
Ainda � espera de not�cias dos familiares desaparecidos na trag�dia da Mina C�rrego do Feij�o, da Vale, em Brumadinho, cerca de 60 pessoas protestaram ontem diante da sede do Instituto M�dico-Legal (IML), em Belo Horizonte. Entre os manifestantes, J�ssica Evelyn Soares Silva, que continua � procura do irm�o, Francis Eric Soares Silva, de 31 anos, e cobra agilidade do �rg�o. “Pedimos transpar�ncia no processo de identifica��o, queremos saber o que ainda est� pendente, informa��es sobre os examQs de DNA, com qual frequ�ncia s�o feitos”, disse ela. “S�o 47 dias de luto sem corpo”, lamentou Andresa Rocha Rodrigues, outra manifestante.
Em nota, a Pol�cia Civil deu explica��es sobre o processo de identifica��o das v�timas no IML. “Atualmente, a equipe contabiliza a an�lise de 420 casos de fragmentos, entre corpos inteiros e segmentos. Desses, 173 est�o pendentes de identifica��o. Os casos que necessitam de exame de DNA s�o mais complexos e t�m suas especificidades. Cada caso � analisado individualmente, e alguns demandam maior trabalho e tempo para identifica��o do que outros”, informou o texto.
"� im�portan�t�s�si�mo que a po�pu�la���o sai�ba que es�ta�mos fa�zen�do de tu�do pa�ra en�tre�gar os cor�pos iden�ti�fi�ca�dos pa�ra as fa�m��li�as o quan�to antes. Mas � um pro�ces�so com�ple�xo, que de�man�da pro�ce�di�men�tos pau�ta�dos nas bo�as t�c�ni�cas"
Tha�les Bit�ten�court de Bar�ce�los, su�pe�rin�ten�den�te de Po�l��cia T�c�ni�co-Ci�en�t��fi�ca da Po�l��cia Ci�vil de Mi�nas Ge�rais
Segundo J�ssica, em reuni�o com os manifestantes, a corpora��o concordou em repassar um relat�rio para que representantes dos parentes de v�timas compartilhem com os demais. “Ficaram de divulgar todos os dias, pra gente o n�mero de segmentos que est�o em processo de identifica��o, quantos exames foram conclu�dos, quantas pessoas foram identificadas e o n�mero de segmentos que vierem do Corpo de Bombeiro”, comentou.
A cobran�a justificada dos parentes das v�timas da trag�dia encontra eco na equipe do IML. O Estado de Minas conversou com o superintendente de Pol�cia T�cnico-Cient�fica da Pol�cia Civil de Minas Gerais (PCMG), m�dico-legista Thales Bittencourt de Barcelos, sobre os bastidores do trabalho no �rg�o. Servidor da Pol�cia Civil h� 17 anos, ele foi nomeado para o cargo no in�cio de janeiro. Poucos dias depois, na sexta-feira, 25, havia acabado de acompanhar o pai em uma cirurgia card�aca e imaginava passar o fim de semana com ele quando o telefone tocou. Do outro lado da linha, o delegado-geral da corpora��o, Wagner Pinto de Souza, anunciava a trag�dia de Brumadinho. Alerta geral. “Imediatamente, ele acionou o que chamamos de Conselho Superior da Pol�cia Civil, que re�ne os representantes de cargos de superintend�ncias e diretorias”, descreve, em seu gabinete, uma sala simples no primeiro piso do pr�dio localizado no Bairro Gameleira.
Com forma��o em psiquiatria e atua��o tamb�m como m�dico do trabalho, Thales conta que come�ava ali o maior desafio de sua carreira.
CONVOCA��O GERAL Thales Bittencourt precisou agir com rapidez e convocar os 247 servidores que trabalham no Instituto M�dico-Legal para ajudar na organiza��o da log�stica de transporte de corpos e segmentos de corpos. “N�o precisei chamar ningu�m duas vezes”, disse o superintendente, sobre a prontid�o com que os servidores lotados no IML se apresentaram ao trabalho, em todos os setores.
“� important�ssimo que a popula��o saiba que estamos fazendo de tudo para entregar os corpos identificados para as fam�lias o quanto antes. Mas � um processo complexo, que demanda procedimentos pautados nas boas t�cnicas, que, por sua vez, demandam tempo. N�o � insensibilidade, mas uma necessidade que tenhamos esse tempo”, explica. (Com Cristiane Silva)