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Estado de Minas

Minas tem menor n�mero de mortes em 12 anos nas BRs enquanto Uni�o quer frear radares

Recuo coincide com cr�ticas � pol�tica de controle de velocidade, que � apontado como uma das causas poss�veis da redu��o


postado em 15/04/2019 06:00 / atualizado em 15/04/2019 08:22

Apesar do recuo nos números, imprudência ainda é grande em estradas como a BR-381, a campeã nas estatísticas da violência rodoviária(foto: Jair Amaral/EM/D.A PRESS)
Apesar do recuo nos n�meros, imprud�ncia ainda � grande em estradas como a BR-381, a campe� nas estat�sticas da viol�ncia rodovi�ria (foto: Jair Amaral/EM/D.A PRESS)

Depois de uma sequ�ncia de quedas no n�mero de mortos nas rodovias federais que cortam Minas Gerais nos �ltimos anos, seguida por um aumento em 2017, os �bitos nas BRs sob responsabilidade da Pol�cia Rodovi�ria Federal (PRF) no estado voltaram a cair em 2018, desta vez em um patamar nunca alcan�ado em 12 anos de s�rie hist�rica.

Entre especialistas, h� quem aponte o controle de velocidade em rodovias, associado � ado��o do uso de far�is durante o dia, como um dos poss�veis motivos para a redu��o. O recuo hist�rico, por�m, coincide com a decis�o de interromper e revisar a instala��o de radares em estradas sob jurisdi��o da Uni�o, por decis�o do presidente da Rep�blica, Jair Bolsonaro (PSL).

Outro aspecto que chama a aten��o no levantamento � que se, por um lado o n�mero de vidas perdidas � o menor desde 2007, por outro as colis�es em BRs no ano passado foram mais letais na compara��o com o ano anterior. Os n�meros da PRF para 2018 mostram que foram 8.741 acidentes, respons�veis por 680 mortes, o que significa m�dia de um �bito a cada 12,83 batidas.

Considerada a maior amea�a para a seguran�a nas estradas, a colis�o frontal tamb�m foi mais letal ano passado, tirando uma vida a cada 2,41 batidas de frente. Foram 222 mortes para 537 ocorr�ncias desse tipo.

Dados dos �ltimos cinco anos mostram que a letalidade das colis�es frontais nunca esteve t�o alta como em 2018 nas BRs mineiras. Em 2017, por exemplo, foram 289 mortos nas batidas de frente em 756 ocorr�ncias, m�dia de uma morte a cada 2,61 acidentes. O mesmo ocorre para o quadro de colis�es em geral. Se em 2018 o ano terminou com a m�dia de uma morte a cada 12,83 batidas em geral, em 2017 ocorreu um �bito a cada conjunto de 14,69 acidentes, com total de 869 pessoas que perderam a vida.

O n�mero final de �bitos em todos os tipos de acidentes em 2017 representou um repique em rela��o a 2016, depois de tr�s anos de quedas (2014, 2015 e 2016). Agora, a nova redu��o em 2018 foi bastante significativa. As 680 mortes do ano passado significam recuo de 21,75% em rela��o �s 869 de 2017. Em rela��o aos acidentes, as 8.741 ocorr�ncias diminu�ram 31,23%quando comparadas com as 12.709 de 2017.

O inspetor Aristides J�nior, que coordena o N�cleo de Comunica��o Social da PRF em Minas, avalia que houve mudan�a de comportamento dos motoristas para alcan�ar uma redu��o desse n�vel, j� que a maior parte dos acidentes est� ligada a falhas humanas. “Se h� uma redu��o nessas falhas, se o motorista passa a adotar uma postura mais preventiva, a tend�ncia � de que haja uma diminui��o no n�mero de acidentes, e, consequentemente, de feridos e mortos”, avalia.
(foto: Arte/EM)
(foto: Arte/EM)


J� o consultor em transporte e tr�nsito Osias Baptista Neto discorda dessa vis�o, pois, segundo ele, n�o houve nenhuma grande campanha educativa, nem mudan�a de postura dos governantes que motive mais cautela. Entre os poss�veis motivos para o recuo nas mortes, ele aponta o aumento na fiscaliza��o eletr�nica fixa – como a representada pelos radares instalados pela Via 040, concession�ria respons�vel pela BR-040 entre Bras�lia e Juiz de Fora – e tamb�m m�vel, feita pela pr�pria PRF.

Al�m disso, Osias acredita que o uso dos far�is durante o dia tem impacto nesse cen�rio. “Essa medida tornou as ultrapassagens mais seguras e com isso ajudou na redu��o das colis�es frontais”, avalia. O especialista tamb�m aponta que o farol aceso orienta o condutor em rela��o ao motorista que vem logo atr�s, prevenindo freadas bruscas que podem causar mortes.

