
Agentes penitenci�rios que atuam nas unidades prisionais de Minas Gerais e detentos est�o insatisfeitos com a alimenta��o que � entregue diariamente a eles. Den�ncias de comida estragada e at� com insetos foram feitas ao Sindicato dos Agentes Penitenci�rios de Minas Gerais (Sindasp-MG) e ao Estado de Minas.
A entrega de alimentos impr�prios para o consumo teria ocorrido em ao menos duas penitenci�rias: a de Seguran�a M�xima Nelson Hungria, em Contagem, e a Professor Jason Soares Albergaria, em Betim, ambas na Grande BH. A Secretaria de Estado de Administra��o Prisional (Seap) afirmou que vai apurar as den�ncias.
A entrega de marmitas com alimentos impr�prios para o consumo teria aumentado nos �ltimos meses. Segundo Adeilton Souza Rocha, presidente do Sindasp-MG, as den�ncias por parte dos agentes penitenci�rios v�m crescendo. “De quatro meses para c� (o problema) est� ocorrendo de forma assustadora. Na gest�o passada, o estado come�ou a terceirizar as cozinhas para diminuir gasto e otimizar recursos. Ent�o, elas sa�ram de dentro das unidades prisionais”, explicou Rocha. Para ele, a decis�o foi “muito irrespons�vel”.
De acordo com o presidente, a alimenta��o � feita fora das unidades e em locais distantes das pris�es. “Quando a cozinha estava dentro da unidade, a alimenta��o come�ava a ser feita �s 5h, 7h30. E assim mesmo, em dias quentes havia alguns casos de alimentos que azedavam. Hoje, essa comida acaba sendo preparada mais cedo ainda. Ela � feita fora, trasportada em ve�culos. Ent�o, demora para chegar at� os agentes e os presos. A comida tem estragado mais. Est�o at� encontrando varejeiras (moscas) nas marmitas”, denuncia.
A reportagem teve acesso a uma das den�ncias feitas pelos agentes penitenci�rios. Em um v�deo, divulgado nas redes sociais, um agente mostra um prato que teria sido entregue na Penitenci�ria Professor Jason Soares Albergaria, em Betim. Quando parte do prato � elevada, um l�quido amarelo cai no ch�o. O homem afirma que junto � comida estaria uma mistura de �gua e �leo e que os alimentos tinham mau cheiro.
A insatisfa��o tamb�m ocorre entre parte de detentos. Em um �udio, que tamb�m circula nas redes sociais, um familiar de um preso diz que os alimentos est�o sendo entregues com bichos e estragados. “Parece que trocaram as marmitas em que colocam a comida, e algumas chegam abertas. Isso � uma falta de respeito”, disse. Outra reclama��o � sobre a quantidade de alimentos que as fam�lias podem levar, que foi diminu�da de oito para quatro quilos, segundo a den�ncia.
Por meio de nota, a Seap informou que vai investigar os casos denunciados. “Sobre a poss�vel presen�a alimentos estragados nas marmitas, a dire��o da unidade prisional vai apurar e, uma vez comprovada alguma irregularidade, as provid�ncias administrativas ser�o tomadas por meio da Diretoria de Gest�o e Apoio Alimentar da Seap”, informou. J� em rela��o aos alimentos levados por familiares, a Seap afirmou que “a diminui��o do volume entregue se deve � adequa��o da unidade ao Regulamento de Normas e Procedimentos do Sistema Prisional (ReNP)”.