
O MPF j� havia apontado risco de outras trag�dias. Por qu�?
Alert�vamos que, se nada fosse feito, ter�amos outras trag�dias. Os par�metros s�o muito abertos. Tanto que a barragem de Mariana, e a de Brumadinho, eram consideradas estruturas seguras.
Como s�o esses par�metros?
Pela lei, a empresa descreve a barragem e identifica dois problemas. Um � o v�cio estrutural: chance de romper. Nas barragens de rejeitos de min�rio, o c�lculo n�o d� muita seguran�a porque o maci�o � feito do pr�prio rejeito. Se n�o houver monitoramento rigoroso, pode haver problema. Deve tamb�m apontar dano potencial. Mesmo se a estrutura � s�lida, se houver trag�dia � preciso identificar danos potenciais: se h� muita gente na �rea, o n�vel de contamina��o dos rios, solos. Em Mariana e Brumadinho, o risco estrutural era baixo, mas o dano potencial, alto. A lei exige que a mineradora, ou o auditor contratado por ela, declare que a barragem � est�vel. Em geral, contratam um auditor externo.
Mas o auditor n�o � confi�vel?
Sim, mas, em geral, ele faz c�lculos com base em dados de monitoramento fornecidos pela empresa. Qual a falha? Podem ser dados filtrados. Nem todos os dados foram repassados aos auditores no caso da Samarco, por exemplo.
A estrutura continuou igual?
Sim. Erramos em 2015, mas pod�amos ter mudado protocolos, procedimentos, fazer algo.
E os projetos de leis mais r�gidos tamb�m foram barrados...
Bato muito nas empresas. Mas resolvi botar o dedo na ferida. Se o Estado continuar fazendo vista grossa, vir�o mais casos.
Qual � a explica��o para isso?
Provavelmente lobby forte de empresas. E in�rcia do Estado.
Falta verba para a estrutura?
N�o. Os royalties da minera��o, que deveriam ser usados para estruturar a Ag�ncia Nacional de Minera��o, t�m sido sempre contingenciados. N�o s�o usados para a finalidade que a lei prev�. Daria para comprar equipamentos mais sofisticados. Mas t�m sido usados para reduzir o d�ficit das contas do governo.
As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.