
A Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), por meio da Secretaria Municipal de Sa�de (SMSA), investiga 31 casos de febre maculosa na capital mineira. Os pacientes apresentam sintomas da enfermidade. A doen�a tem como principais ind�cios dores localizadas, v�mito e manchas vermelhas.
casos notificados s�o confirmados, com base no levantamento hist�rico da doen�a na cidade. Nos �ltimos 12 anos, segundo a secretaria, foram notificados 494 casos de febre maculosa em moradores da capital. A pasta de sa�de ressaltou que menos de 5% dos
Destes, apenas 20 foram confirmados. Ainda assim, nove evolu�ram para �bito. Ou seja, 45% dos infectados perderam a vida na cidade no per�odo.
Dos 20 casos confirmados, em s� quatro a infec��o ocorreu em Belo Horizonte, ainda de acordo com a sa�de municipal. Nos demais, a contamina��o foi em outro munic�pio ou n�o foi poss�vel detectar o local de infec��o.
O �rg�o acompanha e monitora os casos. A pasta, inclusive, j� emitiu alerta aos profissionais do setor para que fiquem de sobreaviso para atender pacientes com sintomas da doen�a.
O in�cio do tratamento para a febre maculosa � determinante para a cura da doen�a. Se h� suspeita, o combate deve ser iniciado imediatamente, com uso de antibi�ticos, coleta de sangue para exame e notifica��o do caso para investiga��o.
No ano passado, em todo o estado foram 58 casos de maculosa, com 22 mortes. Em Belo Horizonte n�o h� casos de transmiss�o desde 2017, segundo a Secretaria Municipal de Sa�de.
Naquele ano, foram quatro casos confirmados em moradores da capital e tr�s �bitos. Em todos os casos, a transmiss�o ocorreu fora da capital. Em 2018, foram 11 casos confirmados da doen�a, com quatro �bitos, todos tamb�m com cont�gio externo.
Contagem

O quadro � mais cr�tico em Contagem, na Grande BH, onde 21 casos prov�veis (entre confirmados e suspeitos) j� foram notificados. O surto da doen�a foi registrado no Bairro Nacional entre moradores de uma �rea pr�xima a um c�rrego. At� ontem, 15 pessoas apresentavam sintomas da doen�a.
Conforme o balan�o da Secretaria Municipal de Sa�de do munic�pio, divulgado nesta ter�a-feira (4), entre esses 21 casos, quatro s�o de �bitos. Dois j� foram confirmados como resultado da doen�a. H� 19 exames em an�lise na Funda��o Ezequiel Dias (Funed).
No bairro, 128 pessoas tiveram contato com a �rea considerada foco da doen�a. De acordo com a prefeitura, o grupo invadiu, h� cerca de 30 dias, um terreno particular que estava murado na Rua 1º de Maio.
O local tem hoje 35 casas e nos fundos passa o C�rrego �gua Funda, um afluente do C�rrego Gangorra, que por sua vez � ligado ao Sarandi, que des�gua na Pampulha. Al�m dos animais dom�sticos, como porcos, bois, cavalos e aves, a mata onde est� o curso d’�gua concentra ainda uma grande quantidade de capivaras, um dos hospedeiros do carrapato-estrela. A prefeitura n�o sabe quantos animais h� no lugar.
Nessa segunda-feira (3), uma unidade de sa�de foi aberta para atender todas as pessoas que tiveram contato com os carrapatos ao cercar o terreno ocupado. Esses moradores foram examinados por dois infectologistas.
A prefeitura tamb�m recolheu cavalos sem dono na regi�o. At� esta manh�, nove animais haviam sido localizados. Eles receberam banho de carrapaticida.
O veneno contra carrapatos tamb�m � aplicado na regi�o e casas pr�ximas. O terreno vai ser arado. M�quinas v�o percorrer a �rea revirando a terra e despejando oito toneladas de cal.
A doen�a

A febre maculosa � transmitida pelo aracn�deo carrapato-estrela (Amblyomma cajennense) infectado por uma bact�ria. A doen�a � repassada quando o animal fica pelo menos quatro horas fixado na pele humana.
Outros animais de grande porte, como cavalos, capivaras, bois, c�es, aves e roedores tamb�m podem ser infectados. A enfermidade tem cura, desde que o tratamento, via antibi�ticos, seja feito nos primeiros tr�s dias da contamina��o.
A demora no diagn�stico pode causar complica��es. S�o elas: les�es vasculares graves e comprometimento do sistema nervoso central, dos rins e pulm�es. Se n�o for tratada corretamente, o �ndice de mortes chega a faixa de quatro e cada cinco pessoas.
N�o existe vacina contra a febre maculosa. Por isso, a preven��o passa por evitar o contato com o carrapato-estrela. O ideal � usar roupas clara, usar botas de cano mais alto e sempre verificar se h� algum carrapato preso ao corpo. Evitar andar em locais com grama alta tamb�m contribui para evitar a doen�a.
A febre maculosa foi descoberta em 1899, nos Estados Unidos. O primeiro caso registrado no Brasil aconteceu em 1929. H� dois tipos no pa�s: um mais comum em estados da Regi�o Sudeste e no norte do Paran�, que geralmente resulta em quadros mais graves. A outra tem sido registrada em ambientes de Mata Atl�ntica, produzindo quadros cl�nicos menos graves.
Com informa��es de J�nia Oliveira e Cristiane Silva