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Estado de Minas

Aplicativo mineiro ajuda no resgaste de v�timas em Brumadinho; saiba como funciona

Desenvolvido a pedido do Corpo de Bombeiros de Minas Gerais, a ferramenta agiliza coleta de informa��es e a busca corpos em meio � lama de rejeitos


postado em 05/03/2019 06:00 / atualizado em 05/03/2019 08:29

Cada militar em campo, seja de Minas ou de outros estados, dispõe do aplicativo, onde lança as coordenadas e fotografias de corpos e de objetos encontrados durante os trabalhos de resgate às vítimas (foto: Fotos: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press - 28/1/19)
Cada militar em campo, seja de Minas ou de outros estados, disp�e do aplicativo, onde lan�a as coordenadas e fotografias de corpos e de objetos encontrados durante os trabalhos de resgate �s v�timas (foto: Fotos: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press - 28/1/19)


A experi�ncia nas buscas por v�timas em Mariana ap�s o rompimento da Barragem do Fund�o, em 5 de novembro de 2015, fez do Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais (CBMMG) uma das corpora��es mais bem preparadas para enfrentar um cen�rio de cat�strofe como aquele que varreu o Rio Doce e matou 19 pessoas, uma delas desaparecida at� hoje. E foi depois de ter adquirido essa experi�ncia, forjada em obst�culos na lama e dificuldades desse terreno movedi�o, que o capit�o Leonard de Castro Farah conseguiu vislumbrar uma forma de agilizar os resgates de corpos e aprimorar o trabalho dos militares em campo. Comandante da Companhia Operacional de Busca e Salvamento do Bemad (Batalh�o de Emerg�ncias Ambientais e Respostas a Desastres), Farah, ao se deparar com o rompimento da Barragem 1 da Mina de C�rrego do Feij�o, em Brumadinho, teve a ideia de pedir a um ex-colega de corpora��o e atualmente desenvolvedor na �rea digital que ajudasse a fazer um aplicativo para facilitar as buscas em campo.

O sistema foi ent�o desenvolvido pelo cientista Thiago Coutinho e distribu�do logo nos primeiros dias de buscas. Agora, cada militar em campo disp�e desse aplicativo, seja um socorrista de Minas Gerais ou dos outros estados que enviaram refor�os. “A gente fez esse aplicativo para facilitar o lan�amento de coordenadas de corpos e de objetos que encontramos na miss�o. Antes, os militares tinham de ir a campo, anotar manualmente a coordenada, passavam via r�dio e tinham de reunir fotografias”, conta o capit�o. “Com esse aplicativo no celular, os bombeiros batem a foto no ambiente do aplicativo e a imagem com suas informa��es de coordenadas � lan�ada automaticamente no mapa”, afirma o comandante de buscas e salvamentos. Mesmo sem internet no local de trabalho, no meio da lama, a fotografia com as informa��es de localiza��o � registrada e o aplicativo lan�a isso imediatamente no mapeamento assim que tiver novamente sinal.

 

 


Com isso, as buscas ganharam agilidade, que � fundamental, sobretudo caso ainda fosse poss�vel encontrar sobreviventes no ambiente devastado. “Com essas informa��es , podemos tra�ar estrat�gias mais precisas. Por meio de um estudo do fluxo de detritos do rompimento da barragem, a gente tem conseguido prever onde se encontra a maioria dos corpos. Isso facilitou muito”, afirma o capit�o dos Bombeiros. Essa ferramenta tem sido fundamental tamb�m nessa fase em que os trabalhos de busca se encontram, sendo que a maioria dos corpos que estavam na superf�cie dos rejeitos despejados j� foram encontrados. “Entramos numa fase mais dif�cil, porque precisamos de saber onde estavam os corpos anteriormente, se na pousada ou na comunidade. Isso, � uma coisa que nos faz depender de terceiros, n�o � informa��o do Corpo de Bombeiros, mas de civis. Essas informa��es s�o cruciais para a gente planejar onde ser�o concentradas as buscas. E a gente concentra as buscas nas manchas de calor, onde a gente encontra mais objetos e ind�cios”, afirma.

Um dos grupos de bombeiros de S�o Paulo se mostrou admirado com a utiliza��o da ferramenta de buscas desenvolvida em Minas Gerais. Sem permiss�o do comando para conceder entrevistas, um oficial descreveu as vantagens enquanto instru�a sua tropa de como proceder em campo, no C�rrego do feij�o, antes de serem lan�ados por helic�pteros da For�a A�rea Brasileira (FAB). “� uma constru��o de consci�ncia de situa��o praticamente instant�nea. A gente encontra um caminh�o, lan�a no aplicativo. Isso vai para o mapa. Os companheiros que vierem depois ao chegarem na �rea j� saber�o que aquele caminh�o j� foi marcado e partir�o para outras buscas. Ao mesmo tempo, sabendo onde o caminh�o estava na mina, antes de ser levado, poder� ser reproduzido o sentido dos rejeitos que o empurraram. O mesmo ocorre com os corpos.”

Terreno trai�oeiro desafia equipes

Mesmo passado mais de um m�s desde o rompimento da Barragem 1 da mina da Vale em Brumadinho, o terreno enlamado, profundo e trai�oeiro ainda � um desafio para as equipes de resgate que buscam pelos desaparecidos. Contudo, h� ainda locais que nem bombeiros e m�quina conseguem chegar. “Ainda h� muitos locais onde a lama est� muito fluida e que s�o imposs�veis de os bombeiros chegarem at� l�. Nem mesmo as m�quinas conseguem trabalhar nesses ambientes. Isso fica muito evidente ap�s o local que chamam de ilha, onde ocorreu um espraiamento maior da lama, ap�s a pousada e o pontilh�o, quase no Rio Paraopeba”, afirma o capit�o Leonard de Castro Farah, comandante da Companhia Operacional de Busca e Salvamento do Bemad (Batalh�o de Emerg�ncias Ambientais e Respostas a Desastres).

O comandante afirma que existem, ainda, locais mais profundos e que podem comportar mais corpos. Outra ajuda � o emprego dos c�es. “Eles t�m ajudado muito, porque o faro deles � muito apurado. Nos ajudam a descartar �reas onde n�o detectam a presen�a de v�timas, eliminando esfor�os em locais desnecess�rios”, disse o oficial.

O emprego de maquin�rio, como escavadeiras, carregadeiras tanto de esteiras simples quanto no formato anf�bio tem sido largamente usado para chegar �s profundidades mais desafiadoras onde as v�timas podem estar. “As buscas, agora, s�o por meio de m�quinas, porque a terra est� mais s�lida, mais compactada. Isso possibilitou a utiliza��o de maquin�rio mais pesado para tentar encontrar esses corpos”, afirma o capit�o Farah. (MP)

 


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