
A Pol�cia Civil adiou o prazo para finaliza��o do inqu�rito que investiga as agress�es contra o adolescente Luiz Felipe Siqueira de Sousa, de 17 anos, ocorridas no Instituto de Educa��o de Minas Gerais (IEMG), na Regi�o Centro-Sul de BH. Ele morreu na manh� do �ltimo dia 22 (ter�a-feira), no Hospital de Pronto-Socorro Jo�o XXIII, ap�s se envolver em uma briga com o colega Hudson Rangel Gomes Rosa, de 18, principal suspeito do crime.
Segundo a pol�cia, a data-limite se encerrou nesse s�bado (24). Agora, a investiga��o dura mais 30 dias corridos e vai at� o dia 24 de dezembro. Hudson Rangel est� preso desde o dia 14, quando as agress�es ocorreram. O jovem est� no Centro de Remanejamento do Sistema Prisional (Ceresp), localizado no Bairro Gameleira, Regi�o Oeste da cidade.
Nessa sexta, o desembargador Pedro Coelho Vergara, da 5ª C�mara Criminal Tribunal de Justi�a do Estado de Minas Gerais (TJMG), negou um pedido de habeas corpus da defesa do acusado. Segundo o magistrado, o pedido “desafia informa��es” contidas no processo que decretou a pris�o do suspeito. Al�m disso, argumentou que a pris�o n�o gera riscos ao jovem.
O caso
A briga que provocou a morte teria come�ado quando alunos do Instituto de Educa��o jogavam futebol na quadra da escola. Inicialmente, houve apenas agress�o verbal. Mas um grupo de alunos acabou atingindo a v�tima com socos e pontap�s.
De acordo com a dire��o da institui��o de ensino, o adolescente tentou fugir para o interior da escola, mas l� dentro foi agredido com um chute na cabe�a. Ele estaria de costas quando sofreu o golpe.
O Servi�o de Atendimento M�vel de Urg�ncia (Samu) se deslocou ao local e levou o aluno ferido ao Hospital de Pronto-Socorro Jo�o XXIII, onde ficou internado por seis dias no Centro de Terapia Intensiva (CTI). Suspeito de ser o principal agressor, Hudson Rangel Gomes Rosa foi detido pela Pol�cia Militar (PM) no dia da briga.
O suspeito teve sua pris�o transformada de tempor�ria para preventiva nessa sexta-feira pela 1ª Vara Criminal de Belo Horizonte.
Sonho era ser engenheiro
Um jovem tranquilo e cheio de sonhos, que pretendia ser engenheiro. Assim era Luiz Felipe Siqueira Souza, de acordo com a fam�lia do adolescente. “Era um menino de bem, da paz. N�o contribuiu em nada para a viol�ncia contra ele”, afirmou em entrevista ao Estado de Minas, no in�cio da noite de ontem, a enfermeira Jana�na Maciel, prima do adolescente. Moradora de Minas Novas, ela disse que “o sentimento da fam�lia � de indigna��o e muita tristeza diante de um ato brutal como esse”.
Luiz Felipe perdeu a m�e, Abigail Siqueira, aos 3 anos e foi criado pelo pai, Valdenson Evangelista de Souza, que tem outro filho, Luca, de 16. Valdenson trabalhava como vendedor de eletrodom�sticos em Minas Novas. Mas h� dois anos, diante do desemprego e falta de oportunidades no Vale do Jequitinhonha, viu-se obrigado a deixar o lugar de origem. Junto com os dois filhos, foi para S�o Paulo, onde trabalha como motorista de uber. Em maio, Luiz Felipe se transferiu para Belo Horizonte, onde passou a morar com uma tia no Bairro Santa Efig�nia, enquanto o pai e o irm�o dele continuaram na capital paulista.
O adolescente foi matriculado no terceiro ano do ensino m�dio no Instituto Estadual de Educa��o e fez as provas do �ltimo Exame Nacional do Ensino M�dio (Enem). “O sonho era cursar engenharia civil”, revela Jana�na. O corpo do adolescente ser� sepultado no mesmo jazigo da m�e dele, em Turmalina.
(Com informa��es de Larissa Ricci e Luiz Ribeiro)