
Um acidente com um escolar na Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte, ontem, reacendeu o alerta aos pais sobre a seguran�a dos ve�culos que conduzem seus filhos at� a escola. O desastre, que quase termina em trag�dia, aconteceu em Ibirit�, quando a van decolou de uma altura de quase 10 metros, no fim da manh� de ontem. H� suspeita de falha mec�nica. A regulamenta��o sobre esse tipo de transporte � responsabilidade de cada munic�pio, assim como vistorias e a imposi��o de regras para condutores. Por isso, observar o cumprimento delas na hora de escolher o servi�o � ainda uma das principais garantias de que os estudantes chegar�o bem � escola e em casa. Inspe��es regulares por parte dos �rg�os p�blicos tamb�m s�o fundamentais para evitar que problemas de manuten��o ponham em risco a vida de alunos e prestadores do servi�o.
Na ocorr�ncia de ontem, o reflexo ao volante para desviar de um c�o no meio da rua quase resultou em trag�dia com a van na cidade vizinha � capital. O escolar fazia sua rota costumeira pelo Bairro �guia Dourada, descendo a Rua Portugal com duas monitoras e duas crian�as a bordo, quando a motorista Marlene Maria Ferreira, de idade n�o informada, tentou desviar de um cachorro, perdeu o controle e desceu pela encosta, atravessando uma �rea de mata e parando no fundo de um barranco de quase 10 metros. Todos se feriram, mas sem perigo de morte.
“A condutora disse que perdeu os freios ao desviar do c�o, tentou acionar o freio de m�o e o queimou todo, sem conseguir parar o ve�culo”, disse a sargento Gislene Aparecida Nunes, do 48° Batalh�o da Pol�cia Militar, a primeira a atender � ocorr�ncia, por volta de meio-dia. No acidente, se feriram N.A.B., de 9 anos, que teve um corte na testa e traumatismo craniano, e R.R.P., da mesma idade, com fratura em uma das pernas, al�m das ajudantes e da motorista, sem idade informadas.
J� era o fim de turno e a motorista tinha de transportar as �ltimas crian�as da escola para suas casas. De acordo com a pol�cia, outros quatro alunos haviam sido deixados em suas moradias antes do acidente. O gerente comercial Jos� Pereira de Jesus, de 47 anos, foi o primeiro a ver o acidente e imediatamente entrou no mato para salvar os feridos. “S� vi a van descendo r�pido e pulando, antes de sair voando, quando saiu da rua e desceu pelo barranco. Por pouco n�o caiu no fundo do c�rrego. Tenho uma filha pequena que tamb�m vem para casa de escolar. Quando vi esse acidente imaginei uma trag�dia, por envolver crian�as”, conta.

A sargento Gislene considera que a atitude de Jos� Pereira foi heroica. “Ele entrou no mato e foi tirando as crian�as e os acidentados. Os meninos foram levados para o Hospital Municipal de Ibirit� e os adultos, para o Hospital Regional de Contagem”, disse a militar.
Quando o ve�culo desceu a ladeira da Rua Portugal e entrou no barranco mata adentro, uma fuma�a densa come�ou a subir, o que deixou vizinhos desesperados. “Foi terr�vel. Primeiro vi o acidente e logo quando a fuma�a saiu j� desci correndo o barranco, quebrando o mato. Vi um menino com um corte fundo na testa e outra menina com a perna quebrada. N�o estavam chorando nem desesperados, s� assustados. Eu os ajudei a sair e os trouxe para o alto. Meu medo era que a van se incendiasse”, conta.
REGULAMENTO E CUIDADOS Em Belo Horizonte, a vistoria nos 2.136 ve�culos de transporte escolar � feita a cada seis meses e tem crit�rios r�gidos, segundo a BHTrans. Mais de 400 itens de cada carro s�o inspecionados no p�tio. Em 2018, foram feitas 5.203 vistorias na frota. Nessas inspe��es, s�o avaliadas as partes mec�nica, el�trica, de conserva��o do ve�culo e a padroniza��o visual (veja arte). Todos os dispositivos de seguran�a recebem aten��o especializada dos vistoriadores. Entre os itens que passam por avalia��o est�o freios, sistema el�trico, pneus, dire��o, mec�nica, estado de conserva��o e layout.
S�o verificadas ainda janelas, que s� podem abrir 15 cent�metros, conferida a presen�a de cintos de seguran�a em n�mero correspondente ao da lota��o, instalados de acordo com as normas do Conselho Nacional de Tr�nsito, observados encostos de cabe�a para ve�culos com capacidade at� 20 lugares, al�m do travamento da porta de desembarque, de forma a impossibilitar a abertura pelo lado de dentro do ve�culo.

Os ve�culos reprovados devem passar por nova vistoria depois de sanados os problemas. O condutor credenciado que n�o providenciar a revis�o fica sujeito a multa e n�o recebe autoriza��o de tr�fego. Al�m da vistoria, a fiscaliza��o do transporte escolar visa coibir a a��o dos clandestinos e irregulares.
A BHTrans gerencia o transporte escolar em BH desde 1992 e informa que nunca registrou acidente com v�timas por falha mec�nica no sistema. Outra dica importante para os pais no sistema da capital � identificar a idoneidade do transportador, verificando se tem o selo de vistoria, que deve ser afixado no para-brisa, do registro de condutor v�lido e da autoriza��o de tr�fego v�lida.
Ao assinar o contrato, os respons�veis pelo estudante devem solicitar do prestador de servi�o ainda os seguintes documentos: registro de condutor; carteira nacional de habilita��o em que conste registro de curso de transportador de escolar credenciado pela empresa que gerencia o tr�fego na capital e documento anual do ve�culo. Tamb�m recomenda-se buscar informa��es com outros pais sobre a conduta do motorista.