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Estado de Minas

Saiba por que epidemia de dengue vai se tornar uma das maiores da d�cada

�ltimo boletim coloca o n�mero de casos prov�veis em mais de 209 mil, praticamente alcan�ando o total de 2010, at� ent�o o 3� pior quadro epid�mico desde 2010 em Minas


postado em 08/05/2019 06:00 / atualizado em 08/05/2019 09:04

É guerra: depois da Polícia Militar, Exército também entra na luta contra a dengue, apoiando ações administrativas em unidades de saúde BH (foto: Edésio Ferreira/EM/D.A Press)
� guerra: depois da Pol�cia Militar, Ex�rcito tamb�m entra na luta contra a dengue, apoiando a��es administrativas em unidades de sa�de BH (foto: Ed�sio Ferreira/EM/D.A Press)

Mais de 43 mil novos casos prov�veis em uma semana, aumento de 19% nas mortes e a aproxima��o de uma posi��o nada favor�vel. A atualiza��o dos registros de dengue em Minas Gerais aponta que este ano, que j� tem mais de 209 mil casos prov�veis (entre confirmados e suspeitos) e 25 mortes, fatalmente vai superar a epidemia de 2010, que terminou com 212 mil notifica��es em 12 meses.

A situa��o leva 2019 a se consolidar pelo menos na terceira posi��o entre os anos mais epid�micos da �ltima d�cada. Dessa forma, 2019 ficaria atr�s apenas de 2013 (414 mil casos) e 2016 (519 mil), os anos que registraram as mais graves epidemias em Minas a partir de 2010. Em meio a um quadro em que a Regi�o Metropolitana de BH registra um das situa��es mais preocupantes do estado, concentrando 12 �bitos confirmados (nove em Betim, o maior n�mero em Minas, dois em Contagem e um em Ibirit�), o Ex�rcito Brasileiro come�ou ontem a apoiar a prefeitura da capital no enfrentamento � doen�a transmitida pelo Aedes aegypti.

Os 209.276 casos prov�veis causaram at� o momento 25 �bitos no estado, distribu�dos, al�m dos munic�pios da Grande BH, pelas cidades de Uberl�ndia, no Tri�ngulo Mineiro (8), Una�, no Noroeste de Minas (2), Arcos, na Regi�o Centro-Oeste (1), Frutal, no Tri�ngulo (1), e Paracatu, no Noroeste (1). O crescimento em uma semana � de 19% em rela��o �s mortes, que saltaram de 21 para 25, e de 26% nos casos, com mais 43.423 notifica��es acima do total anterior de 165.853. Os n�meros, por�m, se referem � conclus�o de exames no per�odo, e n�o a mortes e diagn�sticos necessariamente notificados na �ltima semana. Segundo a Secretaria de Estado de Sa�de, outros 82 �bitos notificados ao longo de todo o ano est�o sob investiga��o.

O avan�o do v�rus transmitido pelo Aedes aegypti neste ano coloca 2019 a apenas 3.226 casos de superar a posi��o de 2010, em um contexto de unidades de sa�de ainda lotadas de pacientes com sintomas, especialmente na Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte. Por�m, se por um lado o avan�o da dengue aponta como certa a terceira posi��o em 10 anos, os n�meros de 2013 e 2016 ainda est�o bem distantes, o que sinaliza com a manuten��o dessas coloca��es. Na maior epidemia dos �ltimos 10 anos, Minas Gerais registrou 519.050 casos da doen�a, com 208 mortes. Os quatro primeiros meses – que j� est�o com balan�os fechados e representam per�odo de chuvas mais intensas, quando � maior a incid�ncia da doen�a pelo ac�mulo de �gua parada, criadouro do mosquito – tiveram muito mais casos em 2016 do que neste ano.

(foto: Arte/EM)
(foto: Arte/EM)


TEND�NCIA
A diretora de Vigil�ncia Epidemiol�gica da Sa�de estadual, Jana�na Fonseca Almeida, confirma a proje��o que coloca este ano como uma das maiores epidemias da hist�ria. “J� � um ano epid�mico. E, pelo inicio dos casos, pela distribui��o por semana, se parece muito com o ano epid�mico de 2010. Vamos superar, com certeza, aquele ano”, disse. Ela adverte que muitos munic�pios n�o conseguem enviar todas as fichas at� o fechamento do boletim – ou seja, ainda h� uma subnotifica��o nos n�meros atuais da dengue.

