
Como era voc� h� 10 anos? Tinha mais cabelo e menos peso? Queria estudar fora e acabou n�o indo? Ou se casou, mudou e, at� agora, tem sido “feliz para sempre”? O mundo d� voltas, a humanidade se transforma e o povo inventa novidades para distrair e compartilhar – esse, ali�s, um verbo ‘turbinado’ e com novo sentido para milh�es de brasileiros. Nestes tempos conectados, a internet dita modas e modinhas e a �ltima, no Instagram, � o Desafio 10 anos (10 years Challenge). Cada um posta fotos de 2009 e 2019, mostrando as transforma��es na d�cada. Com as cidades n�o � diferente, e Belo Horizonte tem muito para comparar ao vivo e nos retratos.
Uma das mudan�as mais vis�veis – e impactantes – est� no sistema BRT/Move, que completa cinco anos em mar�o e mudou a cara de alguns dos principais corredores de tr�nsito: avenidas Ant�nio Carlos, Cristiano Machado e Vilarinho. Respons�vel pelo transporte de mais de um ter�o dos passageiros de coletivos em BH, o sistema apresenta n�meros superlativos: dos 30,7 milh�es de viagens por m�s no transporte rodovi�rio da capital mineira, 10,3 milh�es (33,7%) s�o pelo Move. Ligando o Centro � Pampulha, a Ant�nio Carlos foi duplicada em 2005, com desapropria��es e impressionante altera��o no visual de certos trechos.

Mas nem tudo s�o flores no BRT, embora seja um al�vio, neste calor�o, o ar-condicionado nos ve�culos e a crescente organiza��o das esta��es. H� muitos desafios a cada metro de asfalto, como as expans�es do sistema e falhas na manuten��o de esta��es e corredores, sobretudo equipamentos de seguran�a. A expectativa � de que aumente o n�mero de �nibus, bem como o de pistas exclusivas, com estimativa de receber mais 50 quil�metros.

Outra mudan�a vis�vel fica bem no Centro da capital. H� 10 anos, a Igreja S�o Jos� carregava na fachada o bege de 1928, e as linhas arquitet�nicas pouco se destacavam no cruzamento da Avenida Afonso Pena com as ruas Tamoios e Esp�rito Santo. O projeto de restaura��o comandado pelos padres redentoristas devolveu ao templo as cores originais depois de minuciosa pesquisa por especialistas. Voltaram o vermelho, o laranja e o cinza, seguindo � risca o projeto feito por Edgard Nascentes Coelho, em maio de 1901, quando a capital ainda se chamava Cidade de Minas.
NOVOS ARES Em 2009, BH tinha 2,3 milh�es de habitantes e hoje cerca de 200 mil a mais e, certamente, uma fatia consider�vel da popula��o passa pela Pra�a da Liberdade, nem que seja para ver a tradicional decora��o de Natal. �cone da cidade e um dos seus espa�os mais nobres, a Liberdade ressurgiu remodelada no in�cio de dezembro, ao fim de seis meses de obras. E traz novos ares, devido � recomposi��o dos canteiros e do piso e restaura��o do coreto, das fontes e das esculturas. O servi�o era mais do que urgente, levando-se em conta o estado de degrada��o do mobili�rio, das �rvores (muitas com cupins), bustos de personalidades e demais partes do patrim�nio tombado e palco de acontecimentos hist�ricos.
Citado no livro Encontro marcado, do mineiro Fernando Sabino (1923-2004), o Viaduto Santa Tereza � outro s�mbolo da cidade com seus arcos. Em 2009, o quadro era prec�rio e, para evitar a degrada��o, est� em curso o projeto de restauro. Lumin�rias foram retiradas e, provisoriamente, instaladas l�mpadas a fim de garantir seguran�a aos pedestres. A hist�ria de Belo Horizonte passa por essa estrutura desde o fim da d�cada de 1920 e, com certeza, vai seguir pelos tempos. Como sinal dos novos tempos, os grafites dominam a cena urbana, e do viaduto d� para ver um deles estampado num pr�dio do Centro. Agora, � esperar 2029 e ver as transforma��es. Quem viver ver�!