
Ver�o, f�rias e lazer ao ar livre. A temporada � de muita divers�o em pra�as, parques, clubes, cachoeiras e praias, mas tamb�m de riscos. As temperaturas est�o em alta e os corpos, mais expostos aos efeitos da exposi��o ao sol, da desidrata��o, dos carrapatos e das picadas de mosquitos transmissores de doen�as. Ontem os term�metros foram a 31,4°C em Belo Horizonte e a expectativa � que passem dos 33°C a partir de amanh�. Calor antecedido por chuvas j� � sin�nimo no Brasil de prolifera��o do Aedes aegyti, mosquito que transmite a dengue, chikungunya e a zika. A hora � de tomar precau��es para evitar que o descanso vire preju�zo � sa�de: controle de focos dos mosquitos, uso de repelentes, filtro solar, vacina e �gua t�m que estar no arsenal de ver�o.
No caso da dengue, neste ano h� uma preocupa��o ainda maior: depois de oito anos, voltou a circular o v�rus do tipo Denv 2, a que boa parte da popula��o n�o foi exposta, o que implica chance maior de contamina��o. “H� maior probabilidade de circula��o da dengue tipo dois – que estava quase circunscrita a algumas �reas do Nordeste, que � mais agressiva e provoca casos cl�nicos mais graves que os tipos um, tr�s e quatro”, explicou o infectologista Carlos Starling. E a Secretaria do Estado de Sa�de de Minas Gerais (SES-MG) alerta: uma das caracter�sticas do sorotipo que novamente � detectado no estado � atingir, de forma mais grave, menores de 15 anos, justamente porque esse p�blico foi pouco e nada exposto ao v�rus.
A infesta��o do mosquito preocupa. Resultados do �ltimo Levantamento de �ndice R�pido para Aedes aegypti (Liraa) mostram que pelo menos 40,7% dos munic�pios que informaram ao estado o resultado do estudo est�o em situa��o de risco ou em alerta para a possibilidade de surto da dengue. Em 2018, foram registrados 29.875 casos da doen�a. O n�mero corresponde a uma m�dia de 81,8 notifica��es por dia. Oito �bitos foram confirmados e 14 permanecem em investiga��o.
J� os casos prov�veis de febre chikungunya, tamb�m transmitida pelo aedes, chegaram a 11.772, concentrados na regi�o do Vale do A�o. Foi confirmado um �bito por chikungunya no munic�pio de Coronel Fabriciano, na regi�o com maior �ndice. Foram registrados 184 casos prov�veis de zika em 2018, sendo 54 em gestantes e, destas, 16 com confirma��o laboratorial.
As chances de dissemina��o das tr�s doen�as transmitidas pelo aedes aumentam nessa temporada, com a prolifera��o do mosquito. “O controle do vetor do mosquito � fundamental”, pontua o Starling. E no per�odo de f�rias o risco � duplo: os corpos est�o mais expostos e, muitas vezes, as resid�ncias, que concentram cerca de 85 dos focos do aedes, tamb�m, j� que muitas fam�lias viajam e deixam suas casas por um longo per�odo. Limpar tudo que pode servir de criadouro � uma medida essencial para n�o de cara com o mosquito na volta pra casa. Usar repelentes � op��o para afastar os mosquitos.
Cachoeiras, beira de rios, lagos e �reas gramadas s�o locais muito procurados no per�odo de f�rias. Nesses locais, o cuidado deve ser com o carrapato-estrela, que pode transmitir a febre maculosa se estiver infectado pela bact�ria Rickettsia rickettsii, embora ele seja mais comum entre maio e outubro. “As pessoas devem ficar atentas sim. Nossas esta��es n�o s�o t�o marcantes e, portanto, o carrapato acaba se proliferando em qualquer �poca do ano”, atenta o infectologista. Cavalos, capivaras e at� animais dom�sticos, como c�es e gatos, podem ser hospedeiros do parasita. No ano passado, foram confirmados 46 casos de febre maculosa em Minas.
Depois das epidemias dos �ltimos dois anos, tamb�m a febre amarela merece aten��o. Nas temporadas de 2016/2017 e 2017/2018, somente no territ�rio mineiro, 340 pessoas morreram depois de contrair o v�rus e outras 662 foram infectadas. A prote��o � simples: vacina. Uma �nica dose ao longo da vida. “A vacina � altamente eficaz. Mas ainda temos cerca de 3 milh�es de pessoas que n�o se vacinaram e isso preocupa”, alerta Starling. Encontrada gratuitamente na rede do SUS, a vacina contra a febre amarela � indicada para residentes e/ou viajantes que se destinam �s �reas com Recomenda��o de Vacina��o e deve ser tomada pelo menos 10 dias de anteced�ncia da data da viagem. Vale lembrar que todo o estado de Minas Gerais � �rea de recomenda��o para a vacina.
VIAGEM INTERNACIONAL A orienta��o da SES-MG � que o viajante esteja com a sua situa��o vacinal atualizada, conforme as orienta��es do Calend�rio Nacional de Vacina��o. O viajante deve incluir o cart�o de vacina��o entre os documentos da viagem, pois, conforme as normas do Programa Nacional de Imuniza��es (PNI) do Minist�rio da Sa�de, este � o documento que comprova, em territ�rio nacional, a vacina��o. No entanto, para viagens internacionais � importante dispor tamb�m do Certificado Internacional de Vacina��o ou Profilaxia.
Informa��es divulgadas pela SES mostram que alguns pa�ses da Europa, �frica e �sia n�o apresentam uma cobertura vacinal muito ampla contra o sarampo, o que leva ao surgimento de diversos casos durante todo o ano. Por isso, recomenda-se que profissionais da �rea de turismo e viajantes residentes no Brasil que forem viajar para o exterior procurem um posto de sa�de, pelo menos quinze dias antes da viagem, para serem vacinados. Ao retornar de viagem ao exterior, o viajante deve ficar atento a eventual ocorr�ncia febre, manchas avermelhadas pelo corpo, acompanhadas de tosse ou coriza ou conjuntivite, at� 30 dias ap�s seu regresso, que podem ser sinais e sintomas do sarampo. Se eles ocorrerem, a orienta��o � procurar imediatamente um servi�o de sa�de.
Previna-se
Dengue, chikungunya e zika
» Contra os focos – A maneira de evitar a prolifera��o do Aedes aegypti, que transmite os v�rus das tr�s doen�as, � eliminar qualquer foco de �gua parada no qual o mosquito possa se reproduzir. Todas as pessoas devem cuidar de suas casas e locais de trabalho de modo que consigam manter o ambiente sempre limpo e longe de qualquer possibilidade de ac�mulo de �gua.
» Na pele – O uso de repelente � indicado para evitar as picadas dos mosquitos. O ideal � renovar a aplica��o de acordo com a recomenda��o do r�tulo e usar somente durante o dia. Al�m disso, o produto deve ser aplicado em locais n�o cobertos pela roupa, j� que s� funciona quando evapora, como uma camada de prote��o.
FEBRE AMARELA
» A medida mais eficaz para evitar a doen�a � tomar a vacina, dispon�vel na rede p�blica de sa�de a qualquer tempo. Uma �nica dose da vacina basta.
SOB O SOL
» Evite exposi��o excessiva ao sol. Use protetor solar no m�nimo 30 minutos antes da exposi��o (FPS 30), reaplicando conforme orienta��o do fabricante. Utilize tamb�m �culos de sol e chap�u de aba larga. Hidrata��o � fundamental. Beba muita �gua e use cremes hidratantes depois da exposi��o.