
O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renov�veis (Ibama) e o Instituto Estadual de Florestas de Minas Gerais (IEF) publicaran nota t�cnica desmentindo a informa��o de que o Rio S�o Francisco foi afetado pela lama de rejeitos da barragem da Mina do C�rrego do Feij�o, da Vale, que se rompeu em Brumadinho, na Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte. A poss�vel contamina��o foi divulgada pela Funda��o SOS Mata Atl�ntica, que monitora o Rio Paraopeba desde o rompimento, em 25 de janeiro. No documento, os �rg�os afirmam que os rejeitos n�o ultrapassaram a Usina Hidrel�trica de Retiro Baixo, entre Curvelo e Pompeu, e que n�o houve tempo h�bil para o material chegar no Velho Chico.
Os dados divergem das informa��es divulgadas pela SOS Mata Atl�ntica. Em 22 de mar�o, Dia Mundial da �gua, a funda��o afirmou que foi detectada a contamina��o por metais pesados do Rio S�o Francisco, via Lago de Tr�s Marias, em Felixl�ndia, na Regi�o Central de Minas. Foi constatada, nas medi��es da entidade, turbidez no centro do reservat�rio acima do aceit�vel (248 NTU), elevada concentra��o de metais pesados (mangan�s, ferro, cobre e cromo), “tamb�m muito acima do limite legal”, e diminui��o da vida aqu�tica, informou a coordenadora do Projeto �gua da entidade, Malu Ribeiro.
Na note t�cnica, o Ibama contesta a informa��o. Segundo o �rg�o, foram criados pontos de coletas em 21 pontos de coleta ao longo da bacia, contemplando, inclusive a Usina de Retiro Baixo e a de Tr�s Marias. O Instituto afirma que n�o houve tempo h�bil para a chegada da contamina��o no Rio S�o Francisco.
“O tempo m�dio de resid�ncia da �gua nos reservat�rios pode ser definido como o tempo de percurso de determinada massa de �gua desde o momento que entra no sistema at� o momento de sua sa�da. Nas UHE´s Retiro Baixo e Tr�s Marias o tempo m�dio de resid�ncia � de 50 e 365 dias respectivamente (Nota T�cnica nº 3/2019/CEPTA/DIBIO/ICMBio), ou seja, ap�s a entrada da �gua nova em cada reservat�rio � necess�rio, em m�dia, que esse tempo seja decorrido at� que ela saia.
Considerando que o acidente ocorreu a cerca de 60 dias e que o vertedouro da UHE de Retiro Baixo est� a aproximadamente 308 km da �rea do desastre, ainda n�o houve tempo h�bil para passagem do material extravasado da Barragem B1 da Vale pelo reservat�rio”, explicou na nota.
O Ibama tamb�m cita a situa��o das mortes de peixes. Segundo o �rg�o, a maior parte da mortandade se deu de forma mais aguda nos primeiros dias do desastre, entre 26 e 31 de janeiro. Outro pico aconteceu em 16 e 17 de fevereiro, o que o Ibama relaciona com a chuva. Foram recolhidas 1773 carca�as de peixes no Rio Paraopeba.
“A mortalidade dos peixes ocorreu de forma aguda logo ap�s a chegada dos rejeitos no rio Paraopeba, sendo que o trecho mais impactado tem cerca de 44 km, entre a foz do c�rrego Ferro e Carv�o (ponto em que os rejeitos atingiram o Paraopeba) e a Usina Termoel�trica (UTE) localizada em Juatuba-MG”, disse o Ibama na nota t�cnica. “Entretanto, os esp�cimes que sobreviveram ainda est�o sob condi��es inadequadas e poder�o ter fun��es biol�gicas comprometidas, acarretando em mudan�as comportamentais, redu��o de crescimento, redu��o da taxa reprodutiva e at� mesmo morrerem (Nota T�cnica nº 3/2019/CEPTA/DIBIO/ICMBio)”, completou.