
Ap�s a sequ�ncia de chuvas em Machacalis, no Vale do Mucuri, a cidade ficou debaixo d’�gua. Os c�rregos Seco e �gua Branca transbordaram e as partes baixas da cidade foram alagadas. Chove na cidade desde a �ltima sexta-feira, mas foi na segunda-feira que a chuva caiu com mais intensidade e assustou moradores.
A Defesa Civil emitiu alerta para a popula��o na segunda-feira � noite, com carros de som e mensagens nas redes sociais. “Nesta enchente de agora conseguimos evitar uma trag�dia maior. O alerta ajudou a minimizar a trag�dia, divulgamos e o pessoal ficou preparado. As pessoas conseguiram tirar muita coisa de suas casas”, conta o secret�rio municipal e coordenador de projetos do munic�pio, Alexandre Amador.
Segundo ele, os c�rregos estavam com decreto de estiagem, mas a chuva em grande volume impactou o fluxo da �gua e os c�rregos transbordaram. “Um campo de futebol encheu de �gua, tem moradores da zona rural que sofriam com a estiagem e agora sofrem com a chuva. J� fizemos o decreto de calamidade, todos os �rg�os e setores est�o envolvidos na ajuda da popula��o. Tem pessoas que perderam as coisas pela segunda vez, mas se n�o fosse o alerta que demos, teria feridos ou mortes”, afirma Alexandre. A chuva continua nesta ter�a-feira, mas em menor intensidade. “Ainda est� tudo alagado. A chuva para e volta toda hora.”
De acordo com o Instituto de Meteorologia, a tend�ncia � que a chuva diminua na regi�o. “Ainda podem ocorrer chuvas localizadas por influ�ncia de um canal de umidade, mas a chuva se concentra mais na Regi�o Centro-Sul da Bahia e menos em Minas Gerais”, explica a meteorologista Anete Fernandes, do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).
Esta � a segunda enchente deste ano na cidade. Em fevereiro, o munic�pio decretou estado de calamidade p�blica. Cerca de 50 fam�lias ficaram desabrigadas devido � enchente causada pelo transbordamento dos rios e c�rregos.
O prefeito de Machacalis, Mauro de Moreno, solicitou um decreto de estado de emerg�ncia na cidade. “Acompanhamos desde ontem no momento que come�ou a chuva, monitoramos, anunciamos para o pessoal que mora na parte de baixo bem antes do ocorrido, passamos a madrugada monitorando e n�o � f�cil, os resultados da enchente n�o est�o sendo f�ceis”, disse.
Confira, na �ntegra, o relato do prefeito enviado para o Jornal Estado de Minas:
“A cidade de Machacalis est� encravada numa regi�o com topografia muito irregular, o que imp�e a necessidade dos mun�cipes na feitura de constru��es em �reas acidentadas e quando n�o naquelas com certo grau de facilidade, para um alagamento. O solo n�o possui a resist�ncia pr�pria para enfrentar as intemp�ries do tempo, o que imp�e a aplica��o por parte da natureza de um pesado �nus em desfavor da comunidade. N�o temos uma estrutura capaz de evitar os estragos que n�o raras vezes acontecem em Machacalis. Para tanto faz-se necess�rio a conjuga��o de for�as do munic�pio do estado e da uni�o para que esse problema fosse definitivamente debelado.
A solu��o para os frequentes castigos impostos ao cidad�o, est� literalmente ligada � boa vontade da esfera federal e da estadual para que, somando for�as com o munic�pio buscassem o melhor rem�dio qual seja, a execu��o de obras pr�prias para erradica��o do problema. Acontece, por�m, que o munic�pio n�o disp�e de recursos or�ament�rios para tanto, em raz�o de ser pobre, com a arrecada��o muito abaixo dos patamares normais o que nos leva a afirmar: sem o envolvimento da Uni�o e do Estado, jamais, esse problema ter� solu��o definitiva e lamentavelmente a popula��o continuar� sendo penalizada.
A administra��o municipal mesmo diante das dificuldades financeiras impostas em decorr�ncia da crise que assola a todos os munic�pios, desde a precipita��o de chuvas ocorridas em fevereiro deste ano tem desenvolvido um trabalho substancial para abrandar as consequ�ncias de efeitos gerados pelas chuvas, tais como: doa��o de cestas b�sicas �s fam�lias; doa��o de lajotas, areia, cimento, material de limpeza, material higi�nico, colch�es, alugu�is dentre outros e se mais n�o fizemos, com certeza, fomos impedidos de faz�-lo em virtude da absoluta falta de recurso. E daremos a assist�ncia necess�ria para os atingidos pelas chuvas de agora e estaremos buscando aux�lio junto ao governo federal e estadual.”
*Estagi�ria sob supervis�o da subeditora Ellen Cristie