
Uma das barragens, a de Itabiru�u, tem capacidade para receber volume 18 vezes maior de rejeitos do que a barragem C�rrego Feij�o, que se rompeu na sexta-feira.
A cobran�a de moradores e pol�ticos por garantias da Vale sobre a seguran�a das barragens tomou conta das conversas nas pra�as da cidade e se espalhou pelas redes sociais e grupos de mensagens.
Segundo a Prefeitura de Itabira, desde o ano passado a barragem de Itabiru�u passa por processo de alteamento para receber rejeitos da mina de Concei��o. Em novembro, em audi�ncia p�blica, a empresa apresentou o plano de aumentar a altura da barragem, que fica a 835 metros, para 850 metros.
De acordo com informa��es da Vale, Itabiru�u tem capacidade para receber mais de 220 milh�es de metros c�bicos de rejeitos. Em Brumadinho, a barragem que se rompeu tinha capacidade para 12 milh�es de metros c�bicos.
“Diante de uma trag�dia inesperada como essa ficamos preocupados com nossa situa��o em Itabira. A Vale tem as barragens do Pontal, de Concei��o e a maior de todas, que � de Itabiru�u. Passo na estrada em frente quase todo dia e o tamanho � impressionante. A constru��o est� muito pr�xima de bairros e um rompimento aqui causaria um estrago inimagin�vel”, conta Heitor Tom�s Ferreira, de 71 anos, que mora em Itabira h� 52 anos.
Ex-funcion�rio da Vale do Rio Doce, quando ainda era estatal, ele critica a expans�o dos projetos de minera��o em busca de lucro maior e conta que nunca ouviu nada sobre plano de evacua��o da cidade em caso de rompimento da barragem.
“N�o conhe�o nada sobre plano de emerg�ncia ou sirene avisando para deixarmos a cidade. Se existe algo do tipo, acho que pouca gente aqui tem conhecimento”, diz Heitor.
Desconfian�a e incerteza

“Essa situa��o se tornou motivo de muita apreens�o. O nosso munic�pio abriga duas das maiores barragens de rejeitos do Brasil. Cobrarei da dire��o da Vale novo diagn�stico sobre a situa��o das barragens”, disse o prefeito.
V�rios moradores cobram do prefeito que o projeto de amplia��o da barragem Itabiru�u seja cancelado. “N�o adianta diagn�stico novo. Todos v�o apontar como seguras as barragens. O que tem que ser feito � a interdi��o da obra de alteamento. Moro a menos de 500 metros da barragem. Essa ser� uma trag�dia anunciada”, reclamou Angela Maria, moradora da comunidade Rio do Peixe, em Itabira.
O secret�rio de governo, Ilton Magalh�es, informou que no final do ano passado, quando aconteceram reuni�es para a amplia��o da barragem de Itabiru�u, a empresa deu garantias de que o local n�o corre risco de rompimento.
“Eles nos garantiram que a barragem est� segura. Mas isso foi na mesma �poca em que falaram que as barragens de Brumadinho tamb�m eram seguras. Depois desses epis�dios ficamos na d�vida se essa garantia � real. Temos que cobrar uma reavalia��o”, afirma Ilton.
Segundo ele, no ano passado a empresa apresentou um plano de contingenciamento em caso de acidentes no empreendimento de Itabira, mas n�o sabe se os procedimentos foram implementados.
“N�o sei se o plano foi finalizado, mas foi discutido. N�o sei se as sirenes foram instaladas. Mas nessa semana vamos intensificar as cobran�as sobre quest�es de seguran�a”, diz o secret�rio.
Procurada pela reportagem desde a manh� deste domingo, a assessoria da Vale informou que n�o poderia informar os detalhes sobre os empreendimentos em Itabira ou se foram instaladas na cidade sistemas de alerta e evacua��o.