
Marcelle tinha completado 35 anos um dia antes de morrer e trabalhava na empresa desde 2015. Ela n�o estava escalada para trabalhar na sexta-feira, dia do rompimento da barragem, mas, segundo familiares, foi chamada de �ltima hora.
Solteira, a mo�a n�o tinha filhos e gostava de passar a maioria das noites com a av�, que mora a poucas quadras de sua casa. Muito abalada, a m�e da jovem, Mirelle Porto, lamentava: "Morreu fazendo o que mais gostava. Estamos desolados. Completamente sem ch�o. A gente n�o se desgrudava, ela cuidava muito de mim, e eu dela. Me ligava todos os dias, perguntava como eu estava.
Nos primeiros momentos do desaparecimento, a m�e acreditava que Marcelle estaria ajudando as v�timas. "Eu e minha filha mais nova chegamos a pensar que, por ser m�dica, ela estivesse socorrendo pessoas", contou. "Infelizmente aconteceu algo pior."
Ainda segundo os familiares, Marcelle nunca reclamou sentir medo ou inseguran�a por trabalhar na mina. "O �nico medo que sent�amos era da estrada, pois ela dirigia cerca de meia hora para ir ao trabalho", disse a m�e.
O tio, Denysson Porto, disse que Marcelle havia comemorado o anivers�rio na noite anterior em um restaurante da cidade. "Estava feliz, com os amigos, parentes. A nossa menina adorava sorrir." No dia da trag�dia, ela iria continuar com as comemora��es.
"Era uma pessoa bonita, alegre demais, verdadeira. Vai deixar saudades", contou a m�dica Val�ria Rodrigues, amiga de Marcelle. "Uma pessoa humana, se importava com os outros, se preocupava com os amigos", disse outro colega, F�bio Carmo.
Outras sete v�timas da trag�dia tamb�m j� foram identificadas. Neste domingo, 27, as buscas foram interrompidas por risco de rompimento de outra barragem da Vale.