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Estado de Minas

Pesca segue restrita no Rio Doce ap�s 3 anos. Reflorestamento Avan�a

Presidente do Ibama calcula mais 15 anos para ter resultados concretos de recupera��o ambiental da regi�o


postado em 09/11/2018 20:36

(foto: Leandro Couri/EM)
(foto: Leandro Couri/EM)
A recupera��o ambiental da bacia do Rio Doce, tr�s anos ap�s o rompimento da barragem da mineradora Samarco, ainda d� o primeiros passos, na avalia��o do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renov�veis (Ibama). A presidente do �rg�o, Suely Ara�jo, calcula que ser�o precisos aproximadamente mais 15 anos para se ter resultados mais concretos para as a��es que est�o sendo feitas na �rea afetada.

Considerado a maior trag�dia ambiental do pa�s, o rompimento da barragem em Mariana (MG) completou tr�s anos na �ltima segunda-feira (5). No epis�dio, foram liberados no ambiente cerca de 39 milh�es de metros c�bicos de rejeitos, que destruiu comunidades, devastou florestas e poluiu rios, al�m de deixar 19 mortos. "Temos programas para mais 15 anos. A natureza tem seu tempo. N�o se faz recupera��o ambiental em dois ou tr�s anos. Isso n�o existe", disse Suely Ara�jo, em entrevista coletiva na semana passada.

A presidente do Ibama preside tamb�m o Comit� Interfederativo, que � composto por diferentes estruturas do poder p�blico. Seu objetivo � fiscalizar os trabalhos da Funda��o Renova, criada para gerir todo o esfor�o de repara��o dos danos causados na trag�dia. As a��es planejadas s�o financiadas com recursos da Samarco e de suas acionistas, a Vale e a BHP Billiton. Tanto o Comit� Interferativo como a Funda��o Renova foram previstos no acordo que as mineradoras assinaram em mar�o de 2016 com a Uni�o e os governos de Minas Gerais e do Esp�rito Santo.

"O comit� s� vai parar de trabalhar quando considerar conclu�dos todos os 42 programas que foram definidos", afirmou Suely. Segundo ela, a exist�ncia da estrutura independe de quem estiver a frente do governo federal, pois consta em termo assinado pela Uni�o e homologado na Justi�a. 

Apesar da natureza exigir seu tempo pr�prio, tanto o Ibama quanto a Funda��o Renova informam que h� avan�os no reflorestamento. As a��es visando o reflorestamento tiveram in�cio em 2016 com uma revegeta��o inicial com gram�neas e leguminosas em diversos trechos da �rea mais afetada, entre a barragem e a Usina de Candonga, em Santa Cruz do Escalvado (MG). A medida, de cunho emergencial, buscou combater a eros�o e estabilizar o solo. Suely explicou que, s� ap�s esta primeira fase, teve in�cio o reflorestamento.

Recomposi��o


De acordo com Gabriel Kruschewsky, engenheiro florestal da Funda��o Renova, a recomposi��o de esp�cies nativas em �reas de preserva��o permanente come�ou no princ�pio deste ano. At� o momento, 95 hectares foram plantados. A meta � recuperar 540 hectares nas �reas de preserva��o permanente atingidas pela lama.

Segundo o engenheiro florestal, o reflorestamento se d� de forma integrada com a recupera��o produtiva em s�tios e fazendas. Esse trabalho � voltado para outros 600 hectares que eram destinados � pastagem e ao cultivo de culturas agr�colas. A Funda��o Renova tamb�m atua na regulariza��o ambiental das propriedades rurais e pretende recompor cerca de 500 hectares de �reas de preserva��o permanente existentes no interior delas. Trata-se de vegeta��o que n�o foi alcan�ada pela lama, mas que j� se encontrava degradada. Todas estas a��es, no entanto, dependem da ades�o do produtor. "� opcional, mas a procura tem sido alta. Tamb�m estamos fazendo campanha de mobiliza��o com os produtores", disse Gabriel.

O compromisso da Funda��o Renova � recuperar n�o apenas a �rea de vegeta��o diretamente impactada na trag�dia, como tamb�m outros 40 mil hectares degradados da bacia do Rio Doce. Trata-se de uma medida compensat�ria  prevista no acordo entre as mineradoras, a Uni�o e os governos de Minas Gerais e do Esp�rito Santo. � previsto o plantio direto de 10 mil hectares e, nos demais 30 mil hectares, ser� conduzido um trabalho que proporcione a regenera��o natural. Outro compromisso assumido envolve a recupera��o de 5 mil nascentes, que receber�o novas �rvores no entorno.

