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Estado de Minas

Tr�fico de coca�na em Confins j� � 56% maior do que em todo o ano passado

Mais rotas atraem criminosos e apreens�es de drogas crescem no terminal. Seis passageiros foram presos


postado em 09/06/2019 06:00 / atualizado em 09/06/2019 07:43

Cocaína apreendida em bagagem sem passageiro vinculado, o que pode indicar participação de funcionários de empresas aéreas no crime (foto: Polícia Federal/Divulgação - 20/5/19 )
Coca�na apreendida em bagagem sem passageiro vinculado, o que pode indicar participa��o de funcion�rios de empresas a�reas no crime (foto: Pol�cia Federal/Divulga��o - 20/5/19 )

 

As obras de revitaliza��o do Aeroporto Internacional Tancredo Neves, em Confins, na Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte, deixaram o terminal moderno e maior. Empresas a�reas passaram a abrir novos voos com destinos diferentes do que j� existiam. Al�m de atrair os turistas, a moderniza��o ati�ou tamb�m criminosos. Traficantes de drogas v�m usando o terminal para tentar distribuir os entorpecentes pelo pa�s e no mundo. De janeiro a 3 de junho deste ano, a Pol�cia Federal (PF) conseguiu apreender 56% a mais de coca�na do que todo o volume registrado no ano passado. E o n�mero de comprimidos de ecstasy retidos j� � o qu�ntuplo do total de 2018. Novos voos, especialmente para os Estados Unidos e Europa, est�o por tr�s do aumento, avaliam especialistas. Al�m disso, eles citam como hip�tese para a alta a fuga de outros terminais brasileiros em que a fiscaliza��o j� est� mais intensa, como em S�o Paulo, Rio de Janeiro e Distrito Federal.

Nos primeiros seis meses deste ano, foram registradas ao menos sete ocorr�ncias de tr�fico de drogas no aeroporto de Confins pela Pol�cia Federal (PF). Elas resultaram na pris�o de seis pessoas. Em uma das fiscaliza��es, uma mala com entorpecentes foi encontrada, mas estava sem passageiro vinculado. Os voos que transportavam as bagagens e os passageiros vieram de diferentes partes do pa�s e do mundo. Dois dos presos desembarcaram de voo de Porto Velho, um de Manaus, outro de Tabatinga, uma do Rio de Janeiro, mas que fez escalas em Bruxelas, e outro que sairia do Brasil com destino a Lisboa, em Portugal.

As formas para tentar burlar a fiscaliza��o e distribuir a droga s�o variadas. Preso ao corpo ou escondido no fundo falso de malas. A primeira ocorr�ncia do ano foi registrada em 8 de fevereiro. Um homem foi flagrado ao desembarcar no aeroporto de um voo que saiu de Porto Velho, com aproximadamente dois quilos de cloridrato de coca�na. O entorpecente estava amarrado nas pernas do indiv�duo. O criminoso, que n�o teve o nome divulgado, estava foragido havia mais de um ano. Ele foi encaminhado para a Penitenci�ria Nelson Hungria, em Contagem, na Grande BH.

J� a �ltima apreens�o ocorreu na �ltima segunda-feira. Uma confeiteira, de 27 anos, foi detida ao desembarcar no terminal com 15 quilos de skunk, droga mais potente que a maconha, escondidos em uma mala. A a��o dos policiais federais contou com a ajuda de c�es farejadores. De acordo com a PF, a passageira saiu de Porto Velho, capital de Rond�nia, e seguia para o Rio de Janeiro. Ao desembarcar no aeroporto internacional de Confins, onde fez uma conex�o, acabou sendo flagrada pela fiscaliza��o. Um c�o farejador indicou a mala como um poss�vel local onde estaria algo il�cito. Os agentes fizeram as buscas e encontraram os 15 quilos de skunk escondidos na mala da confeiteira, que � natural de Manaus.

FUNCION�RIOS NA MIRA


Uma das ocorr�ncias chama a aten��o e pode indicar a participa��o de funcion�rios de empresas a�reas no esquema do tr�fico de drogas. Em 20 de maio, a PF apreendeu 34 quilos de coca�na em uma mala que estava despachada em um voo rumo a Portugal, por�m sem passageiro vinculado. O objeto estava etiquetado em nome de uma pessoa que j� tinha voado havia dois dias e, portanto, n�o tem rela��o com o caso, segundo a PF. A droga foi descoberta durante fiscaliza��o de rotina por meio de aparelho de raios x. No dia do caso, a PF afirmou que n�o houve pris�es em flagrante nem interrogat�rios, mas a BH Airport, concession�ria que administra o terminal em Confins, relatou pris�es de “trabalhadores de empresas terceirizadas contratadas pelas companhias a�reas”, que “n�o pertencem aos quadros de colaboradores da concession�ria”. Um inqu�rito apura o fato.

Dados da PF mostram que a apreens�o de algumas drogas est� aumentando nos �ltimos anos. A mais significativa � a coca�na. Em 2016, foram 12,03 quilos (kg) retidos. No ano seguinte, o n�mero aumentou para 17,95kg. Em 2018, subiu novamente e passou para 24,66kg. Somente nos primeiros seis meses de 2019, foram retirados de circula��o no aeroporto de Confins 39,20kg, um aumento de 56% em rela��o ao ano passado, e tr�s vezes mais do que o total registrado em 2016.

Aumento de apreens�es tamb�m pode ser visto em rela��o ao ecstasy. Neste ano, j� foram encontrados 50 mil comprimidos no terminal, quase cinco vezes a mais do que no ano passado inteiro, quando foram apreendidas 10.306 p�lulas. Em 2017, foram 71.754 ecstasys encontrados. Em 2019, tamb�m houve apreens�o de 29,3kg de skunk, 4kg de haxixe e 11kg de maconha.

NA ROTA


O aumento da apreens�o de drogas pode estar ligado com o investimento nas fiscaliza��es, mas tamb�m com uma procura pelos traficantes de drogas para espalhar o produto pelo Brasil e outros pa�ses. “Sem d�vida, o fato de ser um aeroporto internacional, fazer conex�es com todo o Brasil e incluir duas rotas fundamentais, a Europa e os Estados Unidos, coloca o terminal como potencial na rota do tr�fico internacional”, explica Robson S�vio, integrante do F�rum Brasileiro de Seguran�a P�blica.

O especialista cita ainda outra possibilidade: de as quadrilhas estarem migrando para outras rotas devido ao aumento da fiscaliza��o. “Temos alguns locais que podem estar visados, como S�o Paulo, Rio de Janeiro e Distrito Federal, com muitos equipamentos e maior vigil�ncia. Ent�o, pode ser um grande fator”, comentou. Segundo ele, Minas Gerais tamb�m � rota do tr�fico de drogas pelas estradas. “Temos um estado que tem a maior malha vi�ria do pa�s e faz divisa com v�rios estados, al�m de interligar o Sul e o Sudeste ao Nordeste”, completou.

O Estado de Minas questionou a BH Airport, concession�ria respons�vel pela administra��o do aeroporto internacional de Confins, sobre as apreens�es de drogas. A empresa informou que o assunto deve ser tratado com a PF. A reportagem fez v�rios questionamentos � corpora��o, que n�o foram respondidos at� o fechamento desta edi��o.


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