Com falta de vagas na interna��o, pacientes do Ipsemg ficam em corredores
Jovens e idosos amargam a falta de cuidados, de tratamento adequado e o desconforto sem perspectiva de solu��o r�pida para o problema. Em nota, Ipsemg afirma que 'est� acompanhando o atendimento realizado'
postado em 22/06/2019 13:48 / atualizado em 23/06/2019 09:02
Segundo relatos, a maioria das pessoas est�o com alguma infec��o, muitas delas ainda n�o identificadas (foto: Divulga��o)
Caos. Essa � a palavra que resume a situa��o no Instituto de Previd�ncia dos Servidores do Estado de Minas Gerais (Ipsemg) neste feriado prolongado. Sem profissionais, leitos e materiais suficientes, dezenas de pessoas sofrem h� dias nos corredores da �rea de classifica��o da emerg�ncia, em macas ou cadeiras, esperando vaga na interna��o. Jovens e idosos amargam a falta de cuidados, de tratamento adequado e o desconforto sem perspectiva de solu��o r�pida para o problema.
“Tem gente dormindo em cadeira h� tr�s, quatro dias. N�o tem enfermeiro nem m�dico. � um paciente sendo solid�rio com o outro para pedir atendimento e ir ao banheiro”, relata o publicit�rio Marcelo Carvalho, de 34 anos. Ele est� internado na unidade, porque precisa tomar um rem�dio a cada oito horas. “N�o seria mais f�cil eu vir aqui nesses per�odos, para liberar vaga?”, questiona. “O descontrole est� tanto que nessa sexta-feira, mesmo internado, eu sa�, fui ao meu trabalho e ainda almocei com amigos, depois voltei. Uma senhora de 92 anos passou a noite toda numa cadeira que n�o reclina”, conta.
Segundo relatos, a maioria das pessoas est�o com alguma infec��o, muitas delas ainda n�o identificadas. Por isso, enquanto alguns pacientes tomam antibi�ticos, outros est�o no soro. A classifica��o tem nove leitos, mais tr�s para acompanhantes. Oito macas est�o espalhadas pelos corredores. Estima-se que cerca de 40 pacientes mais seus acompanhantes estejam na �rea, que serve, em situa��es normais, para o encaminhamento dos pacientes para a especialidade adequada.
Quem est� no local conta ainda que, pela falta de profissionais, h� gente sem banho h� v�rios dias. Toalhas tamb�m est�o sendo substitu�das por len��is. S�o dois banheiros, sem fechadura e entupidos, e um chuveiro para servir a todos. No fim da manh�, o atendimento a pacientes sem gravidade chegou a ser suspenso.
(foto: Divulga��o)
“Hoje tem em servi�o um grupo de enfermeiros abaixo do m�nimo. Tive que comprar forro para a cama do meu cunhado. Os pl�sticos que p�em nas camas s�o sacos de lixo que rasgam ao meio para cobrir os leitos. Os funcion�rios fazem o poss�vel, mas a estrutura est� falida”, diz o advogado Adelmo Sim�es, de 60 anos.
O cunhado dele, de 40 anos, est� com um c�ncer que avan�a rapidamente e toma morfina a cada quatro horas numa maca no corredor. “Ele n�o se mexe. Hoje eu e minha cunhada conseguimos dar o banho nele, depois de quatro dias sem. Tamb�m n�o h� comadre. D�o para fazer xixi uma garrafa de pl�stico cortada ao meio. A cama dele est� toda molhada”, conta.
Adelmo Sim�es est� preocupado, pois, como ainda n�o foi para a enfermaria, o tratamento do cunhado ainda n�o come�ou. “O mais grave aqui � o tratamento com as pessoas, que � desumano, humilhante”, disse, visivelmente emocionado. Se o familiar n�o for transferido neste s�bado para a interna��o, ele vai entrar na Justi�a com uma liminar para obrigar o Ipsemg a faz�-lo. “Onde est� o Minist�rio P�blico para fazer cumprir o Estatuto do Idoso, diante do n�mero grande de pessoas de idade mais avan�ada nessa situa��o? Se n�o tem vaga, n�o receba as pessoas.”
RESPOSTA
Procurada pela reportagem, o Ipsemg informou, por meio de nota, que "est� acompanhando o atendimento realizado e garante a continuidade do atendimento aos benefici�rios no Servi�o M�dico de Urg�ncia (SMU), que encontra-se com alta demanda devido, tamb�m, �s doen�as de inverno principalmente as de etiologia respirat�ria".
A nota ainda afirma que o Instituto encerrou as incri��es do processo de credenciamento para a contrata��o de m�dicos e que a compra de material passar� por processo de licita��o. "Nos pr�ximos dias, esses profissionais passar�o a fazer parte do quadro do hospital. A licita��o para a compra de materiais tamb�m encontra-se em andamento."
"Lembramos que em Belo Horizonte, os benefici�rios voltaram a contar com atendimento no Hospital da Baleia, importante refer�ncia assistencial de sa�de para os que buscam atendimentos em v�rias �reas como consultas ambulatoriais, oncologia, exames, cirurgias, entre outros. No interior, os hospitais credenciados vem retomando o atendimento devido a um grande esfor�o do governo para regularizar o pagamento da d�vida encontrada com fornecedores e prestadores de servi�os", encerrou a nota.