Familiares e amigos de desaparecidos devido ao rompimento da Barragem da Mina C�rrego do Feij�o, em Brumadinho, na Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte, se apegam aos telefones celulares para tentar encontrar os entes queridos. Liga��es para os aparelhos colocaram fim a ang�stia, n�o do modo desejado, de uma fam�lia e aumentou a esperan�a de outra. No primeiro caso, o celular tocou quando um corpo estava no rabec�o. Os familiares rastrearam o aparelho e conseguiram chegar at� ele. Na outra situa��o, parentes de um homem afirmam que o telefone dele ainda tem bateria, o que aumenta a possibilidade e encontr�-lo com vida.
No s�bado, os irm�os rastrearam o celular de um homem e obtiveram como ponto de localiza��o a entrada do campo de pouso dos helic�pteros em Brumadinho, onde est�o os rabec�es. “Dei as coordenadas geogr�ficas aos Bombeiros. Quando cheguei perto, liguei e o telefone tocou no bolso dele, dentro do rabec�o. Pedi para ver e abriram o ve�culo. Ele estava com o telefone, habilita��o e crach�”, contou um irm�o.
As digitais foram recolhidas �s 18h de s�bado e somente neste domingo a fam�lia conseguiu a libera��o do corpo. “Essa parte est� muito lenta. Primeiro, disseram que o min�rio estaria atrapalhando a identifica��o da digital, depois, que havia muita gente”, relatou. A trag�dia familiar s� n�o foi maior, porque o pai, que tamb�m trabalha na barragem, est� de f�rias.
A operadora de telemarketing Gisele Pedrelina Duarte Santana Loures, de 22 anos, aguarda not�cias do pai ao lado do marido e de parentes. Na tarde deste domingo, sentada na grama, perto da entrada de Brumadinho, ela dizia ter esperan�a de que Sebasti�o Divino Santana, de 58 anos, seja encontrado. “O telefone dele est� tocando, est� com bateria. Algu�m precisa fazer alguma coisa para rastre�-lo”, afirmou a jovem moradora da cidade. Sebasti�o, motorista, estava na mina do C�rrego do Feij�o, na sexta-feira, quando ocorreu o rompimento da barragem. “Vi na televis�o, mas a �ltima vez que falei com meu pai foi �s 11h53”, afirmou Gisele.
O �ltimo boletim divulgado pelo Corpo de Bombeiros, na tarde deste domingo, confirmou 37 mortes, 287 desaparecidos, 192 pessoas resgatadas pelos militares.
Dados de aparelhos
Uma decis�o da Justi�a Federal de Minas Gerais, que acatou pedido da Advocacia-Geral da Uni�o (AGU), determinou, na �ltima sexta-feira, que as operadoras de telefonia m�vel forne�am dados sobre os sinais de aparelhos de clientes que estavam na regi�o afetada pelo rompimento da barragem de rejeitos.
"A decis�o se estende aos clientes que estavam nas imedia��es da Mina de C�rrego de Feij�o entre a meia-noite de quinta-feira (24) e o mesmo hor�rio de ontem (25), num raio de 20 quil�metros", diz nota da AGU. As empresas de telefonia que dever�o cumprir o pedido s�o: Vivo, Tim, Claro, Oi, Nextel, Algar Telecom e Sercomtel”.