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Estado de Minas

Barragem de Brumadinho tinha margem de seguran�a muito baixa em caso de liquefa��o

Relat�rio da terceirizada T�v S�d apontou, ainda, para a presen�a de um pedregulho na base da barragem, que poderia se deslocar e causar a transforma��o do rejeito s�lido para o l�quido


postado em 06/02/2019 21:20

Ver galeria . 22 Fotos Novas fotos aéreas mostram situação na região atingida pelos rejeitos da barragem da Vale em Brumadinho, na Grande BH, na segunda semana após o desastreCorpo de Bombeiros/Divulgação
Novas fotos a�reas mostram situa��o na regi�o atingida pelos rejeitos da barragem da Vale em Brumadinho, na Grande BH, na segunda semana ap�s o desastre (foto: Corpo de Bombeiros/Divulga��o )

 
O relat�rio da consultoria alem� T�v S�d, que atestou a estabilidade da barragem que se rompeu em Brumadinho (MG), revela que a estrutura trabalhava com uma margem de seguran�a muito baixa para a hip�tese da liquefa��o dos rejeitos - fen�meno apontado como a prov�vel causa do colapso. Al�m disso, o relat�rio chama a aten��o para a presen�a de um pedregulho de extens�o indeterminada no p� da barragem, cujo eventual deslocamento poderia servir de gatilho para a liquefa��o.

Os rejeitos de uma barragem de min�rios s�o compostos, basicamente, de ferro em part�culas muito finas, areia e �gua. Essa combina��o � propensa ao fen�meno da liquefa��o. Ou seja, quando o volume e a press�o da �gua aumentam por algum motivo, o solo tende a se liquefazer. Fatores externos, como tremores de terra, tamb�m podem servir de gatilho para a liquefa��o.

No entanto, a margem de seguran�a da barragem do C�rrego do Feij�o para a hip�tese da liquefa��o era bem baixa, segundo o relat�rio. Ela foi estimada em tr�s pontos diferentes em 1,2; 1 18 e 1,09. As normas vigentes para o setor preconizam uma margem de seguran�a m�nima de 1,50 (ou de 50%).

O relat�rio entende, no entanto, que a barragem atende a norma na condi��o drenada (ou seja, em condi��es ideais, quando n�o h� infiltra��o de �gua), registrando fatores de seguran�a de 1,93; 1,76 e 1,60. A norma NBR-13028, de fato, n�o preconiza um fator de seguran�a m�nimo para o modo de falha liquefa��o (quando h� infiltra��o de �gua), mas apenas em condi��es ideais.

"As obras de engenharia em geral deixam uma margem de seguran�a extra, em geral de 1,50 ou 50% a mais de resist�ncia", explicou o professor Mario Riccio, da Faculdade de Engenharia da Universidade Federal de Juiz de Fora. "Algumas obras admitem fatores de seguran�a um pouco menores, dependendo da situa��o, quando n�o h� riscos de vidas humanas, por exemplo."

No entanto, o pr�prio relat�rio explica que "as an�lises de estabilidade sob condi��es n�o-drenadas (com �gua) t�m o intuito de avaliar o potencial de ruptura da barragem por liquefa��o". Al�m disso, o relat�rio tamb�m aponta problemas nos sistemas de drenagem da barragem que podem ter levado a algum tipo de infiltra��o.

"Para que o fen�meno da liquefa��o ocorra, al�m da presen�a dos materiais suscet�veis, h� tamb�m a necessidade de ocorr�ncia de um gatilho", ressalta o relat�rio. Os gatilhos, segundo o documento, podem estar associados a eventos est�ticos ou din�micos, como o alteamento r�pido da barragem, a eleva��o do n�vel do reservat�rio, excesso de equipamentos, detona��es, remo��o de materiais, movimenta��o da funda��o da barragem, entre outros.

O pr�prio relat�rio chama a aten��o para um potencial gatilho: "J� no p� da barragem, deve-se atentar ao grande bloco abaixo da estrada. Para determinar com precis�o sua extens�o, recomenda-se a limpeza da �rea e a realiza��o do mapeamento geol�gico de superf�cie. Esta �ltima deve ser complementada por investiga��o geof�sica para determina��o das dimens�es n�o expostas". E recomenda: "Uma vez realizadas tais investiga��es, a estabilidade do bloco e seu potencial de comprometimento da estrutura devem ser avaliados. Especialmente, deve-se atentar � possibilidade de que as movimenta��es deste bloco constituam gatilhos para a liquefa��o".

O relat�rio, de agosto do ano passado, tinha validade de um ano. O documento foi assinado pelo engenheiro Makoto Namba e o consultor em geot�cnica Andr� Jum, que chegaram a ser presos, mas foram soltos ontem. O documento, de 265 p�ginas, foi elaborado com base em informa��es fornecidas pela Vale, an�lises t�cnicas e vistorias de campo.

A Vale informou que a barragem "possu�a fator de seguran�a de acordo com as boas pr�ticas mundiais e acima da refer�ncia da norma brasileira". A mineradora disse ainda que "a barragem passava por inspe��es de campo quinzenais, todas reportadas � Ag�ncia Nacional de Minera��o. Todas essas inspe��es n�o detectaram nenhuma altera��o no estado de conserva��o da estrutura."


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