
Segundo o especialista, os problemas decorrentes da falta de estrutura nas estradas v�o al�m da viol�ncia no tr�nsito. “Depende do ponto de vista. No caso de acidentes, a situa��o faz com que o estado esteja entre os cinco mais violentos no Brasil, quando se considera n�mero de habitantes e PIB. Essa � a quest�o da vida. Temos tamb�m a quest�o de emiss�o de poluentes. O meio ambiente � agredido, pois carros t�m que acelerar muito para andar pouco. A terceira quest�o � econ�mica. Para se ter uma ideia, em uma estrada de condi��o ruim ou p�ssima, um caminh�o tem o aumento de 33% nos custos, em compara��o com os gastos para trafegar em uma estrada boa”, explicou Resende.
NO BRASIL Em todo o pa�s, foram percorridos 107.161 quil�metros de rodovias durante a pesquisa. Segundo a CNT, 57% dos trechos avaliados apresentaram estado geral com classifica��o regular, ruim ou p�ssima. Houve uma melhora em rela��o a 2017, quando o percentual chegou a 61,8%. O total percorrido corresponde � malha federal pavimentada e aos principais trechos estaduais na mesma situa��o.

Trag�dias e transtornos
O Anel Rodovi�rio de Belo Horizonte foi mais uma vez palco de trag�dia e de transtornos para os motoristas. Na madrugada de ontem, um homem morreu depois de ser atropelado por um carro pr�ximo ao Bairro Padre Eust�quio, Regi�o Noroeste da capital mineira. Poucas horas mais tarde, um caminh�o carregado de areia atravessou a rodovia no Bairro Cai�ara, perto do trecho anterior, e fechou parte da pista. Longos congestionamentos foram registrados em ambos os lados da rodovia.
�s 9h, o caminh�o trafegava na pista marginal, quando o motorista perdeu o controle da dire��o. “Ele estava na pista que sai da principal para acessar a Avenida Carlos Luz. Segundo o motorista, ele teve problemas na dire��o do ve�culo, atravessou a pista sem controle, quebrou as muretas de prote��o e foi parar no sentido Vit�ria/Rio de Janeiro”, explicou o tenente Geraldo Donizete, da Pol�cia Militar Rodovi�ria (PMRv).
O motorista teve ferimentos leves e recebeu atendimento no local. Por causa do acidente, parte da carga se espalhou pela pista. Duas faixas da rodovia tiveram que ser interditadas, o que provocou um longo congestionamento em ambos os sentidos. O ve�culo de carga estava com os pneus carecas e com irregularidades no tac�grafo.
No acidente da madrugada, um homem morreu ao ser atropelado no km 472, na altura do Bairro Padre Eust�quio. O condutor do ve�culo contou � PM que estava dirigindo a 75 quil�metros por hora na faixa central, ao lado de um caminh�o. Segundo ele, um pedestre apareceu de repente em sua frente. Ele ainda acredita que o homem foi atropelado pela carreta depois de ser atingido pelo seu carro, mas o caminhoneiro n�o parou para prestar socorro.