Os dados fechados de 2018, fornecidos com exclusividade ao EM pela PRF, tamb�m apontam que mais uma vez a BR-381 foi a campe� do ranking macabro da viol�ncia rodovi�ria. Foram 171 mortes em 2.848 acidentes na estrada, levando em considera��o os trechos de pista dupla, entre BH e S�o Paulo, e os de pista simples, entre a capital mineira e Governador Valadares, no Vale do Rio Doce. Em segundo lugar aparece a BR-040, com 127 mortes em 1.702 batidas. O ranking das tr�s rodovias mais letais do estado � fechado com a BR-116, que liga os estados do Rio de Janeiro e da Bahia rasgando o territ�rio mineiro. Foram 101 mortos e 1.082 acidentes no trecho em Minas da rodovia conhecida como Rio/Bahia.

IND�STRIA?


Os dados da PRF vem � tona em um contexto de discuss�o, no �mbito federal, sobre a instala��o de radares nas BRs brasileiras. No fim de mar�o, o presidente Jair Bolsonaro anunciou em sua conta no Twitter que tinha determinado o cancelamento da implanta��o de 8 mil radares no Brasil, sob o argumento de que a coloca��o de equipamentos “tem o �nico intuito de retorno financeiro ao Estado”.

Bolsonaro tamb�m citou a presen�a de aparelhos de fiscaliza��o eletr�nica nas estradas concedidas � iniciativa privada: “Ao renovar as concess�es de trechos rodovi�rios, revisaremos todos os contratos de radares, verificando a real necessidade de sua exist�ncia, para que n�o sobrem d�vidas do enriquecimento de poucos em detrimento da paz do motorista”, tuitou o presidente, em 31 de mar�o. Depois disso, a Justi�a impediu a Uni�o de retirar radares das rodovias, por decis�o da 5ª Vara Federal C�vel de Bras�lia.

'Pardais': da defesa ao �dio


A import�ncia dos radares, tamb�m conhecidos como “pardais”, para o controle da viol�ncia nas rodovias divide motoristas na BR-381, no trecho de pista simples entre BH e Governador Valadares, segmento que passa por duplica��o e se tornou conhecido como Rodovia da Morte. A equipe do EM rodou entre a capital mineira e Sabar�, na regi�o metropolitana, e p�de observar radares desligados no trecho, o que desperta rea��es diferentes entre condutores.

Para o vigilante Wemerson Gomes, de 31 anos, � muito importante manter o controle de velocidade em um contexto marcado pelo desrespeito dos motoristas como regra geral nas estradas. “Temos que ter radares funcionando, porque somente as placas n�o fazem as pessoas diminuir a velocidade. N�o existe essa consci�ncia e s� toma multa quem passa acima da velocidade. J� vi cada coisa nessa 381, que o melhor � continuar com os radares”, defende.
Vigilante Wemerson Gomes defende a presença dos equipamentos, pois, segundo ele, só é multado quem desrespeita as normas(foto: Jair Amaral/EM/D.A PRESS)
Vigilante Wemerson Gomes defende a presen�a dos equipamentos, pois, segundo ele, s� � multado quem desrespeita as normas (foto: Jair Amaral/EM/D.A PRESS)


J� a gerente de vendas Mirtes Cunha, de 40, critica os equipamentos de vigil�ncia, porque os considera m�quinas de uma ind�stria para gerar arrecada��o. “Acho que as pessoas t�m que ter a educa��o de diminuir a velocidade sem precisar de um radar para obrigar a isso. T�m que ser feitas campanhas educativas. Essa 381, por exemplo, n�o tem condi��o. A gente n�o v� as pinturas de faixas no ch�o, de noite n�o se enxergam os radares e tudo fica ainda pior com essa obra que nunca acaba”, diz ela, em refer�ncia � intermin�vel duplica��o.

O Estado de Minas procurou o Minist�rio da Infraestrutura e o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) para explicar quantos radares est�o desligados em Minas e quantos equipamentos dos 8 mil citados pelo presidente seriam novos ou substituiriam aparelhos antigos no estado. N�o houve respostas.

Gerente de vendas Mirtes Cunha defende que respeito às regras seja puxado por campanhas educativas e não por radares(foto: Jair Amaral/EM/D.A PRESS)
Gerente de vendas Mirtes Cunha defende que respeito �s regras seja puxado por campanhas educativas e n�o por radares (foto: Jair Amaral/EM/D.A PRESS)


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