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Estado de Minas

Conhe�a o jovem que salvou crian�as de van atingida por �rvore em BH

Rapaz que se tornou conhecido ao salvar cinco crian�as em van atingida por �rvore em BH conta que se inspirou na m�e para se tornar socorrista, fun��o que exerce voluntariamente


postado em 10/12/2018 06:00 / atualizado em 10/12/2018 07:57

Marcos Oliveira:
Marcos Oliveira: "Tive dificuldade para dormir naquela noite, mas acordei mais tranquilo por ter salvado sete pessoas. Recebi muitas mensagens" (foto: Marcos Vieira/EM/DA Press)


Socorro a v�timas de quatro atropelamentos, uma pessoa em overdose, um idoso v�tima de mal s�bito e um amigo contundido. Esse era o curr�culo do monitor escolar Marcos Henrique de Oliveira at� quinta-feira, quando se tornou her�i e encarou o maior desafio desde que se habilitou, em 2014, para a fun��o de socorrista civil, a que se dedica sem qualquer remunera��o, inspirado pela m�e. Formado no 3º Batalh�o do Corpo de Bombeiros de Minas, no qual se inscreveu apenas pelo desejo de ajudar pessoas em risco, ele foi o respons�vel por salvar, com apoio de outras duas pessoas, cinco crian�as e um casal na Avenida Nossa Senhora do Carmo, no Bairro Sion, Zona Sul de BH, onde uma �rvore caiu sobre cinco ve�culos durante a tempestade, matando o motorista Ranur Pierre da Silva Carneiro, de 28 anos, que conduzia um escolar. “Sabia que havia riscos por causa dos fios energizados. Mas eu estava de botas e as crian�as, dentro da van. Agi o mais r�pido poss�vel”, conta o jovem de 22 anos, morador do Bairro Flamengo, em Ribeir�o das Neves, na regi�o metropolitana.

O dia seguinte ao ato de coragem ficou marcado por cansa�o, mas tamb�m por muitas homenagens. “Tive dificuldade para dormir naquela noite, porque a adrenalina estava alta. Mas acordei mais tranquilo, por ter salvado as sete pessoas. Recebi muitas mensagens de familiares e amigos”, relata Marcos Henrique. O salvamento tamb�m foi lembrado pelo sargento Robson de Paula, do 3º Batalh�o do Corpo de Bombeiros, situado na Avenida Ant�nio Carlos, onde o militar, que foi professor de Marcos Henrique, se dedica a um curso b�sico de primeiros socorros h� mais de uma d�cada.

Para Marcos, respeito ao c�digo de conduta e tomada de decis�o r�pida marcaram o resgate das cinco crian�as e dois adultos. O socorrista estava em um �nibus da linha 5106 (Bandeirantes/BH Shopping) quando percebeu o acidente. “As pessoas gritaram e eu pedi ao motorista para descer pela porta do meio”, detalha. Ao chegar ao outro lado da avenida, ele checou as condi��es para o socorro e tentou se assegurar de que n�o havia risco. Apesar dos fios el�tricos no ch�o, o rapaz avaliou que tanto ele quanto as v�timas contavam com isolamento e relativa seguran�a – proporcionados por uma bota que ele usava e pelos carros onde as v�timas estavam –, o que minimizaria a possibilidade de acidentes com a eletricidade. Seu principal receio era de que outras �rvores ca�ssem.

O pr�ximo passo foi pedir a pessoas que estavam perto que acionassem o Corpo de Bombeiros para, depois, prestar o socorro. “O motorista da van (Ranur Carneiro) s� me pedia para retirar as crian�as. Os vidros j� estavam quebrados pelo choque com a �rvore, ent�o retirei uma a uma. A �ltima estava no banco da frente, com dificuldades para sair, pois estava presa ao cinto. Mas tamb�m consegui resgat�-la”, conta o socorrista. Ele conta que os pequenos foram levados � base da Pol�cia Militar ao lado do local da ocorr�ncia, na Pra�a da Harmonia. Marcos Henrique ajudou, ainda, um casal a sair de um carro de passeio. Para isso, ele precisou quebrar o vidro do autom�vel com uma cotovelada.

Ver galeria . 12 Fotos Paulo Filgueiras/EM/D.A.Press
(foto: Paulo Filgueiras/EM/D.A.Press )


Ao retornar � van, a miss�o do jovem teve sua �nica baixa. “Falei com o motorista, mas ele j� n�o me respondeu. Depois, chequei o pulso dele e n�o havia resposta, infelizmente”, recorda. Ranur permaneceu no ve�culo at� que seu corpo foi resgatado mais de tr�s horas depois da ocorr�ncia, j� que os bombeiros aguardaram o corte de energia para iniciar os trabalhos.

O socorrista pratica artes marciais em uma academia do Bairro Bom Jesus (Noroeste) e � monitor escolar em uma institui��o do Bairro Sion. A voca��o para ajudar pessoas necessitadas vem de fam�lia: a m�e de Marcos tamb�m � socorrista. Eles aturam em conjunto h� dois anos, quando precisaram auxiliar um homem em overdose em Contagem, na Grande BH. “Ele estava em frente a um hospital privado, mas n�o queriam atend�-lo. Fomos n�s que o salvamos.”

Al�m da morte do motorista, outra cena entristeceu o socorrista no seu dia de her�i: muitas pessoas optaram por registrar a trag�dia com seus celulares, em vez de ligar para os bombeiros. “Isso n�o ajuda. Em todo acidente � a mesma coisa. � lament�vel, pois as pessoas preferem gravar a fazer algo verdadeiramente �til”, lamentou.


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