
A mineradora Vale sabia, desde 1º de mar�o, que havia risco iminente de ruptura da Barragem Sul Superior, da Mina de Gongo Soco, em Bar�o de Cocais, pelo fen�meno de liquefa��o, o mesmo que resultou nos desastres de Brumadinho e Mariana. Ainda assim, a eleva��o para o n�vel 3, o �ltimo antes do rompimento, s� aconteceu na �ltima sexta-feira (22), 21 dias depois que a Walm Engenharia, auditoria externa contratada pela gigante da minera��o, alertou para o quadro. As informa��es est�o presentes em A��o Civil P�blica (ACP) movida pelo Minist�rio P�blico de Minas Gerais (MPMG).
“A partir de verifica��o das informa��es de monitoramento recebidos na quinta anterior (28/2) que, contendo ind�cios de movimenta��o tanto no radar, quanto nos prismas, indicou uma poss�vel movimenta��o e, em fun��o desta ind�cio foi determinada a paralisa��o de qualquer atividade dentro da mina, para n�o expor pessoas ao risco”, afirma, em e-mail enviado � Vale, o engenheiro Marcelo Riul, da Walm Engenharia. No mesmo e-mail, Riul afirma que os dados apurados pela Walm Engenharia “indicam risco de ruptura da estrutura pelo fen�meno da liquefa��o”.
A situa��o de risco iminente de ruptura tamb�m abrange outras barragens em Minas, segundo o Minist�rio P�blico. S�o elas: Vargem Grande, Capit�o do Mato, Dique B e Taquaras, em Nova Lima; Menezes 2, em Brumadinho; Laranjeiras e Sul Superior, em Bar�o de Cocais; e Forquilha 1, 2 e 3, em Ouro Preto.
Vale lembrar que a Barragem de Laranjeiras est� no Complexo de Brucutu, o maior do estado, e recentemente teve suas atividades restabelecidas por decis�o da Justi�a. Segundo o MP, h� um incrimento do risco, j� que os rejeitos continuam sendo depositados na represa, mesmo que ela esteja em risco.
Diante disso, o MP pede o bloqueio de R$ 10 milh�es para cada estrutura, totalizando R$ 120 milh�es, para que seja custeada a auditoria t�cnica necess�ria para garantir a seguran�a das barragens.
A Vale informou que "por recomenda��o da empresa de auditoria independente, interrompeu em 1º de mar�o o monitoramento manual e as inspe��es de campo na barragem Sul Superior, na mina de Gongo Soco. Desde ent�o s�o realizados apenas servi�os pontuais, em alinhamento com a pr�pria auditora. A decis�o de elevar o alerta para o n�vel 3 do Plano de A��o de Emerg�ncia para Barragens de Minera��o (PAEBM), no dia 22 de mar�o, foi tomada pela Vale de forma preventiva depois que a mesma empresa auditora identificou diverg�ncia de dados entre os dois sistemas de monitoramento da estrutura. Desta forma, o n�vel de alerta foi alterado e as sirenes foram acionadas, cumprindo o protocolo previsto no PAEBM”, informou a mineradora em nota.