
A engenheira Ana L�cia Moreira Yoda, da empresa Tractebel Engineering, que assinou laudos de estabilidade da barragem de Brumadinho de 2017 a junho de 2018, disse, nesta quarta-feira, na Comiss�o Parlamentar de Inqu�rito (CPI) do Senado que investiga o rompimento da Barragem de Brumadinho (MG), que, enquanto atuou na mina, n�o havia nenhum indicativo de risco iminente de rompimento da estrutura. A trag�dia matou mais de duzentas pessoas.
Acrescentou que, � �poca, os indicadores estavam “dentro das leituras hist�ricas”. Ela esclareceu que, ap�s uma reclassifica��o pela Tractebel do fator de seguran�a da barragem, em junho de 2018, o gestor da Vale, respons�vel pelo contrato da Mina de Brumadinho, Washington Pirete, achou melhor deixar a an�lise sob a responsabilidade da alem� T�v S�d, que atestou por �ltimo a estabilidade da estrutura na barragem que se rompeu.
Ainda segundo Ana L�cia, a justificativa para a troca de empresas dada pelo gestor foi de que a alem� teria estrutura melhor para avaliar a barragem. “A Tractebel decidiu n�o trabalhar mais com declara��es de seguran�a de estruturas de barragens”, afirmou aos senadores.
Sobre o que teria causado o rompimento da estrutura em Brumadinho, a engenheira disse que n�o sabe responder. “Muito dif�cil (saber o que aconteceu). A coisa que est� mais perturbando a comunidade t�cnica � essa pergunta. Eu n�o saberia dizer com os elementos que eu tenho. A gente tem tentado estudar, mas eu n�o saberia dizer, tenho medo de ser leviana”, concluiu.
Amparados por habeas corpus concedido, nessa ter�a-feira, pela ministra Rosa Weber, do STF, os engenheiros Andr� Jum Yassuda e Makoto Namba ficaram calados durante a sess�o da CPI. Ambos s�o respons�veis pelo laudo de estabilidade da estrutura da barragem da Mina do C�rrego do Feij�o, que se rompeu no dia 25 de janeiro.
A presidente da CPI, senadora Rose de Freitas (Podemos-ES) disse que vai recorrer da decis�o para que os engenheiros voltem � CPI.
A presidente da CPI, senadora Rose de Freitas (Podemos-ES) disse que vai recorrer da decis�o para que os engenheiros voltem � CPI.
Vale
Outro t�cnico ouvido hoje pela CPI do Senado foi o gerente de Geotecnia Corporativa da Vale, Alexandre Campanha. Apesar de resguardado por habeas corpus, concedido pelo ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, ele decidiu responder a todas as perguntas.
Campanha se defendeu das acusa��es de ter coagido engenheiros da T�v S�d a atestar o laudo de estabilidade da barragem.
“Nunca pressionei o senhor Makoto [Namba] e nenhum funcion�rio da T�v S�d”, disse. O gerente citou trechos de v�rios depoimentos � Pol�cia Federal dos engenheiros que atestaram a seguran�a da barragem e enfatizou o fato deles terem dito reiteradas vezes que o laudo foi dado “com base em crit�rios t�cnicos”.