A especialista atribui a volta da epidemia a dois fatores: a falta de cuidados da popula��o no quesito preven��o e a circula��o do v�rus tipo 2 (Denv2), que nunca predominou em Minas Gerais – o dom�nio sempre foi do tipo 1. “A popula��o n�o fez o dever de casa. Se tem �gua parada, tem prolifera��o do mosquito e vai ter epidemia. Mas o maior agravante � a circula��o do sorotipo 2, que sempre circulou, desde 2011, mas n�o de forma intensa como agora. Ou seja, a popula��o n�o tem prote��o contra esse sorotipo, que costuma se manifestar de forma mais grave”, acrescentou.

O governador Romeu Zema (Novo) decretou situa��o de emerg�ncia em sa�de p�blica contra a dengue em Minas no fim do m�s passado. O decreto foi publicado na edi��o de ontem do Di�rio do Executivo na internet. Conforme o texto, a emerg�ncia vale para a �rea das macrorregi�es de sa�de Centro, Noroeste, Norte, Oeste, Tri�ngulo do Norte e Tri�ngulo do Sul. A condi��o vale por 120 dias e autoriza a ado��o de medidas necess�rias � conten��o da epidemia, “em especial aquisi��o p�blica de insumos e materiais e a contrata��o de servi�os estritamente necess�rios ao atendimento da situa��o”.

As a��es permanentes adotadas contra a dengue incluem a mobiliza��o de parceiros em todo o estado, mobiliza��o de for�a-tarefa (equipe composta por agentes da Sa�de estadual e da Funda��o Nacional de Sa�de) em munic�pios com alta incid�ncia da doen�a e alta infesta��o do mosquito, campanhas educativas por meio das redes sociais, mobiliza��o da popula��o sobre os cuidados para evitar focos do Aedes aegypti e elabora��o de planos de conting�ncia estadual e municipais para preven��o e controle das doen�as transmitidas pelo mosquito.

OUTRAS DOEN�AS O boletim da SES/MG tamb�m traz informa��es sobre a incid�ncia do zika v�rus e da febre chikungunya. Em 2019 j� s�o 1.589 casos prov�veis de chikungunya no estado, dos quais 48 em gestantes. Dessas 48 gr�vidas, tr�s j� tiveram a confirma��o laboratorial da doen�a. N�o h� �bitos suspeitos notificados em 2019. Os casos prov�veis de zika v�rus s�o 650 em Minas no ano, dos quais 201 em gestantes de 56 munic�pios.


Estado libera
R$ 17 milh�es

O governo de Minas, por meio da Secretaria de Estado da Sa�de, liberou ontem R$ 17 milh�es para unidades de pronto-atendimento (UPAs) de 32 munic�pios mineiros. O recurso � um adiantamento de seis meses da contrapartida estadual de custeio dos servi�os com funcionamento 24 horas, e ser� destinado ao enfrentamento � dengue, � zika e � chikungunya no interior.

De acordo com a secretaria, somados aos recursos j� liberados, em abril, a iniciativa totaliza aproximadamente R$ 25 milh�es disponibilizados pelo governo em um m�s para combater as viroses. R$ 8,3 milh�es j� haviam sido destinados a 200 munic�pios que registraram incid�ncia alta ou muito alta da dengue. A medida permite a contrata��o de agentes de controle de endemias, capacita��o de profissionais, confec��o e reprodu��o de material gr�fico informativo, aquisi��o de material de apoio para o combate �s doen�as e mutir�es de limpeza.

A assessora t�cnica da Diretoria de Vigil�ncia Epidemiol�gica da secretaria estadual, Rejane Letro, ressalta que o conjunto de a��es adotado � importante para manter o alerta nos cuidados com as doen�as. “N�o devemos descuidar nem um dia sequer, mantendo a vigil�ncia constante e a ado��o de posturas permanentes na elimina��o dos focos do mosquito”, disse. Ela explica que, no per�odo de baixa transmiss�o da doen�a, as a��es s�o direcionadas para elimina��o dos criadouros do Aedes aegypti, j� que o ovo do vetor pode durar at� 450 dias sem �gua.