Na �rea diretamente afetada, a op��o por retirar ou n�o a lama depositada varia conforme as caracter�sticas de cada trecho. A decis�o � tomada buscando o menor impacto ambiental e segue um plano de manejo elaborado ap�s discuss�o com especialistas. Segundo Pedro Ivo, engenheiro ambiental que atua na Funda��o Renova, a remo��o nem sempre � o melhor caminho, pois o tr�fego intenso de caminh�es, por exemplo, pode trazer preju�zos ao meio ambiente. A dificuldade de se encontrar um novo local para receber o material tamb�m � observada.

De acordo com Pedro, o rejeito n�o � t�xico e plantar sobre ele n�o � um problema, embora demande um trabalho de recupera��o similar ao que se faz em um solo degradado. "O rejeito � pobre em mat�ria org�nica. O plantio emergencial das leguminosas, que s�o esp�cies de plantas que crescem rapidamente e se renovam, j� gera mat�ria org�nica que se mistura com o rejeito. Al�m disso, n�s fazemos aduba��o com nitrog�nio, f�sforo e pot�ssio". Segundo o engenheiro ambiental, algumas a��es v�m sendo desenvolvidas com intensa participa��o das comunidades. A recupera��o de uma cachoeira no distrito de Camargos, no munic�pio de Mariana, estaria sendo conduzida a partir de decis�es da popula��o local.

Rio Doce


(foto: Tulio Santos/EM)
(foto: Tulio Santos/EM)
A qualidade da �gua do Rio Doce vem sendo vista de forma distinta por diferentes agentes envolvidos na repara��o dos danos. Por um lado, a Funda��o Renova garante que os par�metros de metal j� s�o similares ao que se observava antes da trag�dia. De outro, a Justi�a Federal mant�m suas reservas e ainda n�o suspendeu aliminar que proibiu a pesca na foz. Em vigor desde fevereiro de 2016, ela impede a atividade pesqueira em dois munic�pios do litoral capixaba: Aracruz e Linhares.

J� em Minas Gerais, � o Instituto Estadual de Florestas (IEF), autarquia ligado ao governo mineiro, que restringe a pesca. A atividade estava vetada desde 1º novembro de 2016. Em maio do ano passado, foi liberada a captura de algumas esp�cies de peixes, como o mandi e a til�pia, situa��o que permanece desde ent�o.

"Hoje � a bacia mais monitorada do Brasil. Temos 92 pontos de monitoramento da qualidade da �gua, sendo 22 esta��es de monitoramento autom�tico que liberam 80 par�metros por minuto e isso � avaliado. Uma consultoria independente faz um relat�rio que � enviado para os �rg�os ambientais como a Ag�ncia Nacional de �guas (ANA) e o Instituto Mineiro de Gest�o das �guas (Igam)", explicou Andrea Aguiar Azevedo, diretora-executiva de engajamento, participa��o e desenvolvimento institucional da Funda��o Renova. Ela explica que o sistema � operacionalizado pela Funda��o Renova, mas utilizado pelos �rg�os p�blicos ambientais.

Al�m da qualidade da �gua, desde setembro do ano passado est� em curso um estudo da biodiversidade aqu�tica no Esp�rito Santo, atrav�s de conv�nio com a Funda��o Esp�rito-Santense de Tecnologia (Fest). S�o 230 pontos de coletas de dados e amostras espalhados nos rios da bacia, nos mangues, em praias, lagoas, ilhas e tamb�m no mar. As an�lises envolver�o desde as bact�rias at� as baleiras. Para dar conta da dimens�o dos trabalhos, foi organizada a Rede Rio Doce Mar, uma rede colaborativa acad�mica formada por pesquisadores de 24 institui��es de todo o pa�s e com coordena��o central na Universidade Federal do Esp�rito Santo (Ufes).

Em julho do ano passado, a Funda��o Renova tamb�m deu in�cio a um monitoramento terrestre para verificar os n�veis de metais na fauna e na flora. Para este trabalho, foi contratada a empresa Bicho do Mato Meio Ambiente. A realiza��o de todos esses monitoramentos s�o tamb�m compromissos assumidos no acordo firmado com a Uni�o e os governos mineiro e capixaba. De acordo com o Ibama, eles s�o considerados fundamentais para a defini��o de novas a��es.
 


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