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Estado de Minas

Imagens do Rio Paraopeba revelam contraste entre as �reas limpas e contaminadas

Segundo moradores antigos, �guas que j� tiveram colora��o amarelada foram ganhando o tom avermelhado do min�rio. Ap�s a cat�strofe, rio se tornou vermelho-escuro e ganhou odor de putrefa��o


postado em 03/02/2019 06:00 / atualizado em 03/02/2019 10:59

Com 546,5 quilômetros, o Rio Paraopeba banha 35 municípios. Na imagem, é possível distinguir parte do leito acima da área de contaminação e um bairro que fica a cerca de 6 quilômetros do Centro de Brumadinho(foto: Ramon Lisboa/E.M/D.A Press)
Com 546,5 quil�metros, o Rio Paraopeba banha 35 munic�pios. Na imagem, � poss�vel distinguir parte do leito acima da �rea de contamina��o e um bairro que fica a cerca de 6 quil�metros do Centro de Brumadinho (foto: Ramon Lisboa/E.M/D.A Press)

Antigos moradores garantem que o Rio Paraopeba, um dia, j� teve colora��o meio amarelada, que, com o tempo, foi ganhando o tom avermelhado do min�rio. Mas nesses dias dram�ticos ap�s a cat�strofe da barragem da Mina do C�rrego do Feij�o, em Brumadinho, na Grande BH, o curso d’�gua se tornou vermelho-escuro. Um tom sinistro da morte, um odor terr�vel de putrefa��o, um leito inerte do desrespeito pela natureza e pela vida humana.

Uma passarela de pedestre sobre o Rio Paraopeba faz a ligação entre as comunidades de Brumadinho e do Funil, da vizinha Mário Campos. Após o rompimento da barragem da Mina do Córrego do Feijão, as água sob a ponte adquiriram coloração avermelhada e odor de putrefação(foto: Ramon Lisboa/E.M/D.A Press)
Uma passarela de pedestre sobre o Rio Paraopeba faz a liga��o entre as comunidades de Brumadinho e do Funil, da vizinha M�rio Campos. Ap�s o rompimento da barragem da Mina do C�rrego do Feij�o, as �gua sob a ponte adquiriram colora��o avermelhada e odor de putrefa��o (foto: Ramon Lisboa/E.M/D.A Press)

Das nascentes em Cristiano Otoni ao des�gue na represa de Tr�s Marias, onde se junta ao Rio S�o Francisco, o Paraopeba, em alguns trechos, ainda conserva alguma beleza. Mesmo ferido de morte, segue com sua dignidade golpeada pela mineradora Vale desde o dia 25. Na comunidade do Funil, na cidade vizinha de Mario Campos, onde uma passarela de pedestres corta as �guas escuras, muita gente, agora, se debru�a, com tristeza, sobre o leito e se questiona se o rio voltar� a ter vida rumo ao Velho Chico e ao Oceano Atl�ntico.

A Copasa instituiu, no final de 2015, uma captação emergencial diretamente do Rio Paraopeba. A adutora da companhia na região integra o sistema de abastecimento de água para Belo Horizonte. A lama que vazou da barragem da Vale atingiu o Paraopeba antes do ponto de captação da Copasa(foto: Ramon Lisboa/E.M/D.A Press)
A Copasa instituiu, no final de 2015, uma capta��o emergencial diretamente do Rio Paraopeba. A adutora da companhia na regi�o integra o sistema de abastecimento de �gua para Belo Horizonte. A lama que vazou da barragem da Vale atingiu o Paraopeba antes do ponto de capta��o da Copasa (foto: Ramon Lisboa/E.M/D.A Press)

Al�m da cat�strofe que agora dilui a morte ao longo de seu curso, o Paraopeba ainda enfrenta, nas redondezas de Brumadinho, a a��o de muitas outras mineradoras, causando degrada��o e amea�as ao manancial que, em troca, matava a sede de milhares de pessoas em povoamentos ao longo de sua bacia. Irrigava tamb�m planta��es, agora amea�adas de morrer secas, bem ao lado de suas margens avermelhadas.

Um do principais afluentes do Rio São Francisco, o Paraopeba tem sua nascente em Cristiano Otoni, na Região Central de Minas Gerais, e a foz na represa de Três Marias, em Felixlândia. Na imagem acima, trecho do leito contaminado pela lama que vazou com aproximadamente 12 milhões de metros cúbicos de rejeitos de mineração(foto: Ramon Lisboa/E.M/D.A Press)
Um do principais afluentes do Rio S�o Francisco, o Paraopeba tem sua nascente em Cristiano Otoni, na Regi�o Central de Minas Gerais, e a foz na represa de Tr�s Marias, em Felixl�ndia. Na imagem acima, trecho do leito contaminado pela lama que vazou com aproximadamente 12 milh�es de metros c�bicos de rejeitos de minera��o (foto: Ramon Lisboa/E.M/D.A Press)

Mesmo com tantos duros revezes, o rio segue seu destino – agora em estado quase terminal. Se haver� salva��o, s� o tempo dir�, acreditam especialistas. Por enquanto, resta observar e exigir medidas urgentes para garantir a perenidade. Ainda que, em vez de �gua, hoje o que mais chame a aten��o no Paraopeba seja a cor com que serpenteia entre o verde das montanhas e os n�veis de poluentes como chumbo, merc�rio, n�quel, c�dmio e zinco.


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