
Quem chegava, era festejado. “Quando eu vi o Ed�lson descendo do �nibus, nem acreditei, dei um pulo de alegria”, disse Maria Raquel, ao lado do marido Ed�lson Ferreira, de 48 anos, ajudante geral. Ele e o afilhado, C�ssio Henrique Souza Freitas, de 24 anos, tamb�m ajudante, estavam trabalhando em outra �rea, na barragem Menezes 2, e s� se salvaram porque decidiram almo�ar mais tarde para adiantar o servi�o.
“N�s tivemos sorte de n�o ir almo�ar. Estamos pegando servi�o mais cedo, para almo�ar mais tarde e ir embora. Pegamos servi�o �s 6h, trabalhar�amos at� 13h30 para depois ir almo�ar. O ocorrido foi meio-dia e meio. Foi a hora que Deus estava ali olhando por n�s”, disse Edilson, que n�o segurou o choro ao lembrar dos amigos e de um primo que at� agora n�o tem not�cias.
“A sensa��o n�o tem como explicar. Olhar l� de cima e ver tudo... N�o tem nem palavras. Meus camaradas, um primo que � mesma coisa que um filho para mim, n�o tenho not�cia dele at� agora. � do�do mesmo. O que eu vi hoje, nunca mais quero ver na vida”, conta Edilson.
REENCONTRO
“Pensei que meu filho ia ficar sem pai logo hoje que completa 10 meses”, conta aliviada Franciele da Silva, com filho no colo, ao lado de C�ssio Henrique. O ajudante estava com a ro�adeira nas costas e abafador no ouvido, quando se assustou com o encarregado chegando correndo para avisar sobre o rompimento.
“N�s n�o ouvimos nada. O encarregado chegou e assustamos, pois n�o sabia o que estava acontecendo. A� sa�mos correndo, em fuga, para a parte mais alta que a gente pode”, lembra C�ssio. As horas de confinamento � espera das camionetes carregadas de trabalhadores tamb�m foram de apreens�o. “Ficamos umas duas horas l�. Os trabalhadores foram chegando de camionete, trouxeram �gua, deram assist�ncia”, lembra Ed�lson.
A imagem dos parentes e amigos indo a seu encontro na chegada do �nibus fez Ed�lson repensar o futuro. “Meus filhos, meus netos, tenho cinco neto, meus irm�os vieram todos correndo. A emo��o foi muito forte. Sou um sobrevivente no meio de todos. Daqui pra frente, s� Deus sabe. � muita trag�dia. N�o quero mais voltar para a mina.”