Ex�rcito contra as filas


Come�ou na manh� de ontem a colabora��o do Ex�rcito Brasileiro nas unidades de atendimento aos pacientes com sintomas de dengue. A corpora��o designou 54 militares para atuarem na parte administrativa das Unidades de Pronto-Atendimento (UPAs) e nos Centros de Atendimento � Dengue (CADs). Na capital mineira, j� s�o 7 mil casos da doen�a confirmados e 24 mil em investiga��o.

Os militares passam orienta��es para a popula��o, auxiliam no fluxo de atendimento e realizam trabalhos administrativos, como preenchimento de fichas e notifica��es. Dessa forma, a equipe da �rea assistencial pode concentrar esfor�os no atendimento � popula��o. O chefe da Comunica��o Social da 4ª Regi�o Militar, major Arist�teles J�nior, explica que os militares foram divididos nas nove regionais, em turnos das 7h �s 13h e das 13h �s 19h. “Na pr�tica, eles fazem o cadastramento dos pacientes e digita��o dos relat�rios”, disse. A subsecret�ria municipal de Aten��o � Sa�de, Taciana Malheiros, informou que a m�dia de atendimentos di�rios � de 150 a 180 e o Ex�rcito deve atuar at� o dia 21.

A aposentada Cid�lia dos Santos, de 77 anos, amanheceu na sexta-feira com dores no corpo. “Parece que meu olho ia sair de tanta dor. N�o podia encostar na minha pele”, contou. O problema se agravou ainda mais e ela decidiu ir at� o Centro de Atendimento � Dengue Nordeste, no Bairro S�o Paulo, no fim da tarde de segunda. “Cheguei �s 18h e s� fui embora �s 4h. O atendimento demorou um pouco, mas o que me agarrou mesmo foi o resultado do exame, que confirmou meu diagn�stico de dengue. Hoje (ontem), tive que retornar para fazer um exame de plaquetas. Elas est�o muito baixas”, contou.

A aposentada Cidália dos Santos aprovou o trabalho dos militares: 'Não fiquei nem 30 minutos. Acho que a ajuda acelerou o atendimento'(foto: Edésio Ferreira/EM/D.A PRESS)
A aposentada Cid�lia dos Santos aprovou o trabalho dos militares: 'N�o fiquei nem 30 minutos. Acho que a ajuda acelerou o atendimento' (foto: Ed�sio Ferreira/EM/D.A PRESS)


Pela manh�, a tenda com a presen�a do Ex�rcito j� estava montada e Cid�lia conta que foi atendida rapidamente. “N�o fiquei nem 30 minutos. Fui muito bem atendida por eles. Acho que a ajuda acelerou o atendimento”, relatou a senhora. O estudante de direito Jos� Geraldo dos Santos, de 56, concorda. O local estava cheio, mas a rotatividade era grande. “Acho que o Ex�rcito ajudou. Normalmente, � nessa primeira triagem que demora mais. Os lugares est�o cheios, muita gente doente. � importante ter o refor�o”, avaliou. Por�m, ele acredita que ainda pode melhorar. “Precisamos de mais m�dicos para agilizar ainda mais”, acrescentou.

A subsecret�ria municipal de Aten��o � Sa�de explicou que al�m da presen�a do Ex�rcito e das demais a��es, a PBH contratou entre abril e in�cio deste m�s 340 profissionais, sendo 125 m�dicos. “Estamos avaliando de acordo com a necessidade”, explicou. Sobre o tempo de espera, ela disse que depende da “avalia��o cl�nica”. A pessoa que chega com os sintomas cl�ssicos de dengue � atendida e liberada para casa. O paciente com suspeita de dengue tipo C, que possui sinal de alarme ou gravidade, fica para hidrata��o”, explicou. � importante ressaltar que o atendimento n�o � feito por ordem de chegada e sim por ordem de prioridade. A subsecret�ria n�o soube precisar o tempo m�dio de espera, mas admite que os postos, centros e UPAS est�o cheios.


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