postado em 26/01/2019 09:25 / atualizado em 26/01/2019 10:10
Os primeiros reflexos do rompimento da barragem do C�rrego do Feij�o, em Brumadinho, Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte, j� s�o percebidos no Rio Paraopeba. A lama acumulada passou a “represar” a �gua do rio, que ficou escassa e baixou de n�vel em determinadas partes do curso a partir das 12h desta sexta-feira. Com isso, peixes come�aram a morrer.
"Surubim, dourado, tambaqui, mandi. Aqui a gente pega muito peixe. Com esse barro j� era", contou morador de Mario Campo, Adair Ferreira Gon�alves, de 30 anos.
Segundo relatos de moradores de Brumadinho � reportagem (veja no v�deo acima), o n�vel da �gua baixou at� 2 metros. “Tem muitos peixes morrendo na beirada, porque n�o tem �gua para eles mais. D� para ver de longe. � muito peixe perdendo. � muito triste a situa��o”, lamenta Marcos Vinicius Santana.
Ac�mulo de lama no Rio Paraopeba j� provoca morte de peixes na regi�o de Brumadinho (foto: Renan Damasceno/EM/D.A Press)
"Os peixes est�o morrendo sem �gua"
O Rio Paraopeba, que corta Brumadinho, est� represado. Segundo os moradores, n�vel baixou de 1,5m a 2m. Com isso, os peixes come�am a morrer na encosta, como esse que o morador Guilherme Porto pescou. pic.twitter.com/0yiGmqoL5K
Os peixes mais encontrados nos 546,5 km de extens�o rio s�o corvinas, curimbat�s, surubins e dourados. Existe a preocupa��o de que outras partes do Paraopeba, al�m da que corta Brumadinho, tamb�m sofram com os reflexos da trag�dia - seja em fun��o da lama, seja por conta de uma eventual contamina��o da �gua com rejeitos de min�rio da barragem da Vale.
A bacia do Paraopeba cobre 48 cidades de Minas Gerais (veja a lista completa ao fim da mat�ria). Somadas, as popula��es desses munic�pios ultrapassam 1,3 milh�o de habitantes, segundo dados do Censo Demogr�fico de 2010. Estima-se que esse n�mero aumentou ao longo dos �ltimos nove anos.
Sem �gua em fun��o da lama, peixes come�am a morrer ao longo do Rio Paraopeba (foto: Renan Damasceno/EM/D.A Press)
O Paraopeba tem �rea de 12.054,25 km², que corresponde a 5,14% do territ�rio da bacia do rio S�o Francisco. Existe, portanto, a preocupa��o de que os rejeitos possam atingir at� mesmo o mar.
A nascente est� localizada em Cristiano Otoni, Mesorregi�o Metropolitana de BH, e tem foz na represa de Tr�s Marias, no munic�pio de Felixl�ndia, na Regi�o Central de Minas Gerais. Os principais rios da bacia s�o o Paraopeba, o �guas Claras, o Maca�bas, o Betim, o Camapu� e o Manso.
Cidades pelas quais o Paraopeba passa: Belo Vale; Betim; Bonfim; Brumadinho; Cachoeira da Prata; Caetan�polis; Casa Grande; Congonhas; Conselheiro Lafaiete; Contagem; Cristiano Otoni; Crucil�ndia; Curvelo; Desterro de Entre Rios; Entre Rios de Minas; Esmeraldas; Felixl�ndia; Florestal; Fortuna de Minas; Ibirit�; Igarap�; Inha�ma; Itatiaiu�u; Ita�na; Itaverava; Jeceaba; Juatuba; Lagoa Dourada; Maravilhas; Mario Campos; Mateus Leme; Moeda; Ouro Branco; Ouro Preto; Papagaios; Par� de Minas; Paraopeba; Pequi; Piedade dos Gerais; Pomp�u; Queluzito; Resende Costa; Rio Manso; S�o Br�s do Sua�u�; S�o Joaquim de Bicas; S�o Jos� da Varginha; Sarzedo; Sete Lagoas.
Mapa produzido pelo Igam mostra curso do rio Paraopeba (foto: Reprodu��o/Igam)
