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Estado de Minas

Avi�o que caiu no Bairro Cai�ara e deixou um morto tinha documenta��o irregular

Ag�ncia de Avia��o Civil abrir� procedimento administrativo diante de irregularidades na documenta��o da aeronave. Investiga��o da FAB come�ou ontem


postado em 15/04/2019 06:00 / atualizado em 15/04/2019 07:52

Ver galeria . 30 Fotos Um avião caiu no Bairro Caiçara, na Região Noroeste de Belo HorizonteCarlos Henrique Diniz
Um avi�o caiu no Bairro Cai�ara, na Regi�o Noroeste de Belo Horizonte (foto: Carlos Henrique Diniz )


Um voo com embarque no perigo, escala na preocupa��o e aterrissagem na porta de moradias. Um dia ap�s a queda do avi�o Socata ST-10 Diplomate, na Rua Minerva, no Bairro Cai�ara, Regi�o Noroeste de Belo Horizonte, aumentam as preocupa��es dos vizinhos no entorno do Aeroporto Carlos Prates, de onde partiu o aparelho acidentado. Como se n�o bastassem as aeronaves que passam rasantes sobre casas, apartamentos e pontos de com�rcio, a apreens�o da comunidade local se intensifica quanto �s condi��es das m�quinas que sobrevoam a localidade, diante da constata��o de que o monomotor que caiu, fabricado em 1971, cruzava os c�us no �ltimo s�bado com a Inspe��o Anual de Manuten��o (IAM) vencida desde janeiro. Expedida pela Ag�ncia Nacional de Avia��o Civil (Anac), a IAM � obrigat�ria para todo equipamento a�reo operar e deve ser renovada a cada 12 meses. Na pr�tica, funciona como os documentos de carros e motos que boa parte da popula��o atualiza todos os anos.

Apesar da obrigatoriedade, falta fiscaliza��o dos �rg�os de seguran�a. Segundo a Anac, a responsabilidade de portar e atualizar o documento � exclusiva do propriet�rio da aeronave, o que eximiria o terminal a�reo e a pr�pria ag�ncia reguladora da tarefa de controlar a opera��o do monomotor com documenta��o irregular. A situa��o deixa n�tidas brechas para que os pilotos trafeguem n�o s� sem a Inspe��o Anual de Manuten��o (IAM), mas tamb�m sem o Certificado de Aeronavegabilidade, outro documento indispens�vel para a atividade.

Ainda de acordo com a Anac, como o piloto e dono do aparelho – que teve ontem a identidade confirmada como Francisco Fabiano Gontijo, de 47 anos –, viajava sem a IAM regularizada, o �rg�o fica obrigado a abrir um processo administrativo para avaliar poss�veis san��es, que geralmente se traduzem em multas. A declara��o da inspe��o deve ser feita pela internet, por meio do Sistema Integrado de Informa��es de Avia��o Civil (SIAC). Nele, o piloto precisa informar a marca e matr�cula da aeronave, as horas voadas, a ordem de servi�o e a data da inspe��o.

Além de peritos ligados à Força Aérea, que avaliaram os destroços do aparelho, equipes da Cemig trabalharam para restabelecer a fiação danificada na queda(foto: Túlio Santos/EM/DA Press)
Al�m de peritos ligados � For�a A�rea, que avaliaram os destro�os do aparelho, equipes da Cemig trabalharam para restabelecer a fia��o danificada na queda (foto: T�lio Santos/EM/DA Press)


INVESTIGA��O Enquanto as causas do desastre ainda s�o um mist�rio, um dia depois do acidente o Bairro Cai�ara teve uma manh� agitada, com a aglomera��o de moradores, curiosos, funcion�rios da Cemig e peritos do 3º Servi�o Regional de Investiga��o e Preven��o de Acidentes Aeron�uticos (Seripa 3), respons�veis pelos primeiros levantamentos no local da queda. Destro�os da aeronave permaneciam no local do acidente, no quarteir�o da Rua Minerva entre as ruas Rosinha Sigaud e Nadir. O advogado Jos� Eduardo Leandro contou que o port�o da frente impediu que a aeronave entrasse em sua casa e batesse em tr�s carros na garagem. “Estava sentado na sala quando ouvi o barulho. Achei que fosse batida entre dois ve�culos, mas depois vi o fogo e a fuma�a”, contou, visivelmente consternado. “Minha mulher tamb�m estava em casa, mas ningu�m se feriu, foi s� o susto mesmo”, prosseguiu.

No bairro, ningu�m conseguiu ficar indiferente ao acidente e h� muitas hist�rias para contar. “Bem na frente (do local da queda), fica a escolinha onde estudam meu neto e outras cerca de 50 crian�as a partir de 2 anos de idade. Por sorte, s�bado n�o tem aula”, disse o aposentado Roberto Alc�ntara, que se lembrou de um acidente com outra aeronave, h� anos. “Caiu num lote vago”.

A hist�ria foi compartilhada J�lio C�sar Ferreira, t�cnico em inform�tica. “Tamb�m me lembro da queda desse outro avi�o”, contou, mostrando preocupa��o pela proximidade com o Aeroporto Carlos Prates, de onde decolou aeronave que caiu na tarde de ontem. “Eles voam muito baixo. Parece at� que v�o bater nos pr�dios”, disse J�lio C�sar.

J� o taxista Rog�rio Coelho disse que escapou por pouco, pois todo s�bado presta servi�o ao advogado Jos� Eduardo Leandro. “Fico com meu ve�culo parado exatamente onde o avi�o caiu. E naquele hor�rio. O curioso � que, desta vez, fui no domingo”, contou.

Em contato com o Estado de Minas, a For�a A�rea Brasileira (FAB) informou que a per�cia apura as causas do acidente. Segundo a assessoria, a FAB n�o comenta os levantamentos enquanto eles est�o em andamento.

IDENTIFICA��O A Pol�cia Civil, por meio do Instituto M�dico-Legal (IML), identificou ontem oficialmente o m�dico Francisco Fabiano Gontijo como a v�tima do acidente, a partir de exames de impress�o digital e arcada dent�ria. Com isso, a corpora��o dispensou a realiza��o do exame de DNA. No dia do acidente, a per�cia informou que o fato de o corpo do piloto estar carbonizado impossibilitava a identifica��o imediata.


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