Segundo o delegado, M. usava todo o seu conhecimento apurado em qu�mica para, munido da mat�ria-prima para o preparo de drogas, produzir as subst�ncias entorpecentes com efeitos que variavam de acordo com o gosto do cliente, todas oferecidas por meio de um card�pio em uma p�gina da internet protegida por c�digos. A p�gina funciona como uma esp�cie de rede social e as mensagens s�o enviadas entre as pessoas, exigindo um endere�o espec�fico para visualiza��o.
A forma de agir lembra a do personagem Walter White, estrelado pelo ator Bryan Cranston, na s�rie Breaking bad. White, que � professor de qu�mica frustrado, resolve usar suas habilidades para produzir metanfetamina como possibilidade de ganhar dinheiro para dar melhores condi��es aos familiares, como a mulher gr�vida e um filho com paralisia cerebral. Com um sal�rio baixo, White ainda se v� sem op��es para bancar o pr�prio tratamento quando descobre um c�ncer.
Uma das ofertas do estudante de qu�mica da UFMG era uma maconha modificada, com maior concentra��o de subst�ncias alucin�genas, vendida a R$ 75 por grama, conhecida como “vanilla kush”. Mateus exibia na mesma p�gina uma s�rie de perguntas e respostas para seus clientes, como por exemplo um recado direto aos compradores: “N�o me mande perguntas tipo 'o que � melhor' ou 'o que deixa mais doido', � imposs�vel responder isso. A experi�ncia � subjetiva e depende de onde voc� est� , o que est� fazendo, sua inten��o, sua resist�ncia”.
De acordo com os investigadores que trabalharam no caso, M. morava em uma rep�blica no Bairro S�o Francisco, na Regi�o da Pampulha, em BH, onde tamb�m moravam apenas estudantes da UFMG. Com sistema de quartos individuais, ele tinha uma esp�cie de laborat�rio em seu c�modo, onde foram apreendidas drogas e materiais como pipetas, frascos, embalagens e balan�as de precis�o milim�trica.
M. tamb�m orientava as pessoas a procurarem outra p�gina na internet para consultarem rea��es que outros usu�rios registraram gra�as ao uso de determinadas subst�ncias. Dessa forma ele subsidiava o cliente com informa��es mais aproximadas do que cada um queria. O material apreendido na casa do estudante do 9º per�odo est� avaliado em R$ 400 mil, segundo o delegado Wagner Pinto.
O trabalho de investiga��o contou com o monitoramento do investigado, que teve vigil�ncia de perto por cerca de seis meses. Os policiais monitoraram transa��es e conseguiram na Justi�a um mandado de busca e apreens�o, que confirmou as suspeitas. Ainda segundo Wagner Pinto, M. confessou o crime, mas disse aos investigadores que n�o se considerava um traficante de drogas, por n�o andar armado e n�o usar de viol�ncia na rela��o com clientes.
A investiga��o apontou que M. conseguia, via Correios, receber elementos qu�micos que vinham de pa�ses como Pol�nia e Holanda, mas que sozinhos n�o eram barrados. Por�m, quando eram combinados, configuravam drogas cujo com�rcio � proibido no Brasil. Ele foi preso em flagrante e teve sua pris�o tempor�ria convertida em preventiva. Ele est� preso no Centro de Remanejamento do Sistema Prisional (Ceresp) Gameleira, Oeste de Belo Horizonte, � disposi��o da Justi�a.