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Estado de Minas

Frota antiga aumenta o perigo de acidentes graves nas ruas e estradas

Acidente com caminh�o desgovernado, provavelmente por falta de freios, deixa rastro de destrui��o em BH. Com 25 anos de fabrica��o, ve�culo pertence a uma frota que exige aten��o extra e � mais vulner�vel a falhas de manuten��o. Tempo m�dio de uso dos autom�veis pesados supera o dos demais


postado em 25/10/2018 06:00 / atualizado em 25/10/2018 07:25

Ver galeria . 16 Fotos Carreta desgovernada atinge vaículos e residências no Bairro Olhos D'ÁguaPaulo Filgueiras/EM/D.A Press
Carreta desgovernada atinge va�culos e resid�ncias no Bairro Olhos D'�gua (foto: Paulo Filgueiras/EM/D.A Press )


Cinco ve�culos destru�dos, nove casas danificadas e uma escora improvisada para estabilizar uma das moradias, que foi atingida em cheio. Esse foi o rastro deixado por um caminh�o desgovernado que desceu uma rua do Bairro Olhos D’�gua, nos limites entre as regi�es Oeste e Barreiro, em Belo Horizonte, no fim da madrugada de ontem, e por pouco n�o causou uma trag�dia. Depois de deixar um rastro de destrui��o pela via que � marginal � BR-356, o ve�culo pesado parou praticamente dentro de uma das casas danificadas. A causa mais prov�vel, que ainda precisa ser confirmada por per�cia da Pol�cia Civil, foi a falta de freios do caminh�o, fabricado em 1993. Com 25 anos de rodagem, o ve�culo se enquadra em uma faixa que engloba quase 16% da frota de BH. S�o mais de 319 mil carros, caminh�es, �nibus, motos e outros com 21 anos ou mais, que para especialistas demandam aten��o frequente com a manuten��o, para evitar problemas como o de ontem. Dados do Departamento Estadual de Tr�nsito de Minas Gerais (Detran/MG) mostram que a idade m�dia dos caminh�es registrados na capital mineira � de 17 anos, contra 10 anos quando s�o considerados todos os tipos de ve�culos.


Atordoados com o tamanho do estrago provocado pelo caminh�o, moradores e comerciantes da Rua Tr�s, onde ocorreu o acidente, pareciam n�o acreditar na cena que viam, mas ficaram aliviados por ningu�m ter ficado gravemente ferido ou morrido no desastre. O vigia Jos� Carlos Gomes, de 47 anos, dormia em uma serralheria, com a cabe�a praticamente encostada na mesma parede atingida pelo caminh�o, que parou ap�s bater em uma casa mais � frente. “Escutei um barulho e vi a fuma�a, ent�o abri a porta e sa�. Quando vi o caminh�o, pensei em tudo que se possa imaginar. Mas tamb�m pensei na vida do motorista e fui ajudar”, contou. O condutor do caminh�o, F�bio Borges, de 33, foi retirado antes da chegada do Corpo de Bombeiros e encaminhado ao Hospital Jo�o XXIII com ferimentos leves, segundo a corpora��o. Segundo a Pol�cia Militar, ele alegou que seguia pelo Anel Rodovi�rio quando acessou o Bairro Olhos D’�gua pelo trevo antes do retorno na BR-356 e perdeu os freios no momento em que estava na Rua 3.


Quem tamb�m levou um susto quando dormia foi o empres�rio Valmir Ferreira, de 41, morador da casa atingida em cheio pelo caminh�o, onde o ve�culo pesado parou depois de danificar outros oito im�veis. Dois dos cinco ve�culos destru�dos estavam na garagem de sua casa. “Foi um estrondo muito grande. Eu estava dormindo e a gente acordou sem entender o que estava acontecendo. Em um primeiro momento, olhei para a c�mera e n�o visualizei. Peguei o celular para ligar para o pedreiro para saber se j� era ele chegando � obra, quando escutei os vizinhos chamando. Na hora que vi, a rea��o primeira foi socorrer o motorista”, contou. O caminh�o s� foi retirado da casa depois que ela recebeu escoras de madeira.

Em seu trajeto, caminhão deixou cinco veículos destruídos e danificou parcialmente oito casas até atingir em cheio a nona, que precisou ser escorada(foto: Paulo Filgueiras/EM/DA Press)
Em seu trajeto, caminh�o deixou cinco ve�culos destru�dos e danificou parcialmente oito casas at� atingir em cheio a nona, que precisou ser escorada (foto: Paulo Filgueiras/EM/DA Press)


O tenente S�rgio Magalh�es, dos bombeiros, disse que os primeiros levantamentos da per�cia no local apontaram que houve perda de freios. “De acordo com o pessoal da Pol�cia Civil, aparentemente ocorreu de fato a perda de freio, por causa do sobreaquecimento da lona, que veio a se soltar do ve�culo”, informou. O militar destacou a necessidade de se intensificarem os cuidados de manuten��o, a partir do momento em que os ve�culos v�o ficando mais velhos. “Depois dos cinco anos de uso, todo ve�culo merece uma certa recorr�ncia na verifica��o do sistema de freios e de locomo��o em geral”, aconselhou o militar.


Dados do Departamento Estadual de Tr�nsito de Minas Gerais (Detran/MG) mostram que 15,98% da frota de Belo Horizonte tem 21 anos ou mais de fabrica��o, o que totaliza mais de 319 mil ve�culos fabricados em 1997 ou antes. De acordo com o departamento, a idade m�dia da frota de caminh�es de BH � de 17 anos. No caso de Minas Gerais, o percentual de ve�culos com 21 anos ou mais chega a 25%, com 2,7 milh�es de unidades fabricadas at� 1997. A idade m�dia tamb�m � superior: 22 anos e seis meses, levando-se em considera��o apenas a frota de caminh�es do estado.


Conforme o registro do cavalo mec�nico Scania/113H, que puxava uma carroceria carregada com areia e brita para uma concreteira na regi�o onde houve a batida, o ve�culo foi fabricado em 1993. Para o supervisor de Manuten��o de Frota de uma empresa privada de loca��es de caminh�es em Belo Horizonte, Julio Faria, a lona de freio de ve�culos de carga � projetada para durar entre 20 mil e 30 mil quil�metros. “A recomenda��o � para vistoria das lonas a cada 5 mil quil�metros, ou at� menos, de acordo com o perfil da atividade, para observar como est� a situa��o. Pelo lado interno da roda � poss�vel observar at� que ponto o sistema freia com seguran�a. A partir desse ponto, est� na hora da manuten��o”, diz ele. Faria diz que no caso de ve�culos mais velhos, o ideal � aumentar a frequ�ncia dessas vistorias, para manter sob controle a situa��o dos freios e n�o ser pego de surpresa pelos acidentes.

V�deo mostra cen�rio de destrui��o ap�s acidente



SEM FREIO Problemas com os freios s�o frequentemente apontados por caminhoneiros como causas de acidentes graves em Belo Horizonte, especialmente em vias como o Anel Rodovi�rio. Segundo a Via 040, respons�vel pelo trecho da rodovia que vai do Bairro Calif�rnia (Noroeste de BH) ao Olhos D’�gua, irregularidades no sistema de frenagem s�o das mais s�rias identificadas nas 13 edi��es da Opera��o Carga Pesada, realizadas em conjunto com a Pol�cia Militar Rodovi�ria de dezembro de 2017 at� semana passada. No total, foram fiscalizados 634 ve�culos e lavradas pelos policiais 440 autua��es no per�odo, por problemas diversos de manuten��o, que incluem pneus carecas e para-brisas trincados.


H� uma semana, um caminh�o carregado de areia perdeu o controle e atravessou a mureta que divide as m�os opostas do Anel, na altura do Bairro Cai�ara, Noroeste da capital. Segundo a Pol�cia Militar Rodovi�ria, o ve�culo tinha falhas de manuten��o, como pneus carecas e irregularidade no tac�grafo. O motorista teve ferimentos leves e recebeu atendimento no local. Parte da carga se espalhou pela pista e duas faixas da rodovia tiveram que ser interditadas, o que provocou um longo congestionamento em ambos os sentidos.

(foto: Arte EM)
(foto: Arte EM)


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