
Os dados, da Seguradora L�der, administradora do Seguro DPVAT, mostram que, nas �ltimas f�rias de ver�o, entre o fim de 2017 e o in�cio do ano passado, o n�mero de mortes superou a marca de 6 mil. Os jovens de 18 a 34 anos foram as principais v�timas, representando 41% dos acidentes fatais. Os homens tamb�m est�o entre os mais atingidos e representam 76% do total de ocorr�ncias no per�odo. As informa��es s�o relativas a pagamentos j� feitos de indeniza��es do seguro para acidentes ocorridos nesse intervalo de tempo. A seguradora considera que os n�meros podem ser ainda maiores, uma vez que v�timas e benefici�rios t�m at� tr�s anos para dar entrada no pedido de indeniza��o.
A Regi�o Sudeste lidera o ranking de ocorr�ncias, com mais de 14 mil casos j� indenizados. Na sequ�ncia, o Nordeste registrou 13.537 acidentes. Com rela��o aos acidentes fatais, as duas regi�es, juntas, somam 65% das mortes no per�odo. As motocicletas s�o o ve�culo mais envolvido em acidentes graves: 3 mil ocorr�ncias fatais e 23 mil casos de invalidez permanente.
Em Minas, dos 5.550 benef�cios pagos, 693 foram por morte, 3.337 para pessoas que ficaram com algum tipo de invalidez permanente e 1.520 para despesas m�dicas e hospitalares. Dezembro de 2017, o campe�o das trag�dias no per�odo analisado, concentrou o maior n�mero de acidentes: 2.298. Os motoristas foram as principais v�timas e representaram cerca de 70% do total de ocorr�ncias, seguidos por passageiros e pedestres. J� as motocicletas foram respons�veis pela maioria dos casos no estado e estiveram envolvidas em 3.870 acidentes.
O DPVAT � um seguro obrigat�rio e pode ser destinado a qualquer cidad�o acidentado em territ�rio nacional, seja motorista, passageiro ou pedestre. Oferece tr�s tipos de coberturas: morte (R$ 13,5 mil), invalidez permanente (at� R$ 13,5 mil) e reembolso de despesas m�dicas e hospitalares da rede privada de sa�de (at� R$ 2,7 mil). A prote��o � assegurada por um per�odo de at� tr�s anos.
CONCENTRA��O O professor de engenharia de transporte e tr�nsito da Universidade Fumec M�rcio Aguiar ressalta que a concentra��o de Natal, r�veillon, f�rias e viagens rumo ao litoral num intervalo curto de tempo traz � tona uma somat�ria de fatores que contribuem para a ocorr�ncia dos acidentes. “Em per�odo de festas e f�rias h� um descuido grande, porque n�o h� continuidade da fiscaliza��o, al�m da quest�o do �lcool. As pessoas bebem, saem das festas e dirigem. O pessoal abusa da bebida, aumenta a velocidade, perde a no��o do perigo e o resultado n�s acompanhamos, infelizmente, todos os dias, que s�o os acidentes graves”, diz.
O especialista chama a aten��o para o fato de a fiscaliza��o n�o ser capaz de abranger o todo. “Ela � muito restrita. N�o temos um corpo adequado para fazer blitze constantes. E s�o elas justamente a oportunidade de pegar as irregularidades, como pessoas alcoolizadas ou envolvidas com drogas”, ressalta. “Se n�o houver seriedade no tratamento dessas quest�es, vamos continuar como pa�s campe�o em acidentes que, com essas caracter�sticas, t�m �ndice de severidade grande. Quando n�o tem morte, tem �ndice de invalidez consider�vel.”
Em 2017, o recesso de Natal foi sangrento no estado. Balan�o das pol�cias Rodovi�ria Federal (PRF) e Militar Rodovi�ria (PMRv) apontaram a morte de 38 pessoas. A viol�ncia foi maior nas estradas estaduais, onde 24 mortes foram registradas. Nas estradas federais que cortam Minas,14 pessoas perderam a vida naquele ano. Levantamento da PRF apontou 190 acidentes em quatro dias de feriado, que deixaram 201 feridos. A Opera��o Natal 2017 terminou com 2.047 autua��es, sendo 457 por ultrapassagem, e 20 pessoas presas. Os radares aplicaram 3.384 multas por excesso de velocidade. Dos 10 acidentes que terminaram com mortes, tr�s foram colis�o frontal, com sete das 14 mortes. A imprud�ncia pode ser vista nas condi��es da pista: em apenas um dos acidentes chovia, o restante estava com tempo bom.
J� o feriado de Natal de 2018 teve um dia a mais (no ano anterior a data foi comemorada numa segunda-feira), mas foi menos tr�gico. Entre os �ltimos dias 21 e 25, segundo a Pol�cia Rodovi�ria Federal (PRF), 11 pessoas morreram nas rodovias federais que cortam Minas, e outras 250 ficaram feridas em 127 acidentes. A ocorr�ncia mais grave ocorreu na BR-116, em Leopoldina, na Zona da Mata, onde dois carros bateram de frente. Duas pessoas morreram.
No recesso de r�veillon de 2018, 15 pessoas perderam a vida nas rodovias federais e estaduais. No feriado de ano novo de 2019, nos cinco dias de opera��o das pol�cias rodovi�rias Federal e Estadual, 20 pessoas morreram em acidentes. As rodovias sob jurisdi��o do estado foram a que mais tiveram mortes, sendo 12 no total. J� nas vias federais, foram oito �bitos. Ao todo, foram registrados 368 acidentes. Eles deixaram, al�m dos mortos, 415 feridos. O acidente mais grave ocorreu na BR-381, em S�o Gon�alo do Rio Abaixo, na Regi�o Central de Minas Gerais. Quatro pessoas da mesma fam�lia morreram na batida entre um Uno e uma carreta. Entre as v�timas estavam duas crian�as.