
Um jovem gay, de 19 anos, foi v�tima de uma amea�a com arma de fogo na tarde desta ter�a-feira (23), no Bairro Candel�ria, em Venda Nova, BH. Segundo a v�tima, um encontro foi marcado com o acusado pelo aplicativo Grindr, voltado a relacionamentos homoafetivos. No entanto, quando os dois se encontraram, o suspeito apontou uma arma para o jovem.
“Ele estava h� quatro dias conversando comigo, me mandava bom dia e perguntava quando a gente ia se encontrar. Ele me pediu fotos mais �ntimas. A gente n�o trocou nomes, endere�o e nenhum tipo de informa��o pessoal. Ele parecia querer um contato mais restrito, o que � comum no aplicativo”, disse o jovem ao em.com.br.
Segundo ele, o homem o encontrou na Rua Thereza Baldo Lopes em um ve�culo modelo Hyundai i30 prata. Ao entrar no carro, o suspeito teria dito: “voc� tem cinco segundos para correr porque eu vou atirar”.
Neste momento, o jovem correu, virou uma esquina e adentrou em um supermercado. Na sequ�ncia, o suspeito enviou algumas mensagens � v�tima. “Ele declarou tipo um grito de guerra dele e perguntou: 'gostou da surpresa? Bolsonaro presidente! Vem aqui pra fora que eu estou tentando te acertar'”, contou o amea�ado.
Ainda dentro do supermercado, o jovem afirmou que ligou para seu pai, que o buscou no centro de compras. Ele tamb�m registrou um boletim de ocorr�ncia junto � Divis�o de Pol�cia Especializada da Mulher, do Idoso e do Deficiente, delegacia que tamb�m cuida de crimes ligados � LGBTfobia.
Resist�ncia
Segundo o jovem, a crescente onda de viol�ncia contra a popula��o LGBT representa um momento de resist�ncia para as minorias. Apesar de se dizer com medo, a v�tima ressalta o apoio recebido ap�s denunciar o caso.
“Os Bharbixas (clube de futebol gay de BH) enviaram uma carta de apoio e conseguiram um psic�logo pra mim. O grupo M�es pela Diversidade tamb�m se mostrou solid�rio”, afirma. De acordo com ele, o apoio tamb�m veio do Centro Universit�rio de Belo Horizonte (Uni-BH), onde o amea�ado cursa Rela��es Internacionais.
“O que me deixou mais confort�vel � que tem gente preocupada e unida a mim. Esse apoio � muito importante. Eu n�o esperava que (o caso) ganharia tamanha dimens�o. Muita gente tem me ajudado neste momento”, salienta.
Conforme reportagem publicada pela ag�ncia de jornalismo investigativo A P�blica, apoiadores de Bolsonaro realizaram pelo menos 50 ataques em todo o pa�s somente na primeira quinzena do m�s de outubro.
Um relat�rio do Grupo Gay da Bahia (GGB), entidade que apura dados sobre assassinatos da popula��o LGBT no Brasil, registrou 445 homic�dios contra essa parcela da popula��o em 2017. O n�mero cresceu 30% em rela��o a 2016, quando o GGB computou 343 casos.
