
Uma trag�dia que chocou a popula��o de Belo Horizonte e escancarou a necessidade de pol�ticas p�blicas para combater o feminic�dio teve o desfecho mais triste poss�vel. Morreram ontem, depois de cinco dias de sofrimento, �lida Maria Seabra, de 58 anos, e Jo�o Pedro Seabra An�sio, de 26, seu filho mais velho, v�timas do ex-companheiro dela, Tchaikovsky Mour�o, que atirou contra a fam�lia e colocou fogo na casa da mulher, no Bairro Universit�rio (Regi�o da Pampulha), na madrugada da �ltima segunda-feira. No dia seguinte ao ataque, Paulo Henrique Seabra An�sio, de 24, tamb�m filho de �lida, j� havia perdido a vida. O assassino morreu carbonizado no dia do crime. Ele agiu por n�o aceitar o fim do relacionamento com a ex-mulher.
A trag�dia pela qual a fam�lia passou � cada vez mais comum em Minas Gerais. De acordo com a Pol�cia Civil, neste ano, at� 18 de mar�o, os feminic�dios – como s�o classificados os assassinatos motivados ao g�nero feminino – vitimaram 17 mulheres nos 853 munic�pios mineiros, enquanto as tentativas desse crime afetaram 35 v�timas. Com o intuito de dar suporte aos familiares ap�s as trag�dias, que geralmente resultam na pris�o do homem e na morte da mulher, a corpora��o pretende inaugurar, em breve, o N�cleo Especializado de Investiga��o de Feminic�dio. O complexo ser� respons�vel pela investiga��o dos crimes do tipo e integrar� a Divis�o Especializada em Investiga��o de Crimes Contra a Vida, instalada no Departamento Estadual de Investiga��o de Homic�dios e Prote��o � Pessoa (DHPP), no Bairro S�o Crist�v�o (Regi�o Nordeste).
A unidade contar� com uma delegada, um escriv�o e tr�s investigadores. “Este n�cleo tem por objetivo dar mais objetivo � investiga��o dos crimes de homic�dio consumado e viol�ncia contra mulher. � mais um importante passo para que as mineiras se sintam seguras em todas as regi�es do estado”, ressalta a delegada Ingrid Estevam, que ser� respons�vel pela unidade. “Este n�cleo trabalha de forma integrada com a Delegacia de Mulheres, para apurar de forma c�lere e contundente esses crimes e dar assist�ncia psicol�gica aos familiares das v�timas”, completa o delegado-chefe da Pol�cia Civil, Wagner Pinto.
O ato cometido por Tchaikovsky Mour�o tamb�m chama a aten��o para o porte de armas de fogo. O respons�vel por matar a ex-companheira e os dois filhos dela era atirador esportivo e tinha acabado de renovar o registro de todas as suas armas em 1º de abril, segundo as informa��es repassadas por �lida � Pol�cia Militar no dia do crime. No dia da trag�dia, ele atirou na mulher e nos dois rapazes com uma pistola calibre 380. Outras duas pistolas foram encontradas no im�vel, al�m de seis equipamentos de press�o, segundo a